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Uma conversa com amigos

de Ajahn Sumedho

em 27 Fev 2016

  (...anterior) Pese embora não o tenha mencionado como tal, para mim, descontrair e confiar, isto é mettā.

RK: E isso foi excepcionalmente óbvio e sentido. Penso que o que vivi foi mettā sem sentimentalismo, o que foi muito belo. E penso que essa mudança foi muito importante. Mas estou curiosa em saber o que o Jack poderá dizer, já que nos estamos a debruçar mais sobre o assunto de mettā, tendo em conta tudo o que mencionou da autocrítica, do trauma, da severidade, etc.
JK: Diria que, efectivamente estamos a falar do mesmo: aquilo que cria o espaço que partilhamos, que as pessoas sentem de uma forma incorporada, que tem bondade, descontracção e vontade de ver. E as estratégias, tais como recitar frases de mettā, não são apenas para realizar uma prática específica, mas para abrir a mente e o coração. E quando tal acontece, dá-se a compreensão. Trata-se, na verdade, de criar um espaço acolhedor, tal como aquele que vi ao caminhar, no começo, em Wat Pah Pong. Havia algo que se sentia, na maneira de cuidar do caminho na floresta, e no mosteiro, que nos apoiava e oferecia uma espécie de chão com bem-estar e liberdade. É a razão por que vejo isto da mesma maneira.

WN: Pensa que terá sido acidental o que fez com que Ajahn Chah e aquele mosteiro expandissem tanto o Dhamma Theravada ocidental?
JK: Bem, ao longo do tempo, conheci muitos professores, e professores fantásticos como o Dalai Lama (§), Dipa Ma, Thich Nhat Hahn, Nisargadatta e outros mais, muitos a quem respeito profundamente, mas para mim, Ajahn Chah era o mais directo, o mais sábio de todos. Havia algo nele muito especial. E a coisa mais simples que posso dizer, é que, quando lá cheguei para a primeira visita, em 1967, ele era alguém relativamente desconhecido. Não existia um grande mosteiro (talvez uns quarenta e cinco monges, e algumas monjas do outro lado), mas quando morreu apareceu um milhão de pessoas para o funeral. Ele nem viajava muito dentro da Tailândia, mas as pessoas obtinham cassetes dos seus ensinamentos, ou alguém transcrevia um pouco, e conseguiam ouvi-lo. Falava de forma simples o que tocava logo o coração. Isto é algo que não se pode sentir pelos livros, porque geralmente contêm as suas palestras formais, que efectivamente são mais aborrecidas e sérias. Havia nele uma tal presença, que quando o ouvíamos, era como se sentíssemos: ”Oh, é a sabedoria a falar!”, o que nos fazia felizes.

WN: E ele falava para o comum, o tailandês vulgar, também?
JK: E para os ocidentais, e para os intelectuais em Bangkok, e mais tarde, para os ministros, generais e políticos que iam aparecendo, até para o rei e para a rainha da Tailândia. Havia algo na forma da sua linguagem do Dhamma, de tão imediato e universal, que quem o ouvisse começava logo a confirmar com a cabeça, e a dizer “Sim!”
WN: E o senhor, Ajahn Sumedho, sente o mesmo sobre Ajahn Chah?
AS: Perfeitamente. Ele nem sequer era conhecido pelos tailandeses, à excepção dos da sua área local. Quando fui para lá, em 1967, só existiam vinte e dois monges, e era um mosteiro muito básico. Ele não permitia que se ligasse a canalização da água ao sistema do reservatório, nem bombear a água dos poços, por isso tínhamos que tirar a água dos poços. Queria manter tudo de tal forma que tivéssemos de nos ajudar mutuamente. Até para obter um balde de água precisávamos, pelo menos, de outro monge para nos ajudar a puxar a corda.

WN: Isso era deliberado da parte dele?
AS: Deliberado, claro. E também os trilhos do mosteiro – ele assegurava-se de que houvesse sempre árvores no caminho, para que nunca pensássemos que um trilho era meramente algo para andarmos. Havia que estar atento, ao andar tínhamos que contornar as árvores.
  (... continua) 


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