Homepage
Spiritus Site
Início A Fundação Contactos Mapa do Site
Introdução
Sistemas Religiosos e Filosóficos
Agenda
Notícias
Loja
Directório
Pesquisa
Marco Histórico §
Guia de Sânscrito
NEW: English Texts
Religião e Filosofia
Saúde
Literatura Espiritual
Meditação
Arte
Vários temas
Mosteiro Budista
pág. 2 de 8
O Renascimento Oriental

de Douglas T. Mcgetchin

em 27 Nov 2014

  (...anterior)

Assim que o ávido interesse do Governador-Geral da Companhia das Índias, Warren Hasting, perante a herança cultural da Índia, em 1780, foi diametralmente oposto pelo Anglicista Thomas Macaulay nos anos de 1830, a abordagem de Hegel à Índia manifestou-se radicalmente diferente daquela de Schopenhauer, que detestava Hegel, bem como o seu sistema filosófico. Logo que entrou como Professor na Universidade de Berlim em 1820, Schopenhauer decidiu programar os horários de suas classes nas mesmas horas das classes de Hegel, porque não queria hegelianos em suas aulas. Nessa altura Hegel tinha imenso prestígio, e suas aulas eram imensamente populares. Quando se pediu a Schopenhauer que redefinisse os seus horários, devido ao baixo número de inscrições, ele preferiu deixar a universidade e abandonar a herança familiar, do que sustentar a influência hegeliana. Schopenhauer escreveu na introdução do seu trabalho de base, em 1918, “ The World as Will and Representation” (O mundo como Vontade e Representação), que desenvolveu as suas ideias ao ler Platão, Kant e as Upanishadas. Elas existiam em latim, traduzidas do persa em 1840, pelo investigador francês Anquetil-Duperron. A tradução persa do sânscrito foi feita por Dara Shikoh (§) (Darius, o Magnífico), o erudito irmão mais velho do homem que viria a ser o Imperador mogol Aurangzeb. Schopenhauer escreveu sobre as Upanishdas: ‘ A cada página confrontamo-nos com pensamentos profundos, originais e sublimes…é a leitura mais benéfica e sublime possível do mundo; tem sido o consolo da minha vida e será também da minha morte.’ Schopenhauer, respondendo ao convite, e ecoando Friedrich Schlegel para um Renascimento Oriental na Alemanha baseado em textos indianos, argumentou que (o acesso aos) Vedas…. aberto a nós pelas Upanishadas, é, a meu ver, o maior dos benefícios, que este ainda recente século terá de demonstrar perante os séculos anteriores, supondo eu, que a influência da literatura sânscrita penetrará profundamente de forma nunca inferior àquela reabilitação que a literatura grega teve no séc. XV.

Os seguidores de Schopenhauer na segunda metade do séc. XIX foram um canal muito importante, através do qual o interesse pelo material indiano se desenvolveu na Alemanha e se espalhou pelo ocidente. Schopenhauer foi uma grande influência para os intelectuais europeus no fim do séc. XIX, rivalizando com Hegel. O seguimento de Schopenhauer na Alemanha deveu-se muito a um movimento de filósofos, cujos defensores, incluindo o próprio, Friedrich Nietzsche, Sigmund Freud, e Martin Heidegger, argumentavam que a razão e a consciência não eram as características dominantes da natureza humana. Um Professor de filosofia na Universidade de Kiel, Paul Deussen, foi tão seriamente tocado por Schopenhauer a ponto de co-fundar a Sociedade Schopenhauer em 1911. Thomas Mann era também um dos admiradores de Schopenhauer – editou um volume dos seus escritos. Na sua novela Buddenbrooks (1901), sobre quatro gerações de burgueses ricos de famílias do norte da Alemanha, Mann apresentou o apelo de Schopenhauer sob a figura de um comerciante patriarca Thomas Buddenbrook, que tinha lido o livro de Schopenhauer O Mundo como Vontade e Representação. Ao ler esta filosofia, na novela, o Sr. Buddenbrook teve uma significativa quebra nas preocupações mundanas que controlavam a sua vida, ao ter uma experiência mística transcendental que o envolveu:

Sentiu que todo o seu ser se tinha expandido infinitamente, e ao mesmo tempo apegou-se aos seus sentidos uma profunda intoxicação, um fascínio estranho, doce e vago, que, de algum modo, se assemelhava ao sentimento de um amor jovem e saudoso… As paredes da sua terra nativa, onde se tinha fechado por vontade e consciência própria, abriram-se; abriram e revelaram à sua visão o mundo inteiro…,já não tinha que lutar com a compreensão da eternidade… só existia um presente infindável; e esse poder nele, que o fazia amar com um amor tão requintadamente doce e ardente… esse poder sempre saberia como encontrar o acesso a esse presente.
Se o S.
  (... continua) 
topo
questões ao autor sugerir imprimir pesquisa
 
 
Flor de Lótus
Copyright © 2004-2024, Fundação Maitreya ® Todos os direitos reservados.
Consulte os Termos de Utilização do Spiritus Site ®