Fundação Maitreya
 
A Eterna Sabedoria

de Maria

em 23 Abr 2007

  Ao falarmos de personagens históricas, sejam elas filósofos, místicos, reformadores religiosos, Messias e Profetas, e da nobre atitude que tiveram frente aos seus próprios ensinamentos, verificamos quanta sabedoria guiava as suas vidas. Ela derivava não só da elevada realização já efectuada em encarnações anteriores, mas também do esforço da vida presente. E legaram à humanidade não só a Sabedoria como a forma ou fórmula de se obter a felicidade de uma consciência elevada, através do amor, devoção e desprendimento.

Introdução

Eles ensinaram como desenvolver virtudes tanto pelo recolhimento e ascese, como pela acção e devoção e, sem dúvida transmitiram cânticos ou louvores ao Amor Divino, pois todos os iluminados aqui mencionados tocaram na Essência Divina e não importa o nome que lhe deram, pois se uns foram capazes de a verbalizar, outros transmitiram-na pelo silêncio.
Neste modesto trabalho comparativo das principais doutrinas surgem também os Estóicos e os Jainas, pois reconheci neles tantas semelhanças de ensinamentos e regras de viver, que fiquei maravilhada pelo encontro destas duas correntes filosóficas ou religiosas tão afastadas no plano geográfico, contudo, tão perto quanto aos estados de Alma.
Já quanto ao Budismo comparei-o apenas nas suas próprias escolas, pois existem muitas diferenças entre elas que vou tentar esclarecer bem como aprofundar as interpretações.

No Cristianismo, que no seu começo está fundido com o Judaísmo, e nasce no seio dos próprios Judeus encontram-se forçosamente ideias comuns. Contudo, distanciando-se um do outro conforme se afastavam no espaço geográfico, estabelecendo-se por fim o Cristianismo no Ocidente, baseado sobretudo na crença dos Judeus no messianismo de Jesus.
Ao contrário de que aconteceu com Buddha, Zenão e Mahāvira, que procuraram a via da libertação e depois então se tornaram grandes Sábios e Iluminados, Jesus trazia já um elevado grau de iluminação. A sua atitude em relação à própria existência e à morte é profundamente original. A sua relação com Deus não resulta da fé, mas da convicção da Sua Existência. Foi a personificação avatárica do Amor e do Poder de Deus.

O Amor é aquela energia que transforma tudo e, quando um ser se prontifica (sacrifica) a ser veículo do Amor Divino para a humanidade, esse Amor flúi desse Ser como Emanação de Deus para os outros provocando reacções subtis naqueles que a recebem. O Amor é em si mesmo a Presença de Deus, irradia não importa para quem, mas principalmente destina-se a transformar e a suavizar a dureza dos corações dos homens. Em todas as religiões e doutrinas se fala de Amor, e se há as que incorporam nos ensinamentos uma ligação directa a Deus, é porém, ainda difícil à maior parte da humanidade fazer essa ligação individualmente. E uma forma de impulsionar mais rapidamente os outros à evolução mental e espiritual é pela acção exterior, através da irradiação do Amor, sacrificando-se pela humanidade. No entanto, só poderá de facto fazê-lo eficazmente quem no seu interior já realizou o auto-domínio e a pureza de intenções, para que o envolvimento com os outros seres e com o mundo não o faça perder o seu controlo e a sua serenidade.
Os sábios aqui mencionados foram mediadores entre os homens e Deus; contudo, eles também ensinaram, a quem está pronto, a fazê-lo por si mesmo. Cristo foi um exemplo de grande firmeza e fundamentalmente demonstrou a ligação superior que o mantinha. Falou da Divindade ao ponto de se auto-reconhecer como tal, incitando os outros a fazê-lo da mesma forma, pois quando a fé e a devoção estão bem integradas num ser, e o Conhecimento de Deus é mais profundo, há uma razão Consciente ou uma certeza absoluta da Sua Existência. O Conhecimento de Deus faz parte de um estado inteligente, coexistindo ao mesmo tempo no coração um bálsamo realizado nas profundezas do ser. Conhecer Deus é um Saber inteligente.

