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Curso de Meditação 1ª Lição
de Maria Ferreira da Silva em 26 Mar 2020 ![]() Não é só a negligência ao nível mundial dos governantes que não cuidaram dos sistemas de saúde para os cidadãos e, que nem tão pouco souberam prevenir com os equipamentos necessários, embora estivessem avisados, tanto pela comunidade científica, como pelo desencadear galopante de contágio do Covid-19, já há meses na China. É também a negligência ao nível pessoal que contribui para fragilizar o ambiente mental e espiritual da humanidade e assim fomentar aberturas que contrariam as energias pranicas, as quais, existem no planeta para o nosso bem viver ou respirar. Mas não é minha intenção dar lições de moral, lições sim, mas de algo prático e útil para ajudar aqueles que sentem o apelo para meditar, pondo à vossa disposição as nove lições que fazem parte do livro “Guia de Meditação”, para que cada um possa desenvolver os passos da meditação pessoalmente. Resta-me desejar que se protejam a todos os níveis não descurando, principalmente, uma prática espiritual. Nesta mesma Secção, “Meditação”, encontrarão as restantes lições. Boa prática! Dhāraṇa - Concentração Desta forma, só o estudo teórico, e a prática dos āsanas e do prāṇayāma não levam à realização; serão superficiais, se não se completar com a Meditação, passo fundamental, onde se desenvolve a atitude interior e exterior correcta. Geralmente, associa-se o Yoga à prática de movimentos do corpo, o āsana, mas Yoga é principalmente um método de Meditação, que conduz à iluminação e os exercícios são apenas um complemento. A palavra Yoga quer dizer, Meditação. Yoga deriva da raiz “yuj”, que significa (ligar unir). O que se pode unir? A Alma humana ou Jīvātma, que na tradição oriental é uma faceta ou expressão da Alma Suprema, Pāramātma ou Mente Divina. Yoga é a união de Jīvātma a Pāramātma. É pela Meditação e mediante a suspensão dos pensamentos, que se pode atingir a União por meio da Vontade: concentrar a mente em si mesma pela vontade interior é Yoga. Meditar é pois dirigir a mente para o Objectivo. Não é deixar a mente à mercê da influência ambiental e astral. Meditar é capacitar a mente a restringir os pensamentos e só esse método sobre a mente, é que a educa e eleva a consciência. Os primeiros passos no Caminho da Meditação Nos Yoga Sūtras de Patañjali, por exemplo, encontramos as três práticas fundamentais: o Estudo, que inclui a leitura de textos sagrados e a investigação, o Prāṇayāma e o Āsana, respectivamente a prática da respiração, as posturas do corpo, e a Meditação. Patañjali, filósofo indiano do século VI, elaborou um sistema (descrito nos Yoga Sūtras) que abrange práticas de todas as filosofias da Índia, sendo por isso conhecido como o Rāja Yoga ou Yoga Real. A prática do Yoga Real, tem como base a Meditação, e permite aumentar a percepção para se avaliar e observar com objectividade o mundo interior que lentamente vai desabrochando, revelando novos estados de Consciência. A Meditação, Yoga consiste na prática de um método organizado especificamente para alcançar a Verdade. É também científico, porque possibilita um modo próprio de investigação (provado por si mesmo) e só essa experiência conduzirá ao Conhecimento que, em estados adiantados de Consciência, se chama iluminação. Meditação é a mística arte do auto-domínio. É o caminho que leva a uma atitude superior de viver. Portanto, a Meditação permite a experiência directa (experiência no sentido de vivência consciente da vida) e a sua prática envolve um método progressivo de pesquisa que passa pela espontaneidade interior de cada um, e abre o caminho através das diferentes camadas da mente para o conhecimento não só da origem, como da essência da vida no Universo. Porém, a Meditação não é um método fácil e imediato para se obterem respostas aos desejos, ambições ou adivinhações do futuro, mas é uma prática que se vai integrando na vida, e que produz o efeito de