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Natal
de Pedro Teixeira da Mota em 12 Dez 2009 ![]() Queremos com isto dizer que temos de lutar tanto a superficialidade consumista como o embrutecimento e “enpançamento” de usos e costumes que nos rodeiam e, embora envolvendo-nos com eles, aproveitar para aprofundarmos as relações com os outros e para comungarmos também com os seres e as forças espirituais, em momentos especiais de sintonização e meditação, que devem aliás começar e acabar cada dia santo até aos Reis. Assim trazemos tanto a boa vontade, pessoalidade e humanidade ao de cima como fazemos também descer as bênçãos celestiais dos mestres, anjos, ou mesmo (na audição do silêncio) a música das esferas à Terra, ou à nossa consciência. E aos nossos ouvidos ou aos de outros pastores que como nós sabem pastar os rebanhos ou ondulações dos seus pensamentos, necessidades e dádivas, com sobriedade e plena atenção, mantendo abertos o eixo e a comunhão cósmica e divina. Essencial é então na época natalícia recuperarmos as razões de estarmos na Terra, exemplificadas pelo mestre Jesus: obter a religação com Deus, amar o próximo e o meio ambiente, e ser-se criativo, lúcido, feliz.. Mas se não nos lembrarmos de tal, se perdermos a época natalícia apenas em compras e comidas, então terá sido em vão que comemoramos a vinda de Jesus à Terra e a cristificação ou ungimento que fez nela com o seu espírito e sangue, e que quer cada vez mais em nós. É importante termos assim consciente e presente no nosso coração que é Nele, aqui e agora, Amor Divino, que o espírito luminoso deve renascer, tal como o mestre Jesus desceu do alto e no Amor Divino se plenificou. Tal é o sentido primordial do Natal. Nas noites mais longas e solsticiais do ano, já comemoradas com a religião de Mitra, o sol que nascia invicto a 25 de Dezembro, aspiramos e tentamos recuperar e radiar mais a presença do espírito, iluminando e dissipando as trevas e trazendo claridade e amor aos seres, não só aos que nos rodeiam ou vamos encontrando, mas também aos que já partiram e de quem nos lembramos nas nossas orações ou evocações e “brindes” repletos da espuma da gratidão... Se o Cristo, se o Logos, se o Amor-Sabedoria divino não nascer em nós, através da nossa vida, oração, aspiração, meditação, de pouco terá servido a vida e a morte dos antepassados e mestres que já trilharam o caminho. Ou de todos os que vão ficando pela travessia, esmagados pela sociedade ou infiéis a si próprios... Trabalhemos, exercitemo-nos então através do estudo e oração como diz Erasmo no seu “Modo de Orar a Deus”, por tornarmos propício ou aberto o nosso coração à Luz celestial, à Presença divina, e assim tornar-nos vizinhos Dela. Para a partilharmos como alegria, paz, sabedoria nestas noites de convivência e família, e em que o céu e a terra estão mais próximos. Também nesta época a paz ecológica, social e ideológica pode ser mais assumida por cada um de nós, no seu poder local e relacional, aquele que pode verdadeiramente revolucionar a via inclinada para onde lançaram a sociedade e abrir pontes para a tomada do poder interior e de verdade, seja pela lucidez e desconformismo, seja pelo expulsar dos vendilhões do templo da espiritualidade, da finança ou da política, nacional ou local. E que a cimeira de Copenhaga dê frutos... Há muitos trabalhos, muitas redes e grupos que gostariam de contar contigo em prol do Bem Comum. O que estás ou vais fazer? Nasceu Jesus para despertar as pessoas fraterna e espiritualmente mostrando que há caminhos para se entrar no Reino dos Céus: sacrifício do ego, o amor criativo ao meio ambiente e ao próximo e a auto-consciencialização espiritual, também denominada o renascer do Alto, que culmina na ligação ao Pai-Mãe primordial. É para esta altitude, visível na estrela do Oriente que guia no olho espiritual os magos e peregrinos, que servem as "noches claras", como já denominava a época e certas reuniões de fraternas milícias ou satsangas o nosso Faria e Sousa, no séc. XVII, noites com seu frio concentrante, constelações desanuviadas e corações e palavras ardentes. Saibamos assim ver e absorver os raios das estrelas do céu, e abrirmo-nos aos Anjos que andam nas alturas mas próximos e irradiemos então uma música especial da nossa alma ou coração com quem estivermos... Estes dias e noite claras estimular-nos-ão a unir-nos e a atravessar as dificuldades, crises, frios e vigílias para que a corrente do Amor e da Unidade, acima de todas as divisões e oposições, fecunde, inunde, transforme e inflame os corações que aspiram a não se deixar petrificar, ensurdecer ou alienar de si próprios. Se o Cristo, se o Logos, se o Amor Sábio Divino não nascer em ti nesta época do ano terá sido em vão que o mestre Jesus veio à Terra, ou que tantos seres a regaram com o seu sangue, ou a floresceram com as suas orações, esforços e dádivas... Ressurja Ele em nós! Em nós reine o Fogo do Amor Divino! Que Cristo, a consciência Divina nos humanos a Ela abertos, nasça em ti! Que Deus renasça em ti! Vai, segue, avança, com o teu santo Graal mais flamejante... Poema de Natal Natal é um tempo subtilmente especial, Pois saber invocar e respirar as bênçãos, É uma arte de perseverança auroral, Onde se vencem as dificuldades, Com a aura do amor de Deus a entrar E a entrega de toda a nossa vida a ressoar. Assim vamos crescendo no Amor e na Unidade, Conscientes do Templo que arde em nosso peito, Enquanto fogo sagrado de confiança e harmonia, Que levamos pela vida a fora e a dentro a irradiar. Não estamos sós: mestres, anjos e antepassados, Muitos são os que nos espreitam ou inspiram. A Eles dirigimos a nossa gratidão e inspiração: Vibremos em Deus, sorriam em felicidade. Assim vamos talhando o corpo espiritual Na determinação de sermos espírito em acção Brilhante centelha comungante de irradiação. Sob o frio invernal e a cruz do sofrimento Façamos desabrochar a rosa da beatitude imortal E deixemos a sua fragrância irradiar invencível. Avancemos peregrinos nas noites de Natal. Sem irmos a baixo com os cansaços, Antes como colunas entre o céu e a terra, Fazendo descer as bênçãos de Deus, Ressuscitando estrelas ungidas, Pequenas centelhas no grande fogo cósmico, Capazes de ajudarem, inspirarem e fortificarem. Assim cheguei até ao coração e bati-lhe à porta. Nem sabia que havia aí uma pequena entrada, Onde o Ámen, o som da Palavra Divina, toca, E uma luz pura e branca convida-te a meditar: Sê o Espírito, abre-te, comunga da Presença Divina. Eis o Natal a acontecer em ti: Deus a nascer em ti, em nós... ![]() |
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