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O Incondicionado

de Ajahn Sumedho

em 26 Jun 2016

  (...anterior) Não se trata de seleccionar, não é concentrarmo-nos ou ter preferência por umas coisas sobre as outras e tentar controlar o que quer que seja, mas sim de reconhecer esta situação pela qual nós estamos condicionados, como voltar a nascer, a morrer, a ter medo, a gostar e a não gostar. Isto é o nosso condicionamento cultural e as nossas personalidades que estão construídas sobre estas ilusões e, toda esta linguagem que usamos, reforça esta ilusão.

Portanto, estas são as três amarras que nos cegam o caminho da “Quarta Nobre Verdade”, que se baseia em Sammā-ditthi (compreensão correcta). Estas três amarras são então o ego (sakkāya-ditthi), do ponto de vista da personalidade que é um ponto de vista criado; o processo cultural condicionador, e a dúvida que é o resultado do pensamento. Se pensamos demasiado, duvidamos demasiado. Se pensar demasiado, constantemente, um monge não pára de questionar, inquieto. Na Universidade encontra-se muita gente a duvidar, porque pensa. Em Berkeley, havia tantas pessoas cépticas, cínicas. Reparem, quando se pensa muito, quando se pensa sobre nós próprios, sobre a nossa prática, sobre o Budismo, sobre outra coisa qualquer, começa-se a duvidar sobre isso e, então, este pensar cria esta dúvida (vicikichchā). É por isso que este realizar, reconhecer a “Presença Consciente” (Awareness), é o alvo da “Quarta Nobre Verdade”. É um meio inteligente de usar algo tão vulgar como o sofrimento, reconhecer as causas do apego, do desejo, largar (abrir mão) e então realizar a cessação, porque o que surge tem um fim. Fica-se então desperto, a “Presença Consciente” liga-nos à ausência, à cessação de algo. E quando há cessação na consciência, não é morte, eu ainda respiro, ainda me sinto vivo, mas o sofrimento acaba e então quando se diz, que toda a fenomenologia condicional é Dukkha (insatisfação - sofrimento), não se trata de desvalorizar a beleza, nem a bondade, nem a graciosidade do mundo condicionado, mas trata-se antes de realçar a sua natureza condicional, para que não haja apego a qualquer condição e manter-se fora da ignorância.

Parte de nós falta, não estamos completos, há uma falha, falta qualquer coisa e enquanto a nossa identidade estiver nesse nível de fenomenologia condicional, não importa o que façamos, vamos sentir que há algo que falha na nossa vida. E então podemos ir à procura de alguém, ou ir à procura de poder ou colocação profissional, mas não importa o quanto procuremos lá fora, haverá sempre um sentimento de falta, de imperfeição... de falha. Porque a falha consiste em não sermos totalmente conscientes. Cria-se esta divisão, separação e até a outra pessoa pode fazer-nos sentir completos, mas quando se vai embora, ficamos novamente incompletos. Portanto é só uma completude ilusória.

O Buddha (§) apontou para a Realidade Imortal em vez de nos agarrarmos só às condições boas, ao que se torna bom, ou a viver a vida ignorando a parte má e tomando só atenção à boa. Mas aprendemos de ambas, ambas têm valor idêntico, o bom e o mau, o certo e o errado. Porque todas as condições terão um fim. E então a cessação é paz, libertação. E isso é Amor.

O Amor subjaz a tudo neste planeta, neste Universo em que vivemos. Seremos só máquinas gulosas?.. não, nós amamos, sentimos Amor, sentimos algo mais profundo do que somente preferências pessoais. Para lá desse tipo de egoísmo e cegueira do ser humano, existe também um sentir para a Realidade Imortal, pelo espiritual, pela verdade última. E disso que a religião trata. Todas as religiões existentes no mundo têm diferentes tipos de reconhecimento e formas de o proclamarem, mesmo usando símbolos diferentes, mas é para onde todas as religiões apontam, porque isto é algo que se encontra na condição humana. Então, em termos de prática de “Metta” apercebemo-nos de que, quanto mais entramos em contacto com este Amor incondicional, mais serenamos e confiamos. Esta é uma das verdadeiras formas com que podemos ajudar todos os seres sencientes neste preciso momento.
  (... continua) 
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