Fundação Maitreya
 
Aspectos da Iniciação

de Alice Bailey

em 29 Abr 2022

  A Iniciação, ou processo de expansão da consciência, faz parte do processo normal do desenvolvimento evolutivo, encarado de um ponto de vista mais amplo e não do ponto de vista do indivíduo. Quando analisada do ponto de vista individual, passou a ser limitada, até o momento em que a unidade em evolução definitivamente aprende que (em virtude do seu esforço próprio, auxiliado pelos conselhos e recomendações dos Instrutores atentos da raça) alcançou um ponto em que possui determinada gama de conhecimentos de natureza subjetiva, do ponto de vista do plano físico. É na natureza daquela experiência que um estudante de uma escala compreende, repentinamente, ter dominado uma lição e que a lógica de um tema e o método do procedimento lhe pertencem para seu uso inteligente. Estes momentos de assimilação inteligente acompanham a Mónada em evolução, através de sua longa peregrinação.

O que foi até certo ponto mal interpretado neste estágio de compreensão é o fato de que, em vários períodos, a ênfase é posta nos diferentes graus de expansão e a Hierarquia sempre se esforça por conduzir a raça até o ponto em que as suas unidades terão alguma ideia do próximo passo a ser dado.

Cada iniciação representa a aprovação do aluno para um curso mais adiantado na Câmara da Sabedoria, marca o brilho mais intenso do fogo interior e a transição de um ponto de polarização para outro; possibilita a conscientização de uma crescente união com Tudo que vive e a unidade essencial do Eu com todas as demais unidades. Resulta num horizonte que se expande continuamente até abarcar a esfera da criação; é urna crescente capacidade de ver e ouvir em todos os planos. Representa maior consciência dos planos divinos para o mundo e maior habilidade de penetrar naqueles planos e desenvolvê-los.

É o esforço, na mente abstrata, para ser aprovado num exame. Representa a melhor turma na escola do Mestre, está ao alcance daquelas almas cujo carma o permite e cujas esforços são suficientes para a consecução do objetivo. A Iniciação conduz até a montanha de onde se pode conseguir a visão, urna visão do eterno Agora, no qual o passado, o presente e o futuro, coexistem como urna unidade; uma visão do espetáculo das raças, como o fio dourado da linhagem transmitido através de inúmeros tipos; una visão de esfera dourada que encerra, em uníssono, todas as inúmeras evoluções do nosso sistema, o dévico, o humano, o animal, o vegetal, o mineral e o elemental, e através dos quais a vida pulsante pode ser vista claramente, batendo em ritmo regular; uma visão do pensamento-forma do Logos no plano dos arquétipos, uma visão que cresce, de iniciação em iniciação, até abarcar todo o sistema solar.

A iniciação conduz até aquela torrente que, uma vez nela integrado, impulsiona um homem adiante, até os pés do Senhor do Mundo, os pés do seu Pai no Céu, os pés do Logos trino. A Iniciação conduz à caverna entre cujas paredes se conhecem os pares dos opostos e onde é revelado o segredo do bem e do mal. Conduz até a Cruz e o sacrifício, que terá de ocorrer antes que se possa alcançar a libertação completa e que o iniciado esteja livre dos grilhões da terra, não estando preso a coisa alguma nos três mundos. Conduz através da Câmara da Sabedoria e coloca nas mãos do homem a chave de todas as informações, sistêmicas e cósmicas, em sequência graduada. Revela o mistério oculto que jaz no coração do sistema solar. Conduz de um estado de consciência para outro.

Na medida em que se penetra em cada estágio, processa-se um alargamento do horizonte, a visão se amplia e a compreensão é cada vez maior, até a expansão abarcar um ponto onde o ego engloba todos os seres, inclusive todo que está “em movimento e imóvel”, conforme consta de uma antiga Escritura. A Iniciação envolve cerimônia. É este o aspecto que foi enfatizado nas mentes dos homens, talvez excluindo um pouco o verdadeiro significado. Basicamente envolve a capacidade de ver, ouvir e compreender e de sintetizar e correlacionar o conhecimento.

Não abrange, necessariamente, o desenvolvimento das faculdades psíquicas, mas proporciona a compreensão interna que vislumbra o valor subjacente das formas e reconhece a finalidade das circunstâncias ambientais. É a capacidade que percebe a lição a ser aprendida em qualquer ocorrência e acontecimento e, através destas compressões e reconhecimentos, a leva ao crescimento e à expansão, a cada hora, semana e ano. Esse processo de expansão gradual — o resultado de um esforço definido, do pensamento reto e da conduta reta do próprio aspirante — e não de algum instrutor oculto realizando um oculto ritual — conduz àquilo que poderíamos denominar de uma crise. Nesta crise, que requer a ajuda de um Mestre, processa-se um ato definido de Iniciação, o qual (atuando sobre determinado centro) produz um resultado em algum corpo. Sintoniza os átomos em determinada vibração e possibilita que seja alcançado um novo ritmo. Esta cerimônia de iniciação representa um ponto de realização.

Não culmina na espiritual, como com tanta frequência se interpreta de maneira errónea. Representa simplesmente o reconhecimento, pelos Instrutores alertas da raça, de um ponto definido na evolução alcançada pelo aluno, e resulta em duas coisas:

1. Uma expansão da consciência que leva à personalidade até a sabedoria alcançada pelo Ego e, nas iniciações mais altas, até a consciência da Mónada.

2. Um breve período de iluminação, no qual o iniciado vê a parte do Caminho a ser palmilhado diante dele e no qual compartilha, conscientemente, do grande plano de evolução.

Após a iniciação, o trabalho a ser feito consiste, grandemente em tomar aquela expansão da consciência parte do equipamento de uso prático da personalidade e em dominar aquela porção do caminho que ainda precisa ser coberta.

Extrato do Livro "Iniciação Humana e Solar
   


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