Na maioria das pessoas os seus interesses não estão centrados; são dispersos e portanto, ambíguos e nada monopoliza sua atenção. Ocupam-se superficialmente dos assuntos, ou quando se interessam têm desvios de compreensão, dissipando energias e nenhum dos seus pensamentos adquire consistência apropriada para se fixar. As mentes não sendo claras devido aos pensamentos dispersos, criam nuvens de incerteza, quanto a objectivos ou resolução de problemas; a ordenação dos pensamentos exige certa concentração mental que se pode adquirir com a prática da meditação.
Ao considerarmos que as múltiplas formas de espiritualidade que se manifestam nos povos e pessoas têm as suas razões de ser, bem como as contextualidades ambientais e históricas próprias, acolhemos então riquíssimas tradições de espiritualidades, seja no âmbito das grandes religiões, seja nas das formas mais animistas e antigas, pois em todas elas há núcleos de práticas iniciáticas perenes, que modelam nos praticantes um caminho espiritual, balizado por ensinamentos, costumes, festividades, bem como por estados conscienciais de transformação, expansão, adoração e unificação...
Estimados amigos:
Aos que nos têm acompanhado neste projecto do Mosteiro Budista em Portugal, não só na procura de um local para instalar o Sangha (monges), como no suporte tanto financeiro quanto humano, expressamos o nosso melhor agradecimento. Aproxima-se a data da chegada dos monges a Portugal e as preparações para este evento estão em curso.
Nestes dias em que desejamos a chuva, mas ao mesmo tempo, já cheira a Primavera, os dias são maiores e a natureza não deixa que nos esqueçamos da chegada da próxima estação, tem-me ocorrido uma série de situações que, coabitando, parecem antagónicas e que a maior parte de nós, quando aponta ou refere umas, se esquece de outras.
Estamos perante uma grande mudança cultural e social, senão mesmo num limiar duma nova civilização. Quando as pessoas futurizam acontecimentos que influenciarão a humanidade numa mudança repentina, não dando pela grande mudança na qual estamos já vivendo, estão cegos ou adormecidos.
A transição do passado para o futuro já foi feita num presente tão fugidio que escapa ao menos atento. Deparo-me com a transição todos os dias, num mundo que ainda vou reconhecendo e noutro que me vou adaptando.