Será o futuro diferente do passado? Será a memória independente do vir-a-ser? Experiências acumuladas, sentimentos vividos, serão eles realmente diferentes daquela ‘projeção de expectativas’, a que chamamos futuro? Ou não corresponderão antes à ideia que temos dele? Nesse sentido, o futuro é o passado. Consequentemente, resta-nos aferir o facto de que essa percepção acontece sempre no presente. Logo, concluímos: Passado, Presente e Futuro, todos coincidem num só ponto: o intemporal momento presente.
Não é minha intenção fazer profecias, pois basta um olhar atento aos acontecimentos actuais, para logo entender os futuros passos da Raça Humana neste bendito, mas massacrado planeta. Há ainda, infelizmente quem enaltece conflitos bélicos, o que demonstra que muitas mentes funcionam de um modo mais retardado, fruto de um estado caótico consciencial. Por outro lado, aqueles que em suas análises criticam o estado evolutivo da Europa, ou melhor dizendo que ela estagnou, fazem-no por ignorância.
A natureza da própria Vida é o desapego, o contínuo fluir dos tempos. Assim, abstrata, podemo-la pensar como uma energia num incessante fluir, omnipresente, mas cuja natureza lhe permite evidentemente caracterizar-se como liberta (livre) e plena de amor, na sua impassividade pura.
A Vida caracteriza-se por três aspetos fundamentais: o facto de ser totalmente desconhecida, transitória e interdependente. Gautama Buda soube-o expressar através de duas terminologias-chave: Anatta (Não-individualidade) e Anicca (Transitoriedade). Ambas remetem para a não-identificação com a matéria, ou mundo das formas, sintetizando-se na investigação daquilo que perece e permanece como real.
A evolução espiritual de qualquer ser humano, tem como meta o amor incondicional. É uma lei universal da progressão humana pela realização interna, para que seja consciente dessa condição de vida superior. Quando tal acontece, o Ser irradia sobre si mesmo esse amor crístico, onde desenvolve simultaneamente uma capacidade mental de elevação do pensamento, bem como influencia com os seus raios quem se aproxime de si e tudo à sua volta. Todavia, esta capacidade humana e do seu efeito oculto no meio social, não é reconhecida pelos cépticos, ou mesmo nos meios mais científicos.
A meditação concede ao praticante a capacidade de dirigir a sua energia por um acto de vontade e agir construtivamente. É uma forma poderosa de absorver a sua própria atenção mentalmente para um objectivo que é o domínio de toda a energia quer física, quer espiritual. Através da meditação, pode libertar-se das ataduras dos sentidos e da sua própria vibração mais negativa para aceder a energias positivas e, gradualmente, obter a consciência do seu verdadeiro, Eu. Pode, desta forma penetrar em planos de maior dimensão espiritual e assim vir a libertar-se do seu eu de personalidade mais controlador.