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Bhagavad Gītā - Canto XVI
de Rājarāma Quelecar em 03 Mai 2007 ![]() Maria I Śri kṛṣṇa: - A coragem, a candura, a firmeza no Yoga da inteligência, a beneficência, o auto-domínio, o sacrifício, a meditação, a ascese, a rectidão, II A não-violência, a verdade, a moderação, a abnegação, a acalma, a magnanimidade, a compaixão por todos os seres, a ausência da cobiça, a humildade, a consciência pura, o equilíbrio estável. III A energia, a indulgência, a paciência, a pureza, a tolerância, a aversão pela celebridade, todas estas qualidades são prerrogativas da espiritualidade no homem. IV A presunção, a arrogância, o amor-próprio, a cólera, a rudeza e a ignorância são atributos dos que propendem para a materialidade. V A espiritualidade conduz o homem para a sua libertação do mundo cósmico; ao contrário a materialidade para a escravidão desse mundo; não te aflijas, ó Arjuna, pois tu nasceste para a espiritualidade. VI São duas as constituições distintas dos homens que nascem neste mundo: uma propende para a espiritualidade e a outra para a materialidade. Já te dei os pormenores da primeira; compreende agora os da segunda: VII Os homens que tendem para a materialidade não têm o conhecimento da acção, isto é, não sabem eles o que é permitido e o que é proibido fazer; não têm a pureza dos costumes e são completamente ignorantes da verdade. VIII Dizem eles que o mundo é um acaso, sem leis nem ordem, e não admitem a existência de Deus, atribuindo a origem das criaturas à união sexual, que tem a sua base unicamente no desejo. IX E firmando-se nessa ignorância crassa, arruínam a sua alma e a razão e se tornam instrumentos da acção violenta, feroz e demoníaca da destruição do mundo e a sua ordem. X Orientados pelo insaciável desejo, esses arrogantes com amor-próprio, cegos de orgulho, mal dirigidos, persistem nas suas aspirações falsas e, obstinados, praticam actos indecorosos da dignidade humana. XI Imaginam eles que os prazeres sensuais são o único fim da vida, e com esta convicção firme se lhes prendem até ao momento da sua morte, com furor extremo. XII Presos por ambições desmedidas, devorados pela cólera e cobiça, dão-se aos ganhos ilícitos, sem se fatigarem, com o único fim de satisfazer os seus apetites baixos. XIII Cada um deles diz: «hoje eu ganhei tanto, amanhã satisfarei outros desejos; tenho esta riqueza, amanhã multiplicá-la-ei». XIV «Suplantei hoje um rival, amanhã vencerei outros. Sou o senhor, o fruitivo, o perfeito, o poderoso e o feliz». XV «Sou rico e pertenço a nobre linhagem, sou inigualável, farei o sacrifício, a caridade e gozarei». É desta forma que eles alimentam as suas ilusões. XVI Assim, alucinados pelas ideias egoístas, entregues à embriaguez de gozos sensuais, caem no inferno impuro dos seus próprios vícios. XVII Com orgulho e soberba, cheios de riquezas, oferecem sacrifícios e praticam caridade com o mero fim de ostentação, não seguindo a ordem prescrita em semelhantes actos. XVIII Na embriaguez do seu egoísmo, da força, da arrogância, cheios de desejos e cólera, odeiam os seus semelhantes, rebaixando desta forma o Deus oculto neles e em si. XIX E esses que odeiam o bem e Deus, tipos cruéis, os mais vis entre os homens deste mundo, dão contínuas reviravoltas na materialidade pela lei da acção por Mim regulada. XX E permanecendo na materialidade durante as suas vidas sucessivas, descem mais e mais e, enfim, perdem-se sem me atingirem. XXI O desejo, a cólera e a cobiça arruínam a alma humana; são três portas que se abrem para o inferno. O homem deve sempre evitar aproximar-se delas. XXII O homem que escapa a essas portas de trevas e segue o caminho do seu bem alcança a condição suprema, ó Arjuna. XXIII Aqueles que, rejeitando as leis da experiência dos sábios, seguem os seus apetites, não atingem a perfeição nem a felicidade suprema. XXIV Por isso, a lei deve ser considerada como a autoridade para decidir o que se deve fazer e o que se deve evitar. Tendo, primeiro, o conhecimento da lei prescrita, deves tu exercer as tuas actividades no mundo. ![]() |
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