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Do Trânsito das Religiões à Religião Planetária

de Pedro Teixeira da Mota

em 22 Abr 2009

  
Tendo conversado regularmente durante vários anos com este notável pedagogo, relembro antes de mais algo essencial nele: «a palavra conversa tem a mesma origem etimológica que converter, o que está implicado quando um homem conversa com outro, é uma conversão de qualquer deles ou dos dois ao mesmo tempo – é converter-se aqui, converter-se a qualquer coisa que entenda os dois como as duas partes, as metades de uma certa unidade. Quando conversamos com uma pessoa, no fim de contas queremos converter-nos ou converter a nossa dualidade numa unidade superior».
Em verdade, fui testemunhando nas muitas conversas que travámos, a sua universalidade, ouvindo-o defender a unidade espiritual das religiões, meras estradas para o mesmo cimo da montanha de uma vida terrena valiosamente trabalhada, e plenificada com a ligação mais ou menos sentida com Deus, o Espírito ou o Todo, ou o que lhe quisermos chamar, conforme ele nos diz em 1987: «que ideologias e filosofias cedam logo seu lugar à sabedoria que lhes é rainha; e que a contemplação das essências, qualquer que seja o nome que se lhes dê, jamais faça perder a atenção ao fenómeno por mais insignificante que pareça»…

Claro que Agostinho da Silva tinha dentro da sua ampla e fundamentada universalidade e imprevisibilidade criativa certas afinidades electivas, podendo-se até destrinçar ou deslindar veios que o alimentavam e que resultavam tanto de níveis genéticos, geográficos e culturais como também da arcânica (ou misteriosa…) génese da sua individualidade e da sua viagem de espírito descido à terra e depois navegando ou bulinando (expressão que ele tanto gostava…) nos vários mares e continentes.
Ao considerarmos essas forças anímicas e culturais que recebeu familiarmente e já estudante jovem nos contactos com o seu professor o genial filósofo e matemático Leonardo Coimbra (ou com o vate Pascoaes, o historiador Jaime Cortesão e outros membros da Renascença Portuguesa, reunidos à volta da revista Águia), e as que desenvolveu enquanto português das Sete Partidas, é notório que ele é um elo importante da Tradição Perene em Portugal, um anel da corrente luminosa que atravessa
como um fio as contas do rosário da nossa história, vindo na esteira espumosa ou ardente, por exemplo, de Damião de Góis, Camões, Antero e Pessoa, dinamizando espiritualmente e fazendo avançar mais umas milhas (os que com eles e as suas obras sintonizarem) a travessia no oceano que nos leva das trevas à luz, do sofrimento à beatitude.
Ora se Antero de Quental procurara no Budismo e na filosofia transcendentalista um meio de aprofundar o facto religioso já não como realidade decadente ou só devocional mas sobretudo como meio de libertação social, filosófica e consciencial, chegando mesmo a defender um Budismo coroando o Helenismo, será com Fernando Pessoa que encontramos mais funda a demanda ocultista e esotérica, tão ligada às religiões na busca do conhecimento espiritual e divino, e que no seu caso passa, na viajem evolutiva da vida, do paganismo transcendental para a gnose iniciática, onde se afirma oposto a todas as religiões organizadas, embora em alguns textos de teorização do V. Império caracterize este como a reunificação das várias religiões, partes dispersas do corpo de Osíris. O seu envolvimento com algumas energias mais complexas, num meio ainda bastante limitado, acabaram por acarretar uma morte precoce, não nos deixando o que se poderia esperar do seu génio…

Já Agostinho da Silva, consciente da Tradição Perene, aprofundou-a em certos aspectos com originalidade: em primeiro, reflectindo filosófico-teologicamente o misterioso Espírito santo, na esteira de Dinis e Isabel, Joaquim de Fiora, P.
   (... continua)  
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