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Do Trânsito das Religiões à Religião Planetária

de Pedro Teixeira da Mota

em 22 Abr 2009

   ndo escreve em Outubro de 1986 sobre a missão da Comunidade dos Povos da Língua Portuguesa: «guiarem o mundo ao reconhecimento da sua verdadeira essência: a do espírito na matéria esplendendo», acrescentando: «é o Espírito o traço comum de sujeito e objecto, por onde se estabelece todo o diálogo; é o Espírito a fonte indefinível de onde a vida pode fluir sob quaisquer formas, aquelas que eu conheço e venero ou não, e aquelas de que nem sequer posso ter uma ideia; é o Espírito que anima os que estão comigo e os meus adversários; foi o Espírito quem me trouxe o Cristo e quem a outros trouxe Buda, Maomé e Lau-Tseu; foi o Espírito quem me deu Eckhart e quem me deu a geometria analítica; nele se reconciliam Aristóteles e Platão…», apontando ainda para algo quase impossível nos nossos dias, tão manipulados: «uma política sem partidos, nem sequer o único, é a condição indispensável para que o reino se instaure…»
Em segundo lugar, com originalidade viu próximo o reino ou era do Espírito Santo, para o que contribuía tanto o seu franciscanismo (recebida em parte de Jaime Cortesão, que tanto valorizava a vivência simples de S. Francisco de Assis e dos espirituais que o seguiram) como os impulsos fraternos brasileiros, alguns sincretizados no candomblé, isto é, o que para o Brasil foi transplantado ou enxertado, nas tradições dos pagés índios ou na dos cristãos, das religiões ancestrais africanas, das quais aliás gostava de narrar um conto cosmogónico tribal do Ruanda no qual Deus, para evitar problemas, deixava uma parte ou imagem de si dentro do coração de cada homem e mulher, que a deveriam
consultar e desenvolver, numa “solução de tornar-se ao mesmo tempo transcendente e imanente (...) ou seja, que o Deus único, pode aparecer de várias maneiras, ser olhado com vários atributos e ter soluções diversas perante um problema».

14- Desta sua ampla transversalidade e abertura religiosa brota já em 1971 o desejo da criação de Cadernos Teológicos, ou talvez melhor Religiosos, afirmando: «não sou mais do que aprendiz de religião, uma espécie de catecúmeno, embora com duas convicções: uma, a central, alicerçada, além de tudo, pelo que meditei no candomblé da casa da grande Olga de Alaketu, e que é a da Fé que me liga às crenças joaquimitas e, portanto, às mais puras dos nossos povos de origem portuguesa ou aos portugueses aculturados, a segunda periférica, a de procurá-la e encontrá-la em todas as religiões, quer as do Deus ausente, quer as do Deus presente». Nesta segunda parte, a do Deus ausente, entenda-se a afinidade com o Taoismo e o Budismo Zen, que o auxiliava não só a manter-se no desprendimento e num certo vazio algo franciscano como a sentir que as descobertas da Física moderna confirmavam os dados dos místicos, dos iniciados ou da gente simples de coração. 15-Relembremos ainda que Agostinho da Silva consagrou, nesta linha ecuménica, três Cadernos de Divulgação aos Colóquios de Erasmo, à Utopia de Thomas More, e à vida de Vivekananda, o discípulo do notável místico Ramakrishna, grande defensor da unidade das religiões.
Aliás em 1986, confirmando a importância da sua sintonia com Ramakrishna (como eu vim muitos anos depois a relembrar e a palestrar em Calcuta, no Instituto de Cultura de Ramakrishna), escrevia: «ando muito pelas linhas de pensamento ou sentimento de um Ramakrishna ou de um Espinosa, sua contrapartida filosófica, de cristãos, maometanos, animistas e budistas ou hinduístas, que a todos desejaria abraçar naquele catolicismo, naquele universalismo».

Oiçamo-lo então ainda um pouco mais neste tema tão actual da religião universal (que é o significado etimológico de católico...), a do Espírito, sobretudo face aos surtos ocasionais de violência religiosa-racial ou a actos ou afirmações infantis ou irresponsáveis de alguns representantes das religiões, da política ou dos media: «Gosto de pensar um Portugal historicamente monoteísta e que estivesse frequentemente procurando o essencial do que já foi ou é, hebraico, cristão e muçulmano; mais ainda que pusesse, objectivo, o que as três religiões têm em comum; que o comparasse em seguida com toda a variedade oriental, africana e índia, e ainda aqui isolasse o comum, para não falarmos já de gregos ou romanos; que fizesse o esforço de sondar ateísmos, e que acabasse por ser o mistério e o silêncio que ficam.
   (... continua)  
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