Fundação Maitreya
 
Seja Consciente da Consciência - 1ª Parte

de Arun Kumar Laha

em 13 Mar 2014

  A Consciência é a única entidade do universo não sujeita a mudanças pelo tempo ou pelo espaço e existe para lá do espaço e do tempo. A Consciência reside no eterno Presente e numa divisão não confinada por qualquer tipo de parede. Os antigos cientistas indianos descreviam a Consciência como “ Existência Absoluta”, “Conhecimento Absoluto e “Felicidade Absoluta”. Todas as formas de energias (algumas já são conhecidas por nós, outras há que ainda estão por conhecer) do universo são criadas pela Consciência usando a Si Própria como único ingrediente. A Consciência é a Criadora de todas a s formas de energias e, ao mesmo tempo, é o único ingrediente usado na criação de todas as energias. Sabemos que a matéria não é mais do que a condensação de energias; (de acordo com a famosa equação de Albert Einstein: E=mc2 em que “E” significa Energia, “M” significa Massa ou Matéria, e “C” designa Velocidade da Luz); e todas estas energias são criadas pela Própria Consciência. A matéria da caneta que seguro para escrever neste momento, é uma mera condensação de quanta de diversas formas de energia criadas pela Consciência. Tal como a anti matéria é igualmente uma mera condensação de energias. Quando a matéria reage com anti matéria, ambas regressam aos quanta de energias.

Diz-se que um dia um menino perguntou ao seu pai qual era a dimensão de um dinossauro. Em vez de encher a cabecinha do rapaz com imensas imagens de medidas de comprimento e altura o pai disse:” Se estiveres no segundo andar de nossa casa estarás frente-a-frente com o dinossauro.” Esta resposta ensinou ao menino a arte de pensar em assuntos complexos de uma forma simples. Mais tarde ele veio a ser um famoso físico. Este trabalho é um esforço humilde para discutir um assunto complexo, i.e. a consciência, de uma forma mais simples. É uma mera acumulação de ofertas por mim aceites, provenientes de diversas origens.

De acordo com os cientistas antigos indianos, a consciência humana ligada ao corpo pode perceber a verdadeira existência da Consciência Pura com a ajuda do sistema nervoso humano e com uma mente bem treinada, mas não há linguagem humana que possa descrever tal experiência. As linguagens humanas são completamente desadequadas para descrever o que quer que seja no que respeita aos nossos sentimentos vividos. Qualquer tipo de discussão e descrição sobre a “doçura da sacarose” não vai ajudar a compreender nada sobre a sensação da chamada “ doçura”. Para experimentar a sensação da tal “doçura” terá de pôr na língua a sacarose. De forma semelhante, para apreciar a felicidade absoluta da Consciência Pura teremos de nos pôr em contacto directo com a Própria Consciência Pura. Este tão sublime fim, decerto o único objectivo da existência humana neste plano material, pode ser alcançado somente pela remoção das espessas cortinas do ego e da ilusória ignorância que mantêm a consciência humana ligada ao corpo, separada da Consciência Pura.

Um ser humano não é uma entidade singular. É uma organização três em um. Tem “Alma” ou “Ser”, ou “consciência ligada ao corpo”, ou “Espírito”, que existe em continuidade com a consciência de todas as coisas e de tudo (animado e inanimado) do universo físico. Tem um órgão subtil invisível chamado “Mente”. A mente tem funções tanto sensoriais como motores. A mente recebe informação do universo físico exterior ao corpo através dos órgãos sensoriais - são as funções sensoriais da mente. A mente também realiza um certo trabalho necessário, como seja pensar abstractamente, sentir emoções, dar instruções aos órgãos físicos densos através do sistema nervoso, etc., - são as funções motoras da mente. Além disso, um ser humano tem um corpo físico concreto com todos os órgãos sensoriais (ouvidos, olhos, nariz, língua, pele) e órgãos motores (músculos, ossos, etc.). A nossa mente e os nossos órgãos físicos não conseguem funcionar sem a ajuda da nossa consciência ligada ao corpo.

