A “Confraria Pré-Rafaelita” foi um movimento de artistas ingleses em 1848. Os três membros mais influentes foram Dante Gabriel Rossetti, John Everett Millais e William Holman Hunt. A Escola Pré-Rafaelita envolve todo um programa artístico, espiritual e reformador após uma época marcante vitoriana, sendo por isso um movimento que recusa as regras académicas clássicas. São jovens totalmente empenhados no serviço que prestam através da arte, para mostrar a beleza e a verdade, e militam por uma reforma fundamental através da pintura, inspirada nos ideais espirituais para saírem do declínio da arte inglesa. A pintura dos P.R. sobretudo abriu uma porta, não necessariamente a uma doutrina mas a uma atitude, onde o essencial era quebrar as convenções tradicionais e ocasionar uma revolução na pintura, com a simplicidade da construção das formas e de um simbolismo enriquecedor. Este grupo, de Rossetti e dos seus amigos (mais tarde Burne Jones e William Morris), reunia secretamente e eram considerados “aventureiros”, por abalarem as normas morais e sociais mais conservadoras.
Certa vez, ouvi uma Mulher dizer “adorei aqueles quadros, eram magníficos porque conseguiam mesmo mostrar a beleza da alma humana”. E não será esse o objetivo de toda e qualquer obra de arte? Mostrar a beleza da alma humana, ligando-nos ao Criador, através da mudança de sentimento interior, que nos lembra e desperta para o Bem? O mais milagroso na obra de arte é quando impele o ser humano a ser melhor, pela aquisição de uma consciência mais universal, ética e espiritual. Sim, temos que existe a arte política, subversiva e conceptual (intelectualmente estimulante), mas se a arte não transforma a vida do observador, não incentiva a superação das suas próprias limitações e impele à descoberta de mundos interiores, falha na sua missão principal. O propósito da arte é tocar a alma humana.
A escrita perfeita advém da alegria interior e de uma metódica razão que, apesar de espontânea, advém do estudo prévio de obras e volumes vários. A perfeita sintonia entre o estado do escritor e o conteúdo da escrita revela ao leitor mais atento os meandros dos seus pensamentos e sentimentos, declarados ora através de versos ora passos da escrita. O mesmo se passa na música ou pintura, onde um compositor escolhendo determinada nota ou escala musical declara seus ‘interesses’ e revela ao público os pensamentos mais íntimos da sua vida interna. O pintor, escolhendo uma cor ou traço particular, revela a visão definidora do seu interior. Logo é perceptível que, sem atribuir ao ato artístico o rótulo de ‘música’, ‘pintura’ ou ‘escrita’ estamos perante a expressão criativa de estímulos energéticos. Se estes são elevados podemos denominá-la de inspiração (epifania), resultante numa dádiva à Humanidade ou vislumbre do Superior; pelo contrário, o seu oposto manifesta-se como ‘catarse’, que tem validade em planos ou etapas inferiores de existência (estados conscienciais) mas nunca em patamares mais elevados, que revogam a sua expressão.
Por que os Mestres vivem afastados dos aglomerados, nos distantes retiros Trans Himalaicos, isolados, onde não se percebe os avanços da civilização? É verdade, os Mestres vivem distantes do dinheiro e do prazer, porque prescindem das paixões humanas, e usam o seu poder em favor do mundo, não necessitam do bulício do barulhento mundo civilizado, artificial e desagregador dos valores superiores. Muito poucos Mestres, vivem nos grandes centros, a serviço da Hierarquia, sempre no anonimato, sustentando em seus ombros as rédeas do serviço mundial. Não obstante, o Mestre serve a humanidade e o seu poder atinge o mundo todo.
Para aqueles que estando em Florença decidam visitar o Museu de São Marcos, a primeira impressão que recebem vem do ambiente, lugar e espaços que circunscrevem o edifício, a que posteriormente se acrescenta a monumental obra de pintura que reveste o seu interior. Um elemento importante e determinante que contribui para o encanto e riqueza espiritual deste Museu, é a sua conservação intacta através dos séculos, apesar das vicissitudes e das estratificações históricas.Antigo Convento, é antes de mais hoje, um lugar de memórias, de memórias dominicanas, vinculado a homens ilustres da Ordem, desde Santo Antonino, a Frei Angélico, a Frei Savanarola e a Frei Bartolomeu, para mencionar apenas as personagens mais célebres que aqui viveram, às quais podemos acrescentar nomes de outras que se distinguiram nas mais diversas formas de expressão artística, cultural e mística da mesma época como Frei Paulino, Marco e Francesco della Robbia. Um elemento importante e determinante que contribui para o encanto e riqueza espiritual deste Museu, é a sua conservação intacta através dos séculos, apesar das vicissitudes e das estratificações históricas.