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O Incondicionado

de Ajahn Sumedho

em 26 Jun 2016

  (...anterior) Mas isso não é incondicional, ou será que é? Ou é ser naturalmente sentimental e pensar mais uma vez naquele modo, “tu mereces mais que aquela pessoa” e então entra-se em maneiras de ver pessoais, opiniões, gostos, preferências e por aí fora. Amor incondicional, é esta habilidade para aceitar e isso deve ser feito durante a própria meditação, no agora, quando estiverem conscientes e a experienciar emoções desagradáveis.

Tentarem cultivar esta habilidade para aceitar a sensação, este sentimento, esta raiva ou ressentimento, ou ciúme, ou medo, o quer que seja, sem condições. Nem sequer é uma questão de aceitar ou livrarmo-nos de, mas é admitir qualquer condição que seja, de ser o que é e, simplesmente, apliquem isso a vós próprios, à vossa própria experiência enquanto estão aqui sentados. Quando tiverem que lidar com negatividade, como raiva e outros sentimentos que possam surgir, experienciados interiormente, é possível que não gostem.

Deste modo, em meditação, e num Retiro como estes, é que todos temos esta oportunidade de permitir o medo, pois o medo é muitas vezes uma emoção que normalmente rejeitamos ou resistimos. Por isso, às vezes experimentamos medo num sítio como este, que na realidade até é bastante seguro. Não há aqui nada que cause medo, no entanto, há terror, medo, ressentimentos e todos os tipos de estados estranhos, negativos que podemos deixar entrar na consciência. De facto, podemos cultivar esta atitude do Amor incondicional, ou Metta, ou Consciência (Sati – Mindfulness). Consciência (Sati - Mindfulness) é permitir seja o que for, que seja o que é ou a qualidade que é. Se é estúpido ou sem sentido nenhum, sujo, ou perverso, ou seja lá o que for. Poderão querer descrever isso, mas se o fizerem estão a tornar a situação mais complicada do que é na realidade, porque estão a julgar de determinada forma. É o que é, a condição começa e acaba. E isto não é desprezar ou ignorar a qualidade, mas também não é abusar do julgamento dessa qualidade. A “Presença Consciente” (Awareness) permite o discernimento para receber algo. Mas a tendência para julgar a qualidade, vem mais uma vez da mente crítica, “isto é mau, isto é bom, isto está certo, aquilo está errado”.

Então, eu acho que este modo de reflectir, na realidade, é uma purificação. Quando se consegue fazer isto, mesmo que o que vem à consciência possa parecer contaminado e impuro, vai permitir a liberação, a permissão para partir. Estão a libertar-se estes estados miseráveis. E, através da consciência, o que é que eles fazem? Sim, eles param, eles vão-se embora. Se isto não for feito, então pode-se suprimi-los outra vez, e resiste-se, constantemente não permitindo esta purificação, esta pureza natural, ao tentar controlar e rejeitar o que não se gosta e, o que não se quer ver, o que não se quer saber, do que se tem medo, continuando a reprimir.

Portanto, é aqui que se encontram as referências ao Buddha (§), Dhamma, Sangha. Porque é que eu valorizo isso, porque é que tomo refúgio no Buddha, Dhamma, Sangha? Porque isto é uma forma e uma convenção, mas para mim, porque o desenvolvi, isto é uma referência, uma recordação. Estas três frases: Buddham Saragnam Gachami (eu tomo refúgio no Buddha); Dhammam Saragnam Gachami (eu tomo refúgio no Dhamma); Sangham Saragnam Gachami (eu tomo refúgio no Sangha), que me lembram, até daquilo que eu possa experimentar, de horrível, de maligno ou de assustador, de louco, de demente, seja qual for a qualidade que possa sentir, mas o meu refúgio, é ver isso em termos daquilo que é saõkhārā (formação mental), a surgir e a desaparecer. Ver a cessação disso, não é rejeitar, mas permitir que o seja e de seguida realizar a cessação. Porque essa “Presença Consciente”, então de facto está a observar; já não se é mais a pessoa a possuir a condição, é-se Buddho, o Buddha a observar e a conhecer o Dhamma, tudo o que está sujeito a surgir e tudo o que está sujeito a findar.

Ora, quando algo acaba, o que realmente acontece é largar algo, não é rejeitar esse algo.
  (... continua) 
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