Normalmente a consciência ligada ao corpo espraia-se por todos os órgãos sensoriais, por cada ponto do nosso corpo, e por cada molécula da nossa existência física. A consciência ligada ao corpo mantém-se em contacto com os órgãos físicos densos, através do órgão subtil chamado mente. Quando estamos profundamente embrenhados em pensamentos criativos ou recebendo bem-estar do sono não-REM (sono “Sem-Movimento-Rápido-dos-Olhos” ou sono sem sonhos), ou absorvidos em meditação transcendental, a nossa consciência ligada ao corpo recolhe-se, parcialmente, ao centro deixando os órgãos dos sentidos sem suporte. Em tais situações, os órgãos físicos densos e o órgão subtil, a mente, deixam temporariamente de funcionar. A atenção da mente de Arquimedes e a da consciência ligada ao corpo estavam, de tal maneira, tão profundamente comprometidas a resolverem algum mistério do universo físico, que os ouvidos não ouviam o barulho da guerra. Nessa altura os órgãos sensoriais não estavam ligados à sua consciência ligada ao corpo, pela mente. Ele não tinha ideia nenhuma do que se passava à sua volta. Como resultado, não conseguiu salvar o seu corpo físico, de ser destruído prematuramente por um dos soldados da força conquistadora romana.

O fenómeno chamado “vida”
O estudo das ciências biológicas no mundo ocidental tentou sempre explicar todas as características do fenómeno único chamado “Vida”, em termos das leis da Física e da Química. Os cientistas ocidentais ignoraram a consciência como entidade fundamental dos organismos vivos. Pensam que os processos de interacções entre a matéria e as energias do universo tangível criam, de forma secundária, a consciência em alguns objectos físicos conhecidos por nós como criaturas vivas. O mundo ocidental pensa que o universo físico com todas as suas energias e matéria foi criado primeiro e só depois apareceu em cena a consciência. Não estão de forma alguma preparados para aceitar a ideia que afirma, “ em Si a Consciência cria todo o universo físico (consistindo de matéria, energias, espaço e tempo) e todas as formas de seres vivos (desde os vírus aos seres humanos) vistos no nosso planeta.” Os cientistas da Índia proclamavam este conceito singular há mais de cinco mil anos. De acordo com os antigos cientistas indianos, a Consciência é a única entidade fundamental, o único ingrediente para a criação de todos os objectos animados e inanimados. Eles sabiam que tudo (vivo e não vivo), neste universo concreto, é consciente pois é proveniente da Consciência. Chegaram a esta conclusão após discussões meticulosas e lógicas sobre diversos fenómenos do universo físico, fenómenos com que se costumavam deparar diariamente. A sua forma de pensar era bastante racional e analítica, e seus processos reflexivos não se baseavam nem em filosofia especulativa, nem em qualquer misticismo sobrenatural.

Contudo, avanços recentes nas ciências físicas e biológicas chegaram a um ponto, a partir do qual o subsequente progresso na compreensão da verdadeira natureza do fenómeno chamado “Vida” é impossível, sem haver referência frequente à Consciência. Recentemente os cientistas ocidentais começaram a aceitar a Consciência como um parâmetro essencial e fundamental em todas as discussões racionais sobre o universo físico e sobre a “Vida”. Os cientistas modernos de todos os países estão a aceitar agora as ideias dos cientistas indianos ancestrais com grande respeito. Compreenderam que a não ser que se aceite a Consciência como entidade primordial, nunca seremos capazes de perceber o que é na verdade a “Vida”.
Para descobrir as derradeiras peças de base da matéria densa dos objectos tangíveis quer animados, quer inanimados, os cientistas ocidentais desmontaram tanto objectos animados, como inanimados, e alcançaram entidades subtis chamadas “átomos”, que fazem parte de todas as reacções químicas. De novo dividiram os átomos para chegarem às partículas subatómicas. Por fim chegaram às entidades mais subtis – umas “cordas” imaginárias. As partículas subatómicas pensa-se serem feitas de pacotes de energia (quantum de energias); e os pacotes de energia acredita-se serem meras vibrações nessas “cordas” ainda por se detectar. Assim, a ciência ocidental aceita actualmente que os objectos tangíveis densos são feitos de entidades intangíveis subtis. Aqui os cientistas ocidentais estão a aproximar-se das ideias dos cientistas antigos indianos, que pensavam que a entidade mais subtil, ou Consciência Pura, é a única peça de base na construção do universo tangível manifesto.

