Fundação Maitreya
 
O fervor devocional através dos tempos

de Maria

em 29 Jun 2014

  Jesus, Buddha e muitos outros seres que arrastaram multidões através da palavra incentivaram ao Divino, na medida em que O realizaram. Como ícones de relação com a Divindade, Eles têm perdurado séculos, milhares de anos e em todas as civilizações até as mais antigas, místicos e heróis deixaram esse testemunho. Processando-se a evolução por ciclos, quando há necessidade da humanidade levar mais um avanço humano e espiritual surge, então, mais um ser que vem dar o exemplo dessa ligação, seja chamado, Buddha, Messias, Jivamukta, Avatāra ou Kevalin, que são apenas designações para reconhecer seres evoluídos ou iluminados. Esses seres especiais que personificaram o Divino vieram cumprir um determinado ciclo. Estamos hoje, numa época de grande expansão espiritual e, caso seja esta energia bem aproveitada, podemos atingir um grau significativo de Inteligência – Consciência, numa etapa que, dará seguramente, uma lembrança mais nítida da nossa filiação divina.

Excerto do livro "A Célula Divina"

Essa memória existe no nosso cérebro, nas nossas células, “cunhadas” desde os primórdios da humanidade. Deus está na nossa própria natureza.
Temos que Deus é perfeito e bom, contudo, essa definição não traduz a realidade da verdadeira e elevada dimensão do estado ou aspecto de Deus ou, onde Deus se “situa”. Deus comporta uma dimensão tal de inteligência, que se torna difícil para os seres humanos entenderem, se ainda não vivem a inteligência nos seus aspectos mais elevados. Só aqueles que já alcançam certo grau de União (amor incondicional) e avançam pela via da sublimação, tanto do pensamento, como da acção; seja pela fé, pelo amor ou pela razão inteligente é que atingem certa Consciência, num vislumbre do que poderá ser um dia a vivência real dessa dimensão de Ser – Inteligência. Portanto, esse estado elevado que podemos ainda atingir como seres humanos implica, sobretudo, maior inteligência e, ser inteligente é ser consciente de si, integralmente, abarcando o pleno conhecimento de Deus. Este conhecimento que se ganha por etapas num caminho de virtudes inerentes a cada ser humano, enaltecidas pela pureza de intenções como a aspiração divina, tem a bondade, o amor, o altruísmo, o discernimento e a compreensão, integrados como um ganho adquirido (vidas passadas e presente) e sobejamente assimiladas. E quanto mais pureza, mais inteligência, para se diluir na Consciência Cósmica, estado que todo o ser humano pode e deve atingir neste ciclo de manifestação de Vida. A inteligência não se confina ao nosso cérebro no seu estado actual, mas pela evolução humana e espiritual ela desenvolve-se, ao ponto de fazer emergir a memória de Deus em células “cunhadas”, geneticamente. Assim, quanto mais desenvolvidas as qualidades (virtudes), mais inteligência emergirá.

O misticismo é um dos factores (estado) que permite “tocar” essa Inteligência de Deus, porém, os seres humanos estão ainda profundamente polarizados numa determinada dimensão de viver, que pouco desenvolvem ou cultuam o amor incondicional ou o amor místico. Vivem perdidamente afogados nos prazeres, nos quereres, nas emoções afectivas doentias e no egoísmo, que não conseguem saber nem compreender, o que é um estado de Inteligência para além desses aspectos mais básicos da percepção dos sentidos. Estando a humanidade ainda muito polarizada nos sentimentos de posse, raramente compreende o que é o esse amor mais lato e incondicional. Geralmente pensa-se que, por exemplo, a bondade é o objectivo principal para atingir a perfeição. De facto, a evolução humana requer o desenvolvimento de muitas outras capacidades de perfeição, para atingir a inteligência que lhe está destinada, além da bondade e do amor, para então integrar essa dimensão de Inteligência cósmica onde Deus “permanece”. Diz-se que d´Ele nada se pode dizer…

Sim, como podemos falar de uma Inteligência – Consciência, para a qual o nosso cérebro não tem ainda a capacidade de O descrever pela insuficiência da mente em alcançar tão elevado entendimento?

Na realidade, hoje o conceito de Deus está a mudar e a ajustar-se a uma humanidade que já atingiu determinada evolução espiritual feita ao cabo de milénios, onde foi principalmente conduzida através das religiões e filosofias, aperfeiçoando os aspectos mais primários ou rudimentares da natureza humana. Naturalmente, tendo o bem como premissa, era necessária a Fé baseada num modelo de perfeição para a ligação ao Divino - caso de Jesus e de Buddha os quais têm exercido maior influência, tanto no Ocidente como no Oriente - estando agora essa qualidade já realizada numa boa parte da humanidade. Cabe, então, prosseguir para essa Inteligência - Consciência mais elevada, através da própria inteligência de forma mais consciente. Cada um, com a sua própria inteligência pode chegar directa e pessoalmente a Deus, pois estes modelos (Jesus e Buddha) que nos serviram de impulso evolutivo na base da fé e do amor, encontram-se já assimilados nos seres mais evoluídos. Daqui em diante, justifica-se a vinda de novos exemplos, seja na ordem da religiosidade, da espiritualidade ou, até de contributos científicos que possam elevar, colectivamente, a mentalidade humana e desencadear mais inteligência. Deus é, sobretudo, uma Dimensão de Inteligência, e quando vier alguém mais integrado nessa Inteligência, então servirá de modelo para mais um impulso colectivo de Consciência.