Viagem Entre Religiões
Critica de José Sousa Machado
Foi lançado em 2002 com a chancela da Editorial Minerva, o quinto livro de Maria, intitulado “A Eterna Sabedoria” uma digressão iniciática da autora entre algumas das principais religiões e práticas meditativas actuais, confrontando-as entre si e relacionando-as também com o Jainismo e a filosofia Estóica.
É um livro curioso e, em alguns aspectos, polémico, que apresenta genericamente a qualidade invulgar de fornecer um testemunho pessoal da vivência espiritual de Maria, que é grande e sedimentada sobre uma profunda e prolongada busca de aperfeiçoamento interior e contacto com as realidades supra-naturais e / ou com os planos superiores do espírito. Neste seu longo caminho espiritual Maria, a exemplo de tantos outros mestres (Ficino e Pico dela Mirandola, por exemplo), não se restringiu a um único credo ou religião, partindo do pressuposto de que no fundamento todas as religiões e todas as práticas espirituais bebem na mesma fonte, competindo a cada ser humano estruturar a sua relação particular com o sagrado.
Em A Eterna Sabedoria Maria compilou alguns textos autónomos com textos sobre religiões. O livro abre com um texto sobre a Sabedoria a que se segue com uma análise do Cristianismo e do Judaísmo a parte mais polémica deste volume. Segue-se depois um texto no qual a autora relaciona o Jainismo com a filosofia estóica, um outro capítulo sobre o Budismo e finalmente um último capítulo sobre o Yoga e o Advaita Vedānta. A corrente unificadora de toda esta diversidade de práticas espirituais poderemos encontrá-la numa implícita abordagem esotérica ou iniciática, na qual o progressivo despojamento e desprendimento relativamente ao plano material, vai sendo substituído pela plenificação da dimensão espiritual. Não é um livro para neófitos, porque a autora não se detém excessivamente sobre a fundamentação teórica dos conceitos e práticas que refere, optando muitas vezes pela descrição intuitiva de certos estados de consciência sobre os quais fala. A abordagem que Maria faz do Cristianismo não corresponde de todo à perspectiva de um católico e é nesse sentido que considero o livro polémico.

Seguem-se algumas passagens do livro:

“A Missão de Jesus”
“Para alguns Cristãos a grande mensagem de Jesus foi dada através do sacrifício da sua morte, pois acreditavam que Cristo veio para redimir os pecados do mundo. Contudo, a crucificação não foi o culminar do sacrifício de Jesus vir à manifestação, mas foi este o modo mais directo e evidente de consciencializar os seres para o mais importante que era, após a morte, a sua Ressurreição em Espírito. Com efeito esta não se tratou de uma presença em forma física, mas uma imagem ou aparição em forma etérica, que mostrou como a vida se prolonga após a morte, ficando a Ressurreição como uma das crenças cruciais do Cristianismo. Ela representa o prolongamento da vida em Espírito e na realidade a imagem de Jesus Cristo tem-nos acompanhado ao longo dos séculos, pois é nos planos etéricos e no seu corpo subtil espiritual, que Jesus se tem mostrado aos seres que se preparam para o ver nesses níveis. Ele impulsiona a humanidade através daqueles que desenvolvem as suas capacidades de clarividência, e O vêem e sentem nos planos espirituais, como tantos místicos e místicas O viram e ainda hoje, as pessoas mais sensíveis, beneficiam da Sua Presença ou Irradiação.”
“O Yoga e o Advaita Vedānta”
“Dando continuidade à ideia de evolução espiritual dos povos no Ocidente mencionada em capítulos anteriores, vemos que há um tronco comum de civilização no Planeta que é bastante remoto e tem a sua origem na Atlântida. Os povos que sobreviveram ao desaparecimento deste continente, tinham com os outros povos um elo comum de cultura e religiosidade, espalharam-se por vários pontos ou regiões, sendo os seus descendentes mais directos os
Depois cada povo conservou ou adaptou as suas crenças e Cultura com as já existentes nas regiões onde se fixaram, como por exemplo, os povos que emigraram para a Índia, encontraram os Drávidas e outros, alicerçados nas suas religiões, de que podemos adivinhar os contornos a partir do que ficou da civilização do Vale do Indo. Porém, não foram eles, que levaram a civilização para a Índia, pois uma grande civilização já lá existia com estes povos nativos, assim como noutros pontos da Ásia, os quais constituíam a poderosa e antiga civilização Lemuriana”.

Maria Ferreira da Silva, tem-se dedicado à investigação nas áreas das Religiões e Filosofias Ocidentais e Orientais, e a estudos científicos sobre o efeito benéfico da Meditação no cérebro humano.
Na perspectiva de fomentar e perpetuar o elo entre duas correntes de evolução, Ocidente e Oriente, e Ciência e Religião, apresenta este trabalho baseado em tradições milenares filosóficas, religiosas e espirituais, e em recentes investigações científicas.
Tem uma longa prática mais de vinte anos de Meditação, tendo vivido alguns anos num Mosteiro Budista Theravada, na Inglaterra, e frequentando centros e mosteiros nas regiões indianas e himalaicas, nomeadamente Sikkim e Tibete.

Esta obra faz parte da Colecção Missão Lusa das Publicações Maitreya
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