Quando um engenheiro decide construir uma estrutura, a sua consciência ligada ao corpo prepara inicialmente uma planta da proposta estrutura, com a ajuda do seu órgão subtil chamado “mente”. Depois constrói a estrutura juntando matéria tangível retirada do universo físico, com a ajuda dos seus órgãos físicos chamados ”mãos”. No decorrer da construção da estrutura, se tal for necessário, pode fazer alterações nas plantas originais, no sentido de fazer face a situações inesperadas. De forma semelhante, a consciência ligada ao corpo do antepassado de pescoço curto da girafa moderna, a certo ponto (na longa história da evolução dos seres vivos), apercebeu-se que o seu corpo morreria de fome se a sua boca não pudesse chegar às folhas na parte superior das árvores. Dessa forma, a consciência ligada ao corpo desse antepassado de pescoço curto mudou gradualmente a sua planta (código genético) corporal e criou um pescoço longo. A consciência ligada ao corpo de uma bactéria resistente a múltiplas drogas também fez o mesmo para salvar a sua raça de ser eliminada por diferentes antibióticos. A consciência ligada ao corpo de um homem a viver em altitude elevada faz alterações necessárias de forma a aumentar o nível de hemoglobina no sangue para que o corpo físico dessa pessoa pudesse sobreviver com baixa concentração de oxigénio no ar. Os mamíferos evoluíram no solo do planeta. Devido a alterações nas condições geográficas os mamíferos herbívoros e carnívoros enfrentaram, nalgumas áreas, escassez de comida. A consciência ligada ao corpo desses mamíferos mudaram, por consequência, o código genético de seus corpos físicos, e estes recentes corpos evoluídos adaptaram-se bem à vida aquática do oceano, onde conseguiram comida abundante. Por consequência, novas espécies de animais (mamíferos aquáticos herbívoros e carnívoros) foram criados, devido a acções inteligentes da consciência ligada ao corpo de alguns mamíferos terrenos aflitos. Este facto foi desenvolvido pelo famoso biólogo evolucionista Ernst Meyer, nos seus escritos.

O código genético é o projecto do corpo físico do ser vivo. A consciência ligada ao corpo de um objecto animado tem o poder de mudar esse plano de acordo com as exigências. Por isso, as diversas formas das criações novas, essas que vemos ao longo da longa história da evolução das criaturas vivas, não são “mutações genéticas acidentais”, mas devem-se a trabalho deliberadamente feito pela própria consciência ligada ao corpo no plano genético de diferentes espécies de coisas vivas. A consciência muda deliberadamente (de acordo com as necessidades) os códigos genéticos, de forma a que os novos corpos fisicamente modificados possam sobreviver em diferentes condições em transformação da biosfera. Esta é a base das teorias chamadas de “ Selecção Natural” e “ Sobrevivência dos mais Aptos” no estudo da evolução das criaturas vivas. O corpo físico de uma coisa viva é a casa na qual a consciência ligada ao corpo, ou Alma, reside. O morador tem o direito e tem as capacidades necessárias para realizar as devidas modificações na sua casa. Deveríamos recordar-nos que um cão vadio e um golfinho têm um antepassado comum. Hoje (segundo a ciência), é conhecido que a raça branca, a preta, a amarela, a vermelha e a castanha – têm as suas origens comuns num único clã do Homo Sapiens da África Pré-histórica. Todos estes diferentes grupos de homens têm variações genéticas, e essas variações foram criadas pela consciência ligada ao corpo por uma ou outra razão. Assim, o próprio processo da evolução das criaturas vivas desde os vírus até aos seres humanos não resulta das acções de uma qualquer força cega da Natureza, mas deve-se à função inteligente da consciência conectada com o corpo dos objectos animados actuando nas suas plantas genéticas. Além do mais, as visões estereotipadas das leis da Física e da Química são seriamente incapazes de explicar tudo que respeita ao fenómeno “Vida”, bem como de explicar este processo de evolução dos seres vivos, desde o mecanismo do organismo mais simples ao mais complexo – o “ Corpo Humano”.