Esta é uma das razões porque actualmente as religiões já não satisfazem uma parte da humanidade. Os cérebros de hoje já vêm preparados com uma evolução própria e natural, com mais inteligência, mas podem abarcar e desenvolver ainda mais inteligência na vida presente, razão porque continuam a ser necessários os estímulos e os objectivos de ordem superior. Os que ainda vigoram para o comum da humanidade já estão obsoletos para os mais avançados, e são os mais avançados ou despertos que “arrastam” os mais “adormecidos”. De facto, para os mais adiantados, a bondade, a solidariedade, o altruísmo e a fé, já foram integrados em vidas anteriores e estão irreversivelmente assimilados, que hoje, o conhecimento de Deus exige, necessariamente, a razão consciente.
Fé é crer que Deus existe sem necessidade de qualquer prova ou razão que justifique a convicção interior. A Fé pode assentar numa vivência interna, porém, inconsciente - significa um acreditar inquestionável - existe a Fé naturalmente integrada, portanto, transportada de vidas anteriores.
Já ter a certeza de Deus pela razão, passa pela experiência directa. Quem a vive fica impossibilitado de a negar.

A Fé é uma aceitação. Já a razão é uma afirmação da realização consciente.
Na tradição indiana, no contexto dos avatares consta, que o próximo é de síntese; quer dizer, não vem necessariamente manifestar atributos específicos ou isolados que seriam facilmente reconhecíveis, como o amor e a fé, que uma boa parte da humanidade já integrou, mas será o portador duma dimensão cósmica de inteligência superior à actual. O que lhe confere autoridade é essa Inteligência integrada, a qual, personificada em energia a dispensará para a humanidade através da sua presença e da sua palavra. E, ao vir iniciar um novo ciclo de evolução, virá acompanhado, certamente, de outras entidades e forças que o auxiliarão em tal tarefa.
Estes seres especiais pela grande evolução espiritual que transportam, vêm ajudar a humanidade a adquirir nova expansão de Consciência e, não estão isolados, nem vêm dos confins do Cosmos, mas fazem parte duma “constelação” de entidades planetárias que trabalham e são por vezes, eles próprios, os veículos físicos, que presidem à manifestação da vida neste planeta, moldando-a no seu evoluir.

Portanto, são estes impulsos cíclicos dados pelos seres mais adiantados aos níveis humanos, religiosos e espirituais que pertencem ao domínio da Consciência – Inteligência, que fazem evoluir o cérebro humano, ao estimular mecanismos que causam mutações físicas, psíquicas, mentais e espirituais e, das quais resultam expansões de Consciência. Essa Inteligência traduz-se por mais força para enfrentar a existência, sem desânimos ou fugas mentais através das dependências estimuladoras (males dos quais sofre actualmente metade da humanidade), poder de criar, tanto no pensamento como na acção, quer seja no trabalho laboral, na arte ou na realização humana geral. Engloba maior compreensão e, sobretudo, o conhecimento de Deus dará outra atitude para viver numa dimensão onde a mesquinhez, a negligência e o egoísmo não terão lugar tão preponderante.
O conhecimento de Deus resulta desse progresso humano e espiritual inteligente e, é óbvio, que ao viver-se numa esfera superior ficam ultrapassados os valores anteriores, bem como, todos os obstáculos que impediam a expansão do amor e da claridade mental a essa união, capacitando a outra dimensão de viver. Por exemplo, a maldade é um obstáculo à felicidade, característica que se imprime ao nível físico do cérebro, causando desequilíbrios pessoais e alterados dos neurotransmissores (3).

Se o cérebro humano foi dotado para o bem, deve ter então, um mecanismo próprio natural de funcionalidade. Quando há desvios a esse rumo, sobressai o mau estar, que insta à busca de compensações de qualquer ordem (estimulantes) ou, leva à depressão, onde o ser totalmente afogado no sofrimento que causou no cérebro, por o forçar a trabalhar incorrectamente, fica impotente para reagir de forma inteligente.
O cérebro é um sistema sustentado por biliões de neurónios (4) que trocam sinais eléctricos cronometrados na escala de milissegundos com uma diversidade de mensageiros químicos ou neurotransmissores. Ainda subsistem muitas lacunas no saber científico, em relação a determinados padrões de actividade neuronal que podem originar pensamentos, memórias, percepções, emoções e sentimentos. Por outro lado, ainda é difícil, para a maioria das pessoas, compreender as causas que produzem a Consciência. Em algum nível, todos os aspectos da personalidade humana, prioridades, capacidades de decisão, emoções, afectos e memórias surgem, aparentemente, de eventos eléctricos e bioquímicos dentro de grupos particulares de neurónios com padrões temporais e espaciais específicos. «O cérebro tem áreas mais específicas dedicadas a determinadas tarefas perceptivas», conclusão que se encontra no livro Tratado de Meditação.

