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Igualdade de ânimo

de Maria João Firme

em 05 Abr 2015

   Por vezes choramos ou, não chorando, deixamos os nossos músculos enrijecerem perante um sentimento de frustração avassalador, depois de uma expetativa frustrada ou de um amor traído, por exemplo. Se não tivéssemos criado expetativas tão elevadas, teríamos tido um desgosto menor. Ao termos gostado tanto dessa pessoa, gabámo-la, endeusámo-la, e elevámo-la aos píncaros de qualidades fantásticas, esquecendo-nos simplesmente que, tal como todos os outros seres, essa pessoa era humana. Um dia, simplesmente desiludimo-nos. Se não nos tivéssemos iludido, não seria necessário desiludirmo-nos. Quando as expetativas que criamos são demasiado elevadas, ao serem goradas, dispendem muita da nossa energia, que é esvaída em tristeza, deceção e sofrimento.

Contrariamente, noutras situações difíceis das nossas vidas, encaramos os factos e paulatinamente vamos procurando pequenas soluções, desenrolando o novelo que se nos apresenta; podemos olhar, cada dia, para uma dor mais suave, até ela se tornar apenas uma lembrança. Ao encarar a dor de frente, concedemos-lhe amorosamente a dança que nos pede, acertamos o passo e iniciamos uma coreografia de apaziguamento. Porque qualquer problema que se atravesse no nosso caminho requer uma atenção própria, pede-nos que o olhemos nos olhos, observemos o seu rosto, o seu ânimo e a vontade que traz consigo. O resultado é sempre uma aprendizagem. Para nós próprios, evidentemente.

Vamos adquirindo esta consciência mas, ainda assim, a nossa atitude perante a vida, quer por ser fruto da nossa ansiedade, da nossa memória celular, coletiva ou encarnatória, leva-nos quase sempre a uma reação emocional forte, perante alguns acontecimentos da vida. Continuamos a oscilar entre grandes alegrias e entusiasmos, ou razoáveis zangas, ressentimentos e tristezas. E isto acontece porque não nos posicionamos à distância certa, envolvendo-nos demasiado, e caíndo uma e outra vez, nas armadilhas do nosso ego.

Quando qualquer situação nos é dirigida, o nosso ego , matreiramente, sorri e prepara o isco – uma emoção forte é atirada em direção ao nosso temperamento, invadindo-nos e fazendo soar o alarme. Um pensamento básico como por exemplo o medo, dispara e arrasta consigo outros sentimentos, em catadupa, que mais não são do que ele próprio, dissimulado com muitos disfarces. Durante algum tempo, não seremos senhores de nós mesmos, teremos apenas pensamentos e sentimentos que comandam a nossa atuação. Ter consciência de que somos muito para além deles, é importante. Reconhecer quando se aproximam essas ventanias será o passo seguinte, por forma a criar algum afastamento na observação da situação e a posicionarmo-nos a uma distância adequada, de modo a não sermos derrubados mas sim a ondularmos com o vento.

Dessa forma cultivamos a igualdade de ânimo ou equanimidade perante as situações, pois só ela poderá levar a uma ação correta, tão necessária perante situações suscetíveis de provocar emoções fortes, quer tenham caráter negativo ou positivo. Afinal, nenhum acontecimento tem tanta importância assim, a não ser do ponto de vista do nosso egoísmo. Só quando nos mantemos à distância certa, não nos confundimos com os acontecimentos que surgem, nem cedemos às chantagens do nosso ego, trilhamos o caminho de uma real liberdade.
     


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