A reprodução dos organismos unicelulares eucariontes é assexual. Uma célula Mãe divide-se em duas Filhas e duas células Filhas dividem-se em quatro após a maturação. Desta forma o processo prossegue sem troca do material genético entre nenhum de dois membros de toda a raça. Por consequência, cada um dos membros na totalidade da raça possui idênticos projectos genéticos. A consciência conectada ao corpo de tais organismos de súbito apercebeu-se que toda a sua raça se extinguiria se algum de seus inimigos (organismos procariontes e vírus) pudesse fabricar uma arma contra o seu mapa genético. Para salvar a sua raça de poder ser extinta da superfície da Terra, a consciência conectada ao corpo dos organismos unicelulares eucariontes produziu dois tipos de progénie. Um grupo é dador de material genético (Masculino) e o outro é receptor (Feminino) do mesmo. O verdadeiro processo de reprodução por trocas de material genético (a reprodução sexual) começou precisamente nesta altura. Os frutos produzidos pela reprodução sexual existem, com algumas variações, no registo genético de quaisquer dois membros da raça. Alguns membros da raça no seu todo permaneceram vulneráveis aos ataques dos inimigos, como antes; mas outros tornar-se-iam invencíveis. Consequentemente salvaram a sua raça do processo de extinção total. Assim, a Mulher criou o Homem; não foi o Homem que criou a Mulher a partir das suas costelas, como afirma a mitologia. E este inovador processo de reprodução é uma criação da consciência ligada ao corpo das coisas vivas para enfrentar uma mudança particular.

A entidade única
A Consciência é a única entidade do universo não sujeita a mudanças pelo tempo ou pelo espaço e existe para lá do espaço e do tempo. A Consciência reside no eterno Presente e numa divisão não confinada por qualquer tipo de parede. Os antigos cientistas indianos descreviam a Consciência como “ Existência Absoluta”, “Conhecimento Absoluto e “Felicidade Absoluta”.
Todas as formas de energias (algumas já são conhecidas por nós, outras há que ainda estão por conhecer) do universo são criadas pela Consciência usando a Si Própria como único ingrediente. A Consciência é a Criadora de todas a s formas de energias e, ao mesmo tempo, é o único ingrediente usado na criação de todas as energias. Sabemos que a matéria não é mais do que a condensação de energias; (de acordo com a famosa equação de Albert Einstein: E=mc2 em que “E” significa Energia, “M” significa Massa ou Matéria, e “C” designa Velocidade da Luz); e todas estas energias são criadas pela Própria Consciência. A matéria da caneta que seguro para escrever neste momento, é uma mera condensação de quanta de diversas formas de energia criadas pela Consciência. Tal como a anti matéria é igualmente uma mera condensação de energias. Quando a matéria reage com anti matéria, ambas regressam aos quanta de energias.

