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Novos ventos
de Maria
em 24 Nov 2011
A vida implica tais mudanças, que nos obriga, quer queiramos quer não, a fluir ao soprar dos ventos que, ora nos empurram para novos horizontes terrenos, ora para dimensões internas, abrindo porém, em ambos os casos, janelas para imagens inovadoras de contemplação e de atitudes.
Estes constantes impulsos, tanto nos aspectos internos como externos aos quais já estou habituada, oferecem-me sempre novas perspectivas ou mesmo realizações, tanto humana como espiritual. Encaro e vivo estas mudanças, como demandas ou peregrinações, rumo ao cumprimento da vida material e espiritual.
Depois de ter assentado física e materialmente - já que o espiritual não tem “poiso” a não ser no meu interior - nos últimos anos em Cascais, local donde irradiou o trabalho espiritual e intelectual para o exterior - e que desde já agradeço a todos os que comigo colaboraram e partilharam destas alegrias - vou finalmente deixar este lugar. Em Lisboa, mais propriamente em Belém, continuarei a desenvolver outras etapas de trabalho, sempre extensivo a todos aqueles que queiram colaborar, prosseguindo, principalmente, no estabelecimento do Mosteiro Budista Theravada, cabendo-nos a tarefa de instalar definitivamente os monges em Portugal, em Julho do próximo ano.
Para além de projectos universais, também há os pessoais, nomeadamente, na escrita, com o objectivo de publicar obra em 2012.
Aproveitando esta oportunidade de dar conhecimento desta mudança de lugar e, porque vou estar envolvida na azafama natural de troca de residência, será provavelmente esta a última crónica do ano, para falar da época natalícia que se aproxima. E embora, este Natal, seja mais do que qualquer outro, dentro dum contexto conturbado de “crise” financeira que a todos afecta, não deixará de ser uma ocasião abençoada para comemorar o nascimento de Cristo, pois essa passa pela interiorização, onde o tempo e os conflitos materiais não têm lugar.
A adversidade é ela, por si mesma, um grande impulso à evolução pessoal, impondo-nos desafios que nos tornarão mais fortes nas nossas capacidades mentais e espirituais. São desafios de mudança tornando a vida inconstante – é certo – mas que nos fazem despertar. Despertar, eis a finalidade da crise, tanto ao nível material como espiritual. Desejo assim, que esta evocação do Cristo a nascer em mais um Natal, contribua para novos estímulos para todos e a todos os níveis, nomeadamente o desabrochar do coração, para que possa haver também, o poder de aceitação naquilo que não podemos mudar.
Quando um Ser através de um impulso místico ou fervor amoroso o dirige a Deus, vitaliza e alcança certa capacidade vibratória que despoleta a chispa espiritual – abre nesse momento um portal espiritual dentro de si mesmo, de acesso a mais um degrau na integração aos elevados estados de Consciência.
No Coração de Deus acende a sua própria luz. São estes impulsos vibratórios de realização nos níveis mentais superiores e búdicos (planos de amor) que contribuem de forma concreta para maior autoconsciência, porque ao “tocar” esses planos elevados, sem dúvida há uma correspondência e uma resposta imediata, numa elevada ligação entre o homem e Deus. Fica estabelecido mais um elo na comunicação com Deus e isto é o que constitui o despertar!
Que o novo ano traga ventos refrescantes que ajudem à renovação do planeta e que os seus habitantes os saibam aproveitar para sua própria regeneração interior.
A todos desejamos um Feliz Natal
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