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Sati – um exemplo

de Bhikkhu Dhammiko

em 16 Out 2014

  (...anterior) A atenção permite-nos ligar, conduzir-nos mediante a nossa própria vontade, ao destino dos nossos sentidos e sensibilidade.

Se estiver uma mulher belíssima que nunca conheci a 200 metros de mim, sem eu alguma vez ter registado a sua beleza na minha memória tanto física como mental, e eu quiser contactar visualmente com a sua forma física com mais definição, àquela distância, se recorrer a um telescópio potente vou conseguir ver melhor a sua beleza do que sem telescópio. O telescópio é na realidade como a atenção nas nossas vidas. A atenção disponível, não só nos transporta e liga como tem inclusivamente a capacidade de intensificar exponencialmente a nossa objectividade relativa para com tudo o que nos rodeia, como num telescópio ou binóculos, mas ainda assim é neutra. Certas ilusões ópticas por exemplo, não dependem tanto da nossa vontade, mas sim de factores e ângulos físicos entre o observador e o objecto. A atenção dos animais é até em certos aspectos, mais afinada que a dos humanos na luta pela sobrevivência. No entanto um animal dificilmente consegue executar as equações ou compreensões científicas mais complicadas da ciência humana, e não apresenta capacidade alguma para se refrear perante o acto sexual, que é no mundo animal a função natural reprodutiva, mas o ser humano sim.

Em qualquer projecção, nós estamos a ligar-nos a algo através da nossa atenção, nem que seja um objecto de meditação em pensamento. Eu uso a minha atenção para me ligar a algo. O que faz a diferença é a direcção para a qual me dirijo, seja para um fim positivo ou negativo. Se eu uso o meu telescópio por exemplo, para continuamente procurar e observar mulheres bonitas, essa é uma forma de usar a minha atenção. No entanto, o que me faz não indulgenciar-me na beleza feminina e deixar de usar o telescópio para esse fim, não é o telescópio, os binóculos ou a atenção, mas antes um factor ou qualidade que a princípio pode não existir na presença de um vício ou padrão repetitivo, e que implica uma certa preocupação positiva, um cuidado, uma diligência, uma vontade, um interesse, uma intenção, uma directriz motivada capaz de romper com automatismos / hábitos enraizados, para a libertação destes. Essa qualidade, virtude, ou factor capaz de intervir conscientemente, por lembrança, preocupação cuidada ou diligência espiritual, chama-se no contexto páli budista – Sati – termo que na Língua portuguesa encontra mais ampla correspondência no significado do termo Consciência.

Mesmo na Língua inglesa, nunca se utilizou o termo ‘Attention’ ou sequer ‘Full Attention’ ou ‘Total Attention’ para traduzir o significado da palavra ‘Sati’ em Pāli, mas sim principalmente o termo 'Mindfulness'. Ainda assim, para a maioria dos monásticos e cidadãos de língua inglesa, nem mesmo o termo ‘Mindfulness’ que em português nem significa sequer ‘Atenção’ ou ‘Plena Atenção’, faz jus ao amplo significado de Sati.

Não é a atenção que move montanhas... mas sim a Consciência.
   
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