Também não será a primeira vez, que apresento esta tese de que existe uma célula no cérebro humano que tem a lembrança de Deus, à qual chamo “célula divina”, cuja designação dá o título a esta obra. Para que emerja essa memória sempre aconselhei a prática da meditação, que na sua essência tem um objectivo: limpar a mente para se obter a lembrança do Divino. Actualmente, na área da neurociência, também já se investiga, se a origem da espiritualidade está geneticamente implantada. Concluem que algumas regiões cerebrais, como o sistema límbico e o lobo temporal, têm um papel fundamental em experiências místicas ou êxtase religioso. Por outro lado, também já reconhecem e com justificação, que a prática da meditação contribui para o equilíbrio físico e psíquico dos seres humanos, premissa que as religiões e filosofias orientais conceituam há milhares de anos.

É lógico que a lembrança de Deus esteja até impregnada na nossa natureza física e, só assim se explica que ao longo de milénios, ela ainda permaneça viva na mente dos homens. Desde os primórdios das civilizações que a crença em Deus tem sido transmitida pela via de mitologias e cosmologias, ou por factos reais que se transformaram em lendas, principalmente através das religiões de diversos povos, que impregnaram os anais históricos da humanidade. Uns adoram o sol, outros, as montanhas, outros, os heróis ou os seres mais místicos e iluminados, mas todos têm um factor comum na busca do transcendente e, que se deve afinal, à herança genética!
Porém, contrariando esta verdade, certa corrente da neurociência afirma ser Deus, apenas uma ideia transmitida através dos tempos, geração após geração, influenciando as nossas mentes.
No entanto, esta ideia simplista cai pela base, pois ignoram que crer em Deus vem da convicção interior de cada ser, através da realização espiritual, tendo havido muitos místicos ou realizados espiritualmente ao longo dos séculos e civilizações, que deixaram esses testemunhos. A experiência dessa ligação a Deus fica estabelecida internamente, impregnada beneficamente no cérebro, impulsionando a inteligência de quem a realiza, sem margem para dúvidas da Sua existência. Fica um registo pessoal marcado no cérebro, que contribui para a expansão da mente e da Consciência. É este ganho de Consciência que fica registado nos “anais” pessoais, para transportar para uma vida posterior. Esta é que é a evolução natural e, quando há seres com esta realização do divino, então, facilmente a sua irradiação toca e influencia os demais. Naturalmente que estes registos pessoais vão causar mutações ao nível dos genes, que serão então transmitidos, para a uma vida seguinte e influenciarão, inevitavelmente, novas gerações. Cada “fiação” cerebral, duma nova vida, corresponde à sua própria dimensão de Consciência.
Há já milhares de anos que na sublime literatura da Bhagavad Gītā se encontra «Difícil é nascer no seio de yogīs».

Há, portanto, razões ao nível cognitivo do cérebro humano, que levam o homem a acreditar em algo para além de si mesmo, pois apesar da distância que separa os povos por determinados pontos do planeta, encontram-se enraizadas as mesmas alegorias e crenças em relação ao divino. A forma como as crenças são transmitidas difere nas suas narrativas conforme a cultura e a religiosidade de cada povo, mas a essência é a mesma; razões que me levam a dizer que todas as religiões são verdadeiras, porque na sua profundidade conduzem ao divino. Deste modo, essa recordação remota do princípio das civilizações, acaba por ser transportada, geneticamente, pelo homem através dos tempos. Actualmente, pela evolução natural humana onde se desenvolveu mais conhecimento e que envolve o cérebro, a mente e o Espírito, essa memória está mais viva, mais consciente, através de uma célula especial com que cada um nasce, que pode ser mais activa, mais presente, dependendo do uso que se fizer da mente, no sentido da ligação com Deus.

De facto, nós somos o que pensamos e podemos sempre pensar melhor, mais elevado.
Assim, a mente através do cérebro evolui para uma dimensão de inteligência que é a Mente de Deus e da qual, depois de “entrar”, já não pode “sair”. Estabelecer a ponte entre nós e Deus, conscientemente, através do funcionamento do próprio cérebro resulta em mais Inteligência – Consciência. Esta é a minha experiência espiritual ou vivência na Inteligência de Deus realizada por uma longa prática (natural) de meditação, onde conduzi a minha mente à Mente de Deus. Em determinada altura de maior integração, apercebi-me desta “prisão” da minha mente na Mente de Deus e, da qual, já “não posso sair”! É irreversível! Estar submersa, