O Vedānta é constituído por duas palavras, nomeadamente Veda e anta. Veda significa conhecimento e anta significa fim ou culminar. Assim Vedānta significa o fim de todo o conhecimento ou a essência de todo o conhecimento. Temos dois tipos de conhecimento. A Mundaka Upaniṣad classifica o conhecimento em dois tipos – aparā vidyā e parā vidyā. Aparā vidyā é o conhecimento empírico – o conhecimento das ciências, das artes, ou qualquer conhecimento que obtenhamos neste mundo.
Este texto apresenta algumas proposições centrais das doutrinas tradicionais sobre o estatuto ontológico do homem no Cosmos e na sociedade. Evoca os paradigmas das tradições teístas, como o Judaísmo, o Cristianismo, o Islamismo, o Hinduísmo, as tradições indígenas ameríndias e africanas, e tradições não-teístas, como o Taoísmo e o Budismo.
(Um ensaio)
A época sombria em que vivemos tem sido paradoxalmente um motor de esperança, em virtude do aparecimento de muitos indícios que levam à redescoberta do país onde nascemos, dos nossos antepassados, e das verdadeiras potencialidades que possuímos. Como portugueses que somos, descendentes da “ínclita geração”, espero que sejamos merecedores ou capazes de levar por diante a missão à qual por destino nos encontramos ligados.
"O Budismo é uma noção dinâmica da vida e da existência, sem formas definitivas estáticas, rígidas ou fixas. Não há nada de definitivo nem rígido, existe circulação eterna de tudo o que existe, e a individualidade está também sujeita a esta mudança dinâmica constante. A noção fundamental do Buddha jaz precisamente nisto, que a individualidade, a separação de uma parte da vida da vida universal, é somente ilusão. A individualidade é a ilusão e a decepção superficial dos nossos sentidos, pois que só uma unidade dinâmica de existência sem fim nem limites existe. Tudo o que existe não existe, mas aparece e desaparece".
A Aṣṭāvakra Gītā, a que demos o subtítulo de Cântico da Consciência Suprema, obra anónima indiana da tradição Advaita Vedānta, é um ensinamento profundo de grande força iluminadora sobre a essência do Espírito, do Homem e do Universo, comparável à Bhagavad Gītā, na desvendação da Consciência e do Ser Primordial. Escrito na forma de diálogo, à boa maneira dos Upaniṣadas, entre dois conhecedores ou mestres do Espírito Supremo, o sábio Aṣṭāvakra e o rei Janaka, figuras entre o histórico e o lendário, de contornos enriquecidos por histórias e lendas que se esfumam num tempo sempre tão mítico como é o da Índia, sempre tão aberta ao eterno.