O “Quantum de energia” significa uma quantidade de energia, ou pacotes de energia. De acordo com os antigos cientistas indianos, todas as formas de energia e todos os tipos de matéria (visível, invisível, tangível e intangível) são criados da Consciência e pela Consciência. Eles tinham a firme convicção de que a Consciência não é o subproduto de processos interactivos entre matéria e energias do universo físico. Pensavam que a Consciência é a criadora do universo físico e que a Consciência não é criação da matéria nem das energias do universo físico. Toda a matéria existe em continuidade com o oceano dos quanta de energias existente em todos os pontos do universo físico, uma vez que a matéria é mera condensação localizada de quanta de energias nesse oceano de energias criado pela Consciência. É como os icebergues resultantes de condensações localizadas de água do mar, que flutuam na mesma água. Com a ajuda do espaço e do tempo, a Consciência cria toda a matéria retirando quanta de energias do oceano, de energias que já tinham sido criadas pela própria Consciência. Por conseguinte, a matéria cria flutuadores no oceano das energias, e este oceano de quanta de diferentes energias é alcunhado de “ Sopa de Quantum” pelos cientistas modernos. Os antigos cientistas indianos chamavam-lhe “Adyashakti” (em sãoscrito “Adi” significa original, primordial, e “Shakti” significa energia. “Adyashakti” significa “ Energia Primordial”). A “Teoria do Campo Unificado” dos físicos modernos pretende provar que todas as formas de energia são apenas diferentes expressões de uma única forma de energia primordial. Assim, o assunto de discussão no estudo da “Teoria do Campo Unificado” e na “Teoria das Cordas” dos físicos modernos não é outra senão “Adyashakti”, como os antigos cientistas indianos afirmavam.

Uma vez que a matéria remanesce no domínio do espaço e do tempo, está sempre num estado de constante mudança. Mas a Consciência em Si é a entidade imutável. A matéria nas estrelas existe em continuidade com o oceano de quanta de energias (“Sopa Quântica”) na qual as estrelas flutuam porque, tal como outros objectos físicos, as estrelas são meras condensações localizadas de quanta de energias na “Sopa de Quântica”. A reacção de fusão nas estrelas está continuamente a converter uma quantidade daquela matéria intra estrelar em várias formas de energias, e essas novas formas de energias criam ondulações no oceano pré-existente de energias, que envolvem as estrelas. Estas ondulações chegam a nós (os preceptores conscientes) como ondas electromagnéticas e a consciência humana ligada ao corpo aprecia essas ondas em forma de sensações apelidando-as de “CALOR” e “LUZ”. Assim, as ondas electromagnéticas provenientes de estrelas distantes (também da nossa estrela mais próxima – o Sol) não nos chegam através do espaço vazio, mas antes através da “Sopa Quântica”, uma vez que a “Sopa Quântica” existe sempre entre as estrelas e nós. E tal acontece porque a matéria das estrelas e a matéria dos nossos corpos físicos flutuam na mesma “Sopa Quântica”. Não existe o nada no aparente vazio entre quaisquer dois objectos físicos tangíveis neste universo de matéria. O chamado “ Espaço de vacum”, no estudo do universo físico, não existe, dado que todos os espaços deste universo de matéria se encontram preenchidos com uma “Sopa” que consiste de (1) Consciência Universal e de (2) um fluxo de quanta de diferentes energias criado pela Própria Consciência Universal. Não são raros os trajectos das ondas electromagnéticas, que se dirigem para nós das estrelas distantes, através da “Sopa Quântica”, serem desviados por gigantescos corpos celestiais de grande peso que flutuam na “Sopa Quântica”. Estes colossais objectos celestiais causam distorção localizada na “Sopa” onde flutuam. Esta distorção localizada da “Sopa Quântica”, através da qual as ondas magnéticas se propagam, é a causa do desvio do trajecto das ondas electromagnéticas. Um enorme pedaço de manteiga, ao flutuar na superfície de uma tigela de leite, distorce a suave superfície do leite. Um pedaço de manteiga flutuante cria uma cova à volta.

