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O Renascimento Oriental

de Douglas T. Mcgetchin

em 27 Nov 2014

  (...anterior) O que levou os ingleses a estarem contra esta aparentemente inofensiva mulher, que tentava ajudar a gerir uma escola de raparigas? Um ponto contra era o nome dela ser alemão, Grunsteidl, e a sua herança teutónica: o pai dela era alemão, naturalizado como cidadão americano. Outro ponto de suspeita era a sua associação com a Irmã Nivedita, cujos interesses políticos a tinham levado a abandonar a Missão Ramakrishna, para não comprometer a postura oficial não-política, uma vez que se dedicou a trabalhar para a independência da Índia, contra os ingleses.

Acrescentando à sua herança alemã e à ligação com a Irmã Nivedita, a associação da Irmã Christine com a Missão Ramakrishna também preocupava os ingleses, uma vez que suspeitavam de eles albergarem, entre os seus membros, simpatias pelos alemães e pelas actividades subversivas e revolucionárias. Havia uma mensagem implícita de auto reforço nacionalista na promoção de Vivekananda do orgulho pela cultura e tradições indianas, e pelos seus vigorosos esforços de espalhar a herança pelo Ocidente. Um ficheiro secreto de 1917 sobre “a influência alemã na Missão Ram Krishna” acumulou o assunto contra a sociedade religiosa. Figurava em primeiro lugar, na lista de comportamento objectivo:

Bhupendra Nath Datt, o irmão mais novo de Swami Vivekananda (fundador da Missão Ram Krishna), que se filiava como dissidente na Índia, e que estava na América quando a guerra eclodiu: ofereceu de imediato os seus serviços à Embaixada Alemã em Washington, tendo sido enviado para a Alemanha, onde se encontra de momento (em 1917), como sendo um membro proeminente e fidedigno do Comité dos Indianos Dissidentes, ligado ao Ministério dos Assuntos Estrangeiros de Berlim

Os ingleses ligaram Bhupendra com o Dr. Chandra Kanta Chakravarty nos Estados Unidos, que frequentava as reuniões da Sociedade Vedanta em Nova Iorque, e que era da maior intimidade com Swami Bodhanand(a), o presidente da Sociedade lá. Os britânicos asseveraram que ‘todos os membros americanos proeminentes da Sociedade Vedanta em Nova Iorque (por ex., A Sra. Warren, aliás, Kamali Devi) são pró-alemães. E no que se referia ao presidente Swami Bodhanad(a),
Se não tomou parte activa na agitação política, tem estado sempre de melhores relações com os revolucionários proeminentes indianos, que se encontram em Nova Iorque. Ele permitiu que C.K.Chakravarty usasse a sua morada para correspondência ligada aos esquemas germânico-indianos… embora tal não possa ser afirmado com segurança, existe ainda uma forte suspeita de que está a usar o Vedantismo como cobertura para a propaganda revolucionária indiana.’

Estas doses de intriga Indo-Germânica ajustavam-se a um largo padrão para associarem os pesquisadores espirituais ocidentais com a dissidência e a rebelião. Podiam citar com mais destaque a presidente da Sociedade Teosófica (§) e do Congresso Nacional Indiano, Annie Besant (§), que era uma campeã do movimento Home Rule, quer na Índia, quer na colónia britânica, Irlanda. Os receios britânicos de que a Missão Ramakrishna estivesse ligada à actividade revolucionária são interessantes de examinar, uma vez que até os britânicos no seu relatório secreto tinham que admitir que esta ligação era apenas uma possibilidade: “Há que admitir que a ostensiva propaganda do Vedanta tem sempre evitado a política e, na verdade, a maioria dos seus seguidores não estão preocupados com política”.
Suspeito que a oposição à Irmã Christine teve mais que ver, que com as alegadas e infundadas simpatias dela pelos alemães. Terá tido que ver com o trabalho que ela estava a desenvolver ao educar indianas, o que era uma parte do projecto de Vivekananda de instilar auto-suficiência nos indianos sob o jugo colonial britânico. Também acho importante o amor que ela sentia pelo Vedanta, desprezado e receado pelos ingleses, segundo os registos no seu ficheiro secreto. O Serviço Secreto Britânico em Bengala ocidental misturava ‘o Vedantismo Teosófico’ com ‘outros cultos orientais’.
  (... continua) 
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