acordo com a perseverança e a honestidade que cada um tem para consigo próprio. A Meditação conduz ao equilíbrio, à serenidade, ao Meditar é pois uma atitude interior e solitária que requer certas condições: O isolamento: atitude de intimidade consigo mesmo. O espaço: boas condições para respirar e orientação com respeito ao Sol. Conforto: à vontade, em roupas cómodas. Se em grupo: respeito pelo silêncio. Bom funcionamento do aparelho digestivo: hábitos alimentares de qualidade. Na realidade, para meditar é necessário uma pré-disposição de vida, de ideais e de aspiração espiritual. Requer-se pureza, desde o corpo físico à mente, e com restrições que passam pelos hábitos mais perniciosos, ou mesmo renunciar-se a certos prazeres inúteis. A purificação também pode resultar do próprio processo da Meditação e gradualmente vão-se destruindo os bloqueios mentais e psíquicos; contudo isto leva mais tempo. O caminho espiritual é feito de decisões internas e é imprescindível a determinação. A auto-determinação é necessária na afirmação de um caminho de vida, mas só a qualidade das acções determinará a qualidade do caminho. Há certas horas do dia mais propícias à Meditação; de manhã ao acordar, antes das refeições e ao deitar. Depois de uma refeição é inútil sentar a meditar, é uma perda de tempo. Durante horas, o estômago concentra as principais energias para a digestão, e na mente, a força para meditar diminui consideravelmente. Também comer demais bloqueia o cérebro e, por consequência, cria obstáculos à Meditação. Porém, jejuns exagerados podem provocar carências de elementos no cérebro e a Meditação não resulta. Banir o álcool é fundamental para se obter estados mais puros e claros em Meditação, já que o álcool interfere nos mecanismos cerebrais bloqueando-os, e atrai certas vibrações astrais que influenciam e baralham a mente de quem bebeu e pretende meditar, mesmo que tenha ingerido o álcool há muitas horas. Está fora de questão o álcool e a Meditação. São incompatíveis! As considerações já citadas pertencem ao conhecimento e postura exterior. Quanto à atitude interior é sobretudo necessário estabelecer a sua própria disciplina e não a imposta por outrem. A disciplina tem de partir do seu próprio biorritmo, tentando acompanhar o mais possível o ciclo da Natureza. O Sol quando desponta, desperta a natureza para a vida, e nós também somos a Natureza. Quando o Sol se põe é para os seres repousarem. (Consultar o livro “O Silêncio”). Ter um objectivo para meditar é bastante importante. Com qual desta lista mais se identifica? Aspiração espiritual e como meta o Conhecimento de Deus? Pretende-se a pureza corporal, psíquica e espiritual? Com que fim? Dominar a própria mente e descobrir mais inteligência? Para expandir a Consciência no conhecimento de si e da vida? Necessidade de realizar conscientemente o seu próprio Eu, Espírito? São questões fundamentais para se encontrar um guia, um sentido. Infelizmente, hoje em dia, considera-se a Meditação como um meio de relaxamento, porém ela é uma forma bem profunda de ligação ao Divino, portanto um acto místico ou religioso. 1º passo da Prática O primeiro passo para a auto - mestria da Meditação é aprender a Concentrar a mente. A mente da maioria das pessoas é dispersa, fluindo em várias direcções sem objectivo. A Concentração é a base para a Meditação. Depois da leitura desta 1ª lição, feche os olhos e observe a calma mental que usufrui... mas logo os pensamentos vão fluir... Sente-se então numa posição confortável, com a coluna direita e os olhos fechados. Numa atitude solene, concentre a mente em si mesma e tome consciência dos pensamentos que afloram à mente, observe-os... depois conforme eles vêm, retire-os. Praticar este exercício duas a três vezes por dia, cinco minutos que seja, ajudará a Concentrar a mente encaminhando-a para a Meditação. Este é o primeiro passo que lhe deixamos para praticar: a Concentração. ![]() |
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