“Não há ninguém que tenha compreendido a verdade no seu todo. A verdade é uma riqueza infinita, inesgotável e pura. A verdade somente constrói. Da verdade emana a força exacta para silenciar a mentira e florescer o bem. A verdade é uma força poderosa e vivificante, que edifica, ilumina e sublima. A verdade não mede a vida pelos bens materiais e nem pelos cargos que os poderosos julgam ocupar, manipulando e agindo com a força do dinheiro.
Sem dúvida que, actualmente, faz bastante sentido o Budismo no Ocidente, apesar do fundador da sua doutrina ter vivido há já 2.600 anos. O que muito ocidentais admiram nos países do Oriente e Ásia, regiões onde, naturalmente, se desenvolveu o Budismo é sobretudo a serenidade com que as pessoas enfrentam os desafios da vida. A expansão da filosofia budista no ocidente vai no encontro dessa busca de paz, por uma razão lógica e consciente preconizada pela doutrina do Buddha. Hoje, a demanda espiritual assenta numa forma mais científica, que exige respostas concretas aos apelos interiores e as satisfaçam mentes mais descritivas e lógicas.
A oferta que o mundo mais materialista faz ao comum dos mortais para obter divertimento e felicidade baseia-se nos bens de consumo imediato, no supérfluo, que ora apresenta a face propagandista do barato e bom, ora pelo caro e extravagante. Há o aliciamento para todos os gostos. As campanhas políticas, eleitorais, têm contribuído em muito, para o descalabro do materialismo e da ilusão do viver em qualidade. Apregoam, que todos devem ter os mesmos direitos, não tendo em conta as circunstâncias e o valor pessoal de cada um. Aqueles a quem hoje se chamam, desfavorecidos, são os mais explorados, emocional e sentimentalmente, pelas ditas campanhas que abusam da ingenuidade humana, fazendo-os crer, que o ganho na qualidade de vida passa por obter sempre e mais, aquilo que os outros têm. É o incitamento constante ao ter, alienando pelo engodo da gratificação.
Neste breve resumo não é fácil encarar o tremendo problema que o amor desempenha no esquema evolutivo das coisas tal como ele é compreendido pelo homem tridimensional. Poderia escrever-se um tratado sobre isto sem esgotar o tema. Muita luz se obterá se pudermos meditar profundamente sobre as três expressões do Amor: o Amor expresso pela Personalidade, pelo Ego e pela Mónada. A Personalidade desenvolve o amor gradualmente por meio das etapas do amor ao eu, aos amigos, aos homens e mulheres, até chegar à etapa do amor à humanidade ou à consciência do amor grupal, característica predominante do Ego.
Nas raízes etimológicas gregas de mística, encontraremos os "mistes", os iniciados ou iniciadas, que praticavam o silêncio não só receptivo como depois até pela experiência indizível que obtinham no decurso dos Mistérios. Tal implica que, para além do corpo físico que temos ou do que vemos e experienciamos com os cinco sentidos e a mente, existem outros níveis de ser e dimensões que chegam até às profundezas ou alturas do Divino, os quais exigem contudo para se nos revelarem e tornarem compreensíveis que adoptemos modos de vida justos e práticas e estados intensificados de consciência...