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Caminhada na Corda Bamba

de David Young

em 09 Out 2012

  (...anterior) Como resultado desses ensinamentos, o objectivo de praticar sati mudou de meramente atingir-se resultados condicionados sujeitos à deterioração e à morte, para um objectivo de ir-se mais além da decadência e da morte e alcançar o incondicionado - nibbāna. O Buddha (§) chamou a esta forma de prática, a nobre ariyan sati, sammā-sati.

Através da prática de sati, libertamo-nos do saṃsāra. Sati significa que não temos quaisquer expectativas. Há apenas o pensamento de que a nossa existência no saṃsāra é dukkha e que aqui só existe decadência e morte. Só o ir-se além disso, o superar-se isso, é o único pensamento em nossas mentes. Isso é sati. Somente esse singular pensamento em mente, que o que todos estamos procurando é ir além do saṃsāra, além da decadência e da morte.

Atenção
Prestar atenção, manasikāra, é semelhante a sati: uma atenção consciente está presente. Atenção, no entanto, é apenas a faculdade das nossas mentes para observar fenómenos. Não é nada mais do que essa faculdade de observação. Ao prestar atenção, voltamos as nossas mentes para objectos da experiência.

Imagine-se uma sala. Há muitas pessoas na sala e um guarda de plantão à entrada. O dever do guarda é de abrir e fechar a porta da sala, só isso. Ele não faz nada mais. O guarda nunca se põe vagueando e conversando com as pessoas dentro da sala, e nunca se põe a deambular fora da sala. Não. O guarda apenas permanece à entrada da sala, abrindo e fechando a porta. Esta sala é a nossa mente, as pessoas na sala são os factores da nossa mente, e o guarda que abre e fecha a porta é a nossa faculdade de atenção.

Ao usar a nossa faculdade de atenção, voltamos as nossas mentes para os objectos da experiência. Prestar atenção é nada mais do que direccionar as nossas mentes para uma variedade de objectos diferentes. É uma faculdade neutra que suporta o desempenho de acções saudáveis, acções neutras e acções prejudiciais. Esta é a natureza dos seres. A enguia tem a cabeça como uma cobra e a cauda como um peixe. Quando uma enguia vê uma cobra, ela vira a cabeça para a cobra, quando vê um peixe, vira a sua cauda para o peixe. Manasikāra (atenção) é uma enguia, às vezes volta-se para o que é saudável e outras para o que é pernicioso e nefasto.

DAVID: O paradoxo é o de um ladrão hábil, capaz.

PEMASIRI THERA: Sim. Quando um ladrão invade uma casa, ele usa a sua faculdade de atenção, manasikāra. Ele está muito atento ao andar, ao falar, e em todos os movimentos. Talvez ele entre pelo telhado. Se um ladrão comete um erro e é apanhado, nós dizemos: “Ei, você não tem sati”. Mas é errado dizer isto porque as acções realizadas com sati são livres de expectativas e, claro, um ladrão espera ganhar alguma coisa. Portanto, a sua forma de atenção não é sati. Não tendo expectativa alguma, mesmo ao se realizar boas acções, é a causa para a realização de nibbāna.

DAVID: “Não ter expectativas” é a causa para nibbāna - isso é radical.

PEMASIRI THERA: Quando pessoas são novas na meditação, e se esquecem de algo, nós também dizemos: “Ei, você não tem sati.” Dizemos isto, a fim de desenvolver a sua consciência, mas depois de um certo tempo temos de lhes explicar o que é sati e o que está simplesmente prestando atenção, manasikāra. Mas para ajudar os meditadores que estão apenas começando a desenvolver uma prática, dizemos: “Você não tem sati”.

Agora por exemplo estou a fazer muitas coisas diferentes e coloco os meus óculos sobre a mesa. Depois da nossa discussão, vou levantar-me e ir a algum lugar. Há a hipótese de me esquecer onde coloquei agora os meus óculos sobre a mesa.

Algumas pessoas poderão dizer “Pemasiri não tem sati. Esse professor não tem consciência.” Mas essas pessoas estão erradas ao dizerem isso porque o meu esquecimento não é um lapso de sati. É verdade, posso estar a prestar pouca atenção onde coloco os meus óculos, mas ainda continuo com minha sati, o meu estado de espírito saudável. Isso é tudo o que está a acontecer. Muitas pessoas pensam que o esquecimento é um lapso de sati. Não podemos dizer isso.
  (... continua) 
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