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A Arte de Envelhecer
de Zelinda Mendonça em 20 Mar 2009 ![]() - Se perdem qualidades físicas – o corpo por vezes já não responde ao que lhe pedimos (elasticidade, rapidez, beleza). - Se perdem qualidades mentais – a rapidez de raciocínio e a adesão a novas ideias obedece a um outro ritmo. É verdade que o corpo se transforma, mas isso não é necessariamente negativo. A doença quando surge, de um modo geral, não tem nada a ver com o envelhecimento. Nesta altura da vida, as causas, devem ser procuradas em erros e desequilíbrios vividos essencialmente na juventude e idade adulta. Exemplos: - Uma má alimentação provoca reacções do corpo. As consequências daquilo que comemos por vezes só surgem mais tarde. - Trabalhar em excesso ou preguiçar. - Não ter uma mente equilibrada e pura (muitas doenças começam porque a nossa mente constrói quadros bem negativos sobre si próprio – “sou incapaz, sou feio/feia, não tenho paciência, etc, etc”) O corpo de um idoso pode ser belo! – Só que é preciso olhá-lo de forma diferente, não estabelecer para ele medidas padrão que só são viáveis para a juventude. A vida deve ser vivida segundo objectivos estabelecidos por cada um, de acordo com as suas tarefas e com os meios de que dispõe. Envelhecer é estabelecer um programa de vida tendo em conta as suas qualidades. É manter-se activo, aproveitando este tempo para fazer aquilo que por vezes a profissão não permitiu: - Fazer exercícios para manter músculos e articulações saudáveis - Exercitar a mente, lendo, estudando assuntos que lhe despertam curiosidade e que lhe venham dar sabedoria. - Não perder tempo, usando-o bem, fazendo algo de útil para si e para os outros. - Procurar contactar com o meio envolvente, observar as linhas harmoniosas de uma pedra, extasiar-se com a beleza de uma flor, acarinhar um animal. - Saber ouvir o outro que vive mesmo ao nosso lado destacando as suas qualidades, ou ajudando se for caso disso. - Preparar-se para a etapa seguinte, o momento da viragem – a morte. Incompreensivelmente ninguém procura saber o que se passa com a morte, foge-se sem saber de quê, vive-se como se nunca se fosse morrer. Morrer é mudar de meio, de dimensão, é nascer para outra realidade. Para mim todas as etapas da vida são belas, todas têm desafios, só há que vivê-los na altura e medida certas. Não estabelecer parâmetros impossíveis de cumprir. O período de envelhecimento é extremamente rico e devemos vivê-lo tão intensamente como se vive a juventude e a idade adulta. Envelhecer é uma dádiva, é um privilégio que muitos não têm. Voltar a ser jovem? Para mim não tem qualquer interesse! Tenho muita curiosidade pela vida e não troco por nada a beleza e os desafios de tudo o que a vida ainda tem para me oferecer. Pintura da autora - Os Devas ![]() |
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