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Arte
de Diogo Castelão Sousa em 10 Dez 2022 ![]() As suas obras são, portanto, uma ‘extensão’ da sua consciência que, ao estar possuída por este ou aquele objeto, se vê na obrigação de purificar certas emoções através da catarse sob o formato artístico. Assim, tais influências são exercidas sobre os ouvintes mais susceptíveis, que partilham semelhantes interesses ou sentimentos. Contudo, se porventura algum escritor, compositor ou pintor fica ligado permanentemente a um estado consciencial superior, evidentemente espelhar-se-á na sua obra de arte, seja qual for a sua natureza, uma vez que o motivo parte do contributo para o bem universal, através de fins altruístas, ao mesmo tempo associado à elevação a uma atitude imparcial. O contraste é evidente com a obra de arte que reflete um estado consciencial aflitivo, cheio de desejos contraditórios. Como tal, é preciso discernir através dos rótulos. Ainda que ‘arte’ para muitos signifique muitas coisas, torna-se imperativo reconhecer e captar a ‘vibração’ de uma obra artística (e.g. qualidade interna), de forma a assinalar o seu contributo subjetivo (oculto) para o estado consciencial do receptor. Assim, a arte cumpre o seu serviço mais elevado quando transcende o transitório, tocando o ‘Intemporal’. A obra intemporal é a obra que transcende o tempo através do seu valor artístico, humano e divino, conquistando a imortalidade ao tocar a essência que subjaz a todo o lugar ou tempo. Assim, tal obra define-se por ser um centro ou núcleo de energias que contribuem positivamente para a elevação da atitude do espectador; tal obra perdura igualmente ao longo dos séculos pois apesar de estar vinculada a determinado contexto histórico, ‘liberta-se’ dele pelo facto da sua mera presença artística garantir o seu estatuto de grandeza universal. Torna-se aparente, inclusive, como em nossos corpos é possível observar o efeito benéfico e ‘terapêutico’ que exerce ao tocar-nos o coração, abrindo-nos a dimensões e planos diferentes de contemplação, que permitem o discernimento do valor e a subtileza da obra. Assim, ao contrário de uma certa opinião corrente, constata-se que a Arte, partindo da aceção da existência de estímulos superiores, é rara e não comum, dado advir de um estado consciencial elevado, que exige a purificação de certos sentimentos e pensamentos comuns à maioria. Isto permite concluir que, naturalmente, a obra de arte começa pela atitude que o artista desenvolve perante a vida e termina no espectador, que reconhece ou intui tais ‘vibrações’, estimulando-o a elevar-se ou cumprir com novos padrões de vida. A arte, como tal, é indissociável da vida. Aquele que começa por trabalhar no dia-a-dia as pequenas ações de forma a elevá-las a um novo estado consciencial, é aquele que um dia será capaz de produzir as mais belas obras de arte. Feliz natal ![]() |
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