Fundação Maitreya
 
O ser humano, a doença e o medicamento sintético

de Miguel Ledro Henriques

em 14 Out 2021

  Do pouco que o ser humano pode argumentar conhecer, ele é talvez o expoente máximo dos organismos manifestados conscientes na Natureza, tendo uma estrutura, função e funcionamento que deixam perplexo qualquer indivíduo que dedique algum tempo de pensamento ao assunto. O seu corpo físico é um conjunto de células e microorganismos que trabalham em sincronia, em constante comunicação, e é desta comunicação e da sua acção conjunta e em uníssono que resultam todos os processos do nosso corpo, e todas as acções – mentais ou físicas – que levamos a cabo. O nosso organismo foi talhado para isto ao longo do tempo que mencionámos, e está preparado para se manter em constante equilíbrio interno e com o meio exterior de forma a salvaguardar a sua integridade.

O que vai ser dito...
•O corpo Humano evoluiu em conjunto com as substâncias naturais ao longo de milhões de anos, de tal forma que muitas são fundamentais para o nosso funcionamento normal (ex: vitaminas e antioxidantes) e outras são uma incrível arma contra a doença (polifenóis) ;
•Os sintomas de doença são alarmes que indicam que estamos a fazer algo mal e os sinais de funcionamento dos nossos mecanismos de defesa, e estes são absolutamente essenciais para a luta contra toxinas e invasores;
•Os medicamentos sintéticos podem ter perigosos efeitos secundários, interferem e podem mesmo levar à paragem dos ditos mecanismos de defesa, permitindo ao invasor permanecer ou ficar acumulado, e inibindo a aprendizagem do sistema imunitário. Para além disso são eliminados pelo organismo, acumulando no ambiente e acabando por ser ingeridos por outros seres. Devem, portanto, ser utilizados com cuidado;
•O tratamento de doenças deve passar sempre primeiro por descobrir eliminar a causa e, então, dar pequenas ajudas ao organismo para potenciar os seus processos defensivos e homeostáticos (manutenção do equilíbrio) normais;

O corpo Humano
Vamos agora pensar em conjunto: o Ser Humano é o resultado da realização de um Universo com cerca de 13,8 biliões de anos, surgiu na Terra depois do reino vegetal, e tem evoluído com ele tendo mesmo integrado as plantas na sua constituição e na sua sobrevivência: necessitamos das suas vitaminas, enzimas, sais minerais e outros que tais, não só para ser saudáveis mas para sobreviver a um nível fundamental.
Os polifenóis são substâncias presentes nos vegetais, fruta, ervas aromáticas e medicinais, sementes, frutos secos e cogumelos (resumindo, produtos de origem vegetal) que têm efeito curativo e regenerador a nível celular, como está demonstrado há décadas e o tem vindo a ser cada vez mais nos dias de hoje (ver Plantas, fitoterapêuticos e a saúde).
O primeiro medicamento sintético foi criado em 1869 e introduzido no mercado como um sedativo. Desde então, a indústria farmacêutica elevou-se para ser uma das mais lucrativas do planeta. Ora, é óbvio e facto que em menos de 150 anos o nosso organismo não teve tempo de se modificar de forma a viver em harmonia com essas substâncias, como fizemos com os componentes das plantas ao longo de centenas de milhares de ano – isto é, as nossas células não têm instrumentos para utilizar, alterar e eliminar eficientemente aquilo que foi sintetizado. É também facto que, apesar de serem aproximações sintéticas de moléculas que interagem com células no nosso corpo (um processo parecido com uma chave a entrar numa fechadura, que depois desencadeia determinadas reacções), os medicamentos sintéticos não têm o mesmo efeito nem a mesma relação inócua com as células que teria uma molécula natural -- isto porque são aproximações, não iguais, do ponto de vista material, e não têm sequer em consideração as características energéticas da substância, sendo que vivemos num Universo em que tudo, primeiro, é energia. Para além disso, temos milhões de “fechaduras” iguais em células espalhadas por todo o corpo, e quando tomamos uma droga para um determinado efeito ela vai ser a “chave” que activa todas elas, e não apenas aquelas que pretendemos. E assim temos os efeitos secundários, alguns visíveis de imediato, outros acumulando-se insidiosamente de tal maneira que por vezes as pessoas, mais tarde, nem relacionam as suas novas e por vezes gravíssimas doenças com os medicamentos que estão tão habituados a tomar.

Do pouco que o ser humano pode argumentar conhecer, ele é talvez o expoente máximo dos organismos manifestados conscientes na Natureza, tendo uma estrutura, função e funcionamento que deixam perplexo qualquer indivíduo que dedique algum tempo de pensamento ao assunto. O seu corpo físico é um conjunto de células e microorganismos que trabalham em sincronia, em constante comunicação, e é desta comunicação e da sua acção conjunta e em uníssono que resultam todos os processos do nosso corpo, e todas as acções – mentais ou físicas – que levamos a cabo. O nosso organismo foi talhado para isto ao longo do tempo que mencionámos, e está preparado para se manter em constante equilíbrio interno e com o meio exterior de forma a salvaguardar a sua integridade.

Cada vez que algum estímulo nocivo tenta corromper o nosso corpo – seja por meio de microorganismos patológicos (bactérias, vírus, fungos), toxinas físicas (corpos estranhos) ou químicas (alergénios, químicos tóxicos, etc), traumatismos, excesso de calorias, etc – os nossos microconstituintes iniciam imediatamente processos de compensação com o objectivo de combater a ameaça e recuperar o equilíbrio, utilizando para isso um grande leque de células, substâncias sinalizadoras (que funcionam como mensageiros) e substâncias receptoras (funcionam como receptor da mensagem e transmitem-na para dentro da célula). A acção das substâncias sinalizadoras nos receptores funciona de forma semelhante ao conjunto chave-fechadura, como já referido, tendo cada sinal especificidades que serão reconhecidas e terão efeito apenas nos receptores correspondentes. Ora, todos estes mecanismos de combate às ameaças (imunidade) e de manutenção do equilíbrio orgânico (homeostase) são aprendidos pelo corpo principalmente durante os primeiros anos anos de vida, mas o processo continua também ao longo de toda a idade adulta, sendo comparável ao “treino de um exército” que ganhará novas armas e capacidades à medida que for encontrando inimigos com os quais combater, descobrindo a melhor forma de o fazer e memorizando-a para um próximo encontro com atacantes semelhantes – tornar-se-á assim progressivamente mais forte e resistente. Ademais, todos estes processos de combate e recuperação de equilíbrio manifestam-se de forma mais ou menos sensível através daquilo que conhecemos tão bem como sinais e sintomas. A dor, a febre, a comichão, o inchaço, são tudo expressões exteriores dos processos interiores de recuperação de equilíbrio do corpo.

Os medicamentos sintéticos, ainda que noutros tempos talvez tenham sido uma honesta tentativa de aliviar o sofrimento à luz do conhecimento que se possuía, utilizam-se agora descontroladamente pelo mundo fora com consequências devastadoras. Iremos, em alguns casos e mais adiante, expôr as particularidades de alguns dos fármacos mais abusados. Não nos entendam mal, não queremos dizer que tudo e em todas as situações é mau: na medicina de urgência, em doenças de carácter genético e para algumas doenças agudas pontuais, os medicamentos podem ter um benefício que ultrapasse o risco. Foi inclusive para isso que foram inicialmente criados, para utilização em último caso quando tudo o resto falha. Infelizmente, por razões que devem ser óbvias para todos, a toma de drogas sintéticas, sobretudo de forma crónica, é hoje um grave problema de saúde pública, sendo uma das maiores causas de morte nos E.U.A (e tenhamos em conta que a medicina convencional pratica em Portugal deriva em grande parte daquela) e contribuindo de uma forma assustadora para o agravamento da saúde mundial -- não só directamente através da toma voluntária, mas também indirectamente através da ingestão de água e alimentos contaminados com os metabolitos (restos dos medicamentos) eliminados pelos organismos, que as tecnologias actuais de purificação de água não têm capacidade para filtrar.
Ora, eliminar os sintomas significa esconder o que o corpo nos está a tentar dizer e interferir com os mecanismos normais de imunidade e homeostase, por vezes levando-os mesmo a parar. Como efeito imediato, temos, claro, uma diminuição da sintomatologia e portanto um alívio, algo que todos procuramos rapidamente nos dias de hoje. A médio e longo prazo, no entanto, tal provocará vários problemas:

•Levará a uma lentificação ou mesmo paragem das nossas defesas e processos regulatórios, o que permite ao estímulo nocivo manter-se, agravar-se ou mesmo acumular-se no corpo, ficando latente até uma próxima oportunidade de ataque;
•Impedirá a imunidade e homeostase de aprender como lidar da melhor maneira com cada caso, e portanto no futuro não estará melhor preparado, mas sim pior, pois ficou “habituado” a ter ajuda;
•A utilização crónica e muitas vezes mesmo isolada de drogas sintéticas tem efeitos secundários indesejáveis, que podem ser graves e se vão acumulando insidiosamente no nosso organismo;
Mais uma vez, não se defende a eliminação da utilização de drogas sintéticas, mas sim a utilização muito particular, direccionada, cuidadosamente pensada e em situações de urgência ou quando tudo o resto falha.

O diagnóstico de doenças através de uma só análise sanguínea representa também um grande problema: o sangue é o fluído que transporta os nutrientes para todos os locais do corpo onde são necessários, pelo que o organismo está constantemente a tentar manter os níveis daqueles dentro de uns valores biologicamente aceitáveis nesse “rio” do corpo. No entanto, e por causa disto, os valores isolados de análises de sangue são altamente variáveis até mesmo ao longo do dia, e muito pouco representativos dos valores reais nos tecidos e órgãos que precisam dos nutrientes para funcionar: estes podem apresentar défices ou excessos mesmo quando os valores no sangue são “normais”. Análises mais adequadas seriam, por exemplo, a medição de minerais no cabelo, ou de vitaminas nos linfócitos (células imunitárias que apresentam concentrações de muitos nutrientes verdadeiramente representativas do que se passa no organismo), análises que já se efectuam no âmbito da chamada medicina funcional, mas que ainda têm valores muito elevados por não serem comparticipadas pelo estado.

O mito do aumento da longevidade e verdade sobre a esperança média de vida

Um argumento muito comum nos dias de hoje é que a nossa esperança média de vida aumentou muito à custa deste tipo de medicina, e que há mais doenças apenas porque vivemos mais tempo. Basta estudar mais aprofundadamente este assunto para descobrir que simplesmente tal não é verdade! Aliás, a esperança média de vida aumentou, mas pouco, e não a longevidade (que se mantém há mais de 2000 anos!!!) – à custa de melhoria de acesso a necessidades básicas, factores genéticos e ambientais, e não da medicina, como iremos ver:

•O valor da esperança média de vida é calculado como o número médio de anos que uma pessoa pode esperar viver quando nasce. Antigamente, muitas crianças morriam à nascença ou durante os primeiros anos de vida (por falta de acesso a necessidades básicas como aquecimento, alimentação, higiene), pelo que média calculada para uma população descia drasticamente, apesar de que quem chegava à idade adulta vivia até em média até muito tarde – 70/80 anos. A esperança média de vida tem aumentado sim, mas há custa principalmente da melhoria do acesso às necessidades básicas como água, luz, habitação e alimentação saudável, o que se traduz logo à partida por uma sobrevivência muito mais alta nos primeiros anos de vida;
•Diz-se muito “E os antibióticos? Dantes morria-se muito por infecção!”. É verdade, mas também é facto que houve uma grande diminuição do número de mortes por infecção exactamente antes da descoberta do antibiótico, que se deveu portanto e mais uma vez à melhoria de acesso a necessidades básicas e outros factores, e que nalguns países que realizaram estudos nesse sentido não tem havido uma diminuição significativa da mortalidade por infecção apesar da utilização de antibióticos;
•Os números de doentes crónicos e agudos têm aumentado em muitas doenças por faixa etária, ou seja, não por aumento da esperança média de vida, mas directamente por aumento do número de doentes em cada idade, apesar das “evoluções” da nossa medicina. Atenção, contudo, que temos que ter em conta que hoje a recolha de dados é mais fácil, pelo que este factor também contribuirá com algum peso para aquele aumento, ou seja, pessoas que dantes não tínhamos forma de saber se estavam doentes, hoje temos;
•De 1998 a 2006 a esperança média dos cidadãos dos E.U.A (utilizam-se os dados deste país porque são os que existem em melhor quantidade e qualidade, e o nosso país tem-se aproximado da sua dieta, estilo de vida e utilização de fármacos à daquele) aumentou um ano mas, por outro lado, as pessoas passaram de viver em média de 10 anos doentes para 13, sofrendo nos últimos anos de vida de problemas que os impedem de sair movimentar-se, de falar, e até mesmo de sair da cama;

Medicamentos sintéticos

Ora, é mais do que óbvio que, em menos de 150 anos, o nosso organismo não teve tempo de se adaptar à utilização de substâncias sintéticas, contrariamente ao que acontece com as substâncias naturais com as quais lidamos desde o princípio dos tempos. Além disso, como já vimos, um medicamento sintético terá efeitos em muito mais locais do corpo do que aquele que é o alvo, e daí vêm uma grande parte dos efeitos secundários. Sabe-se ainda que, apesar de estruturalmente idênticas (mas mesmo assim nunca iguais) a substâncias que já existem no nosso organismo, esquecemo-nos constantemente do lado energético da realidade, e a física já demonstrou há décadas que há particularidades energéticas das moléculas sintéticas que as diferenciam das naturais e podem estar relacionadas com doença (p. ex, todas as moléculas que existem giram constantemente para a esquerda ou para a direita (o que se denomina quiralidade química), e numa substância há sempre algumas a girar para um lado e outras para o outro – chama-se a isto mistura racémica. Quando a substância é sintética, as proporções são muito diferentes das que existem na natureza, e está demonstrado que isto está relacionado com maior prevalência de doença.
Repetimos ainda, mais uma vez, que aqui não se defende a eliminação completa e abrupta da utilização do medicamento sintético mas que, à vista das consequências, devem ser utilizadas em situações muito particulares, em situações de urgências ou quando tudo o resto falha.
Há centenas de estudos científicos que demonstram inequivocamente que uma alimentação baseada nos produtos de origem vegetal são, não só é uma das melhores e mais infalíveis estratégias de prevenção de doenças, como tem a capacidade de tratar a hipertensão, as placas ateroscleróticas (placas que se formam nas artérias e que são as principais responsáveis por enfartes e AVC´s) a diabetes, o colesterol alto, doenças auto-imunes e outros problemas.
Da mesma forma, há centenas de estudos científicos a demonstrar inequivocamente uma associação íntima entre os produtos de origem animal, a comida processada e os açúcares adicionados e quase todas as doenças que assolam a população nos dias de hoje!

O que se disse:

•O corpo Humano evoluiu em conjunto com as substâncias naturais ao longo de milhões de anos, de tal forma que muitas fazem parte do nosso funcionamento normal (ex: vitaminas e anti-oxidantes) e outras são uma incrível arma contra a doença (ex: polifenóis);
•Os sintomas de doença são alarmes que indicam que estamos a fazer algo mal e os sinais de funcionamento dos nossos mecanismos de defesa, e estes são absolutamente essenciais par a luta contra toxinas e invasores. Devem, portanto, ser utilizados com parcimónia e apenas em último caso;
•Os medicamentos sintéticos podem ter perigosos efeitos secundários, interferem e podem mesmo levar à paragem dos ditos mecanismos de defesa, permitindo ao invasor permanecer ou ficar acumulado, e inibindo a aprendizagem do sistema imunitário. Para além disso são eliminados pelo organismo, acumulando no ambiente e acabando por ser ingeridos por outros seres. Devem, portanto, ser utilizados com cuidado;
•O tratamento de doenças deve passar sempre primeiro por descobrir eliminar a causa e, então, dar pequenas ajudas ao organismo para potenciar os seus processos defensivos e homeostáticos (manutenção do equilíbrio) normais.


Miguel Ledro Henriques
Médico - Mestrado em Medicina |NOVA Medical School
Auto-regulação emocional, meditação, raja yoga - Swami Center
Especialista em desenvolvimento transpessoal - Escola Transpessoal
Instrutor de coerência cardíaca - Heartmath Institute

Bibliografia
• Antipyretic therapy: physiologic rationale, diagnostic implications, and clinical consequences; Plaisance KI, Mackowiak PA
• http://www.livescience.com/10569-human-lifespans-constant-2-000-years.html
• Evolution of the Human Lifespan, Past, Present, and Future: Phases in the Evolution of Human Life Expectancy in Relation to the Infl ammatory Load; CALEB E. FINCH William F. Kieschnick and ARCO Professor in Gerontology; University Professor Davis, School of Gerontology University of Southern California
• The Effect of Antibiotics on Mortality From Infectious Diseases In Sweden and Finland, ELINA HEMMINKI, MD, AND ANNELI PAAKKULAINEN, MSSC
• The evolution of disease: anthropological perspectives on epidemiologic transitions; Molly Kathleen Zuckerman, Kristin Nicole Harper, Ronald Barrett, and George John Armelagos;
• Screening pharmaceuticals for possible carcinogenic effects: initial positive results for drugs not previously screened; Gary D. Friedman, Natalia Udaltsova, James Chan, Charles P Quesenberry, Jr., and Laurel A. Habel;
• Screening prescription drugs for possible carcinogenicity: eleven to fifteen years of follow-up; Selby JV, Friedman GD, Fireman BH;
• https://www.britannica.com/science/isomerism/Chirality-in-natural-and-synthetic-materials;
• http://www.webdc.com/pdfs/deathbymedicine.pdf
   


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