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O Renascimento Oriental

de Douglas T. Mcgetchin

em 27 Nov 2014

  (...anterior) O novelista austríaco Robert Musil fez referências à Índia através de um personagem, na novela A jovem Törless, Beineberg, cujo pai servia os ingleses na Índia, e que tinha trazido esculturas, tecidos, e pequenos ídolos feitos à mão para venda turística, mas que eram de um sentimento que ele nunca tinha esquecido, pelo que continham de bizarro lampejo do
Budismo esotérico.’

Um exemplo particularmente proeminente de homens de lei que se interessaram pela Índia ancestral foi o estadista Wilhelm von Humboldt, que escreveu:’ O prazer e a satisfação que tenho vivenciado ao aprender Sânscrito… não pode ser comparado com nenhuma outra posse ou qualquer outra alegria,’ excepto àquela de aprender o Grego. Em Junho de 1822, von Humboldt publicou um artilho detalhado sobre a gramática sânscrita na Indische Bibliothek (Biblioteca Indiana) de August W. Schlegel. O interesse de von Humboldt foi crucial para a pesquisa da disciplina académica da Indologia na Alemanha; ele convenceu o estado Prussiano a criar as primeiras cadeiras professorais dedicadas aos estudos do Sânscrito na Prússia, em Bona (1818) e Berlim (1821).

A base intelectual para a grandiosidade alemã

O estudo alemão da Índia promoveu o poder nacionalista e do estado, fornecendo uma base intelectual para a grandeza alemã: um pedigree linguístico Indo-Europeu. Muitos dos seus praticantes promoveram o racismo, fornecendo muito material significativo que viria a ser usado posteriormente pelos nazis, tais como a Suástica da bandeira nazi e a imagem bélica e de domínio da “raça ariana”. Contudo, o estudo do sânscrito contribuiu igualmente para o desenvolvimento das ciências linguísticas e facilitou a disseminação rápida, na Europa, de trabalhos fecundos sobre a religião e a literatura indiana. Suzanne Marchand na Universidade do Estado da Luisiana defende que o Orientalismo Alemão, incluindo não só estudiosos da Indologia, mas também de Farsi, Árabe, Ásia Ocidental e de outras línguas e regiões asiáticas, ajudaram os intelectuais europeus a questionar o Eurocentrismo.

A Irmã Christine

O Renascimento Oriental liderado pelos alemães no séc. XIX ajuda na explicação das ligações alemãs à Missão Ramakrishna durante a Primeira Guerra Mundial, e no que os ingleses pensavam ser a simpatia dos alemães pelos revolucionários indianos. Apesar da postura não-política da Missão Ramakrishna, os ingleses viram-na como uma influência subversiva e perigosa à presença deles na Índia. Pode-se perceber esta suspeita inglesa nas dificuldades de imigração da Irmã Cristina.

A menina Christine Grunsteidel (1866-1930), de Detroit, conheceu Swami Vivekananda (1863-1902), quando ele deu uma palestra nos Estados Unidos em 1894, a seguir à sua tão apreciada presença, em 1893, no Congresso das Religiões da Feira Mundial de Chicago. Em 1895, no Thousand Island Park tornou-se discípula dele, assumindo o nome de Irmã Christine, e viajando para Calcutá em 1902, um pouco antes da morte de Vivekananda. A entristecida Irmã Christine saiu da parte europeia da cidade para ajudar a gerir a escola para raparigas e mulheres hindus em Calcutá, em Bosa Para Lane, com a Irmã Nivedita (‘A dedicada’ Margaret E. Noble), que tinha chegado a Calcutá quatro anos antes da Irmã Christine, em 1898. Quando a Irmã Nivedita faleceu em 1911, a Irmã Christine continuou a dirigir a escola com a ajuda de indianas que ela tinha preparado. Quando rebentou a Primeira Grande Guerra, no verão de 1914, a Irmã Christine, por questões de saúde, estava a recuperar nos Estados Unidos, mas quando tentou regressar a Calcutá para a sua escola, as autoridades britânicas recusaram-lhe autorização para o fazer.

Porque é que as autoridades britânicas recusariam a entrada na Índia de uma cidadã americana? Os Estados Unidos eram neutros, e os Serviços Secretos britânicos em Bengala ocidental admitiram que a Irmã Christina não tinha interesses políticos e que era leal à América. Tinham tido o testemunho, numa entrevista com a colega dela e com a responsável financeira da Missão Ramakrishna, Miss MacLeod, em Junho de 1917, reafirmando que a Irmã Christine nada faria que fosse de natureza política.
  (... continua) 
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