De forma semelhante, toda a matéria, ao flutuar na “Sopa Quântica”, cria fossos na mesma. Quando a cova criada pelo objecto X se põe em contacto com a cova criada pelo objecto Y, tendem ambos a deslizar para o fosso do outro. Por conseguinte o objecto X e o objecto Y têm tendência a se aproximarem um do outro. A isto chama-se Força Gravitacional. A matéria do telemóvel que seguro na minha mão existe em continuidade com o oceano de quanta de energias que o envolvem. Ao usar as energias químicas da bateria dentro do aparelho, a matéria do telemóvel gera ondas de energia electromagnética na circundante “Sopa Quântica”, e através dessas ondas, o telemóvel comunica com a base de comunicações próximo do telemóvel. Tal é possível apenas porque quer a matéria do telemóvel, quer a da torre de comunicações do telemóvel flutuam na mesma “Sopa Quântica”.

Nenhuma descontinuidade
Assim, todas as vidas dos seres humanos, de todos os animais, de todas as plantas, todos os planetas, estrelas, galáxias conhecidas e desconhecidas do universo estão aglutinadas umas às outras por um enorme oceano de quanta de energias. Não existe qualquer descontinuidade entre eu e você, entre as estrelas e nós, e por consequência, entre quaisquer dois objectos neste universo. Não deveríamos odiar ninguém, nem nada. Deveríamos amar todos e tudo. Deveríamos tentar aceitar toda e cada coisa sem críticas amargas, porque tudo o que aparentemente parece bom ou mau, não é mais do que diferentes expressões da Consciência Universal em Si.

Os especialistas da “Teoria das Cordas” das Físicas modernas estão actualmente a reflectir sobre a existência de universos múltiplos (“Teoria do Multiverso”) com dimensões diferentes. Todos as coisas vivas e não-vivas são como bolhas de tamanhos e formas diferentes no informe oceano de energias (“Sopa Quântica”), que é criado pela Própria Consciência. Sabemos que uma bolha de ar na água ocupa uma certa quantidade de espaço e existe só por um certo período de tempo, depois do qual se dissolve no oceano sem forma. Logo, a existência de uma bolha é “espacial e temporalmente ligada”. Da mesma forma, todos os objectos vivos e não-vivos do universo existem no domínio do espaço e do tempo. Para ser preciso, toda a matéria deste universo está ligada por um “Cone Espácio Temporal”. Ocupam algum espaço no universo físico e, após uma existência por determinado período de tempo, dissolvem-se no informe oceano de energias envolvente. (O decaimento de protão é um importante assunto de estudo nas modernas físicas experimentais. De forma semelhante, as substâncias radioactivas perdem continuamente a sua massa, e essa massa perdida vai sendo convertida em quanta de energias na informe “Sopa Quântica”.) O oceano de energias criado pela Consciência não se encontra ligado por espaço e a sua existência é eterna, porque a Consciência, a criadora de todas as energias, não se liga nem pelo espaço nem pelo tempo.

Então, a Consciência cria este universo concreto tendo como ingredientes de base: as energias, a matéria, o espaço e o tempo. A característica mais original deste plano de criação é que o Próprio Criador (a Consciência) permanece misturado com cada uma das partículas da Sua criação. Na verdade, a Consciência existe inerente em cada objecto deste universo, porque a matéria, as energias, o espaço e o tempo – todos emergem da Consciência. Contudo, o grau dessa expressão de Consciência varia em objectos diferentes. Expressa-se menos numa pedra, expressa-se mais nas árvores e nos animais inferiores e expressa-se em larga escala nos seres humanos. Na história da raça humana a expressão superior de Consciência é observada nas vidas de personalidades grandiosas como Sri Krishna, Buddha, Jesus Cristo e outros.

*Dr. Arun Kumar Laha é um Físico e autor de numerosos livros.
Artigo publicado pelo Boletim de Ramakrishna Mission Institute of Culture - Calcutá.
Tradução de Helena Gallis
   


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Impresso em 25/4/2024 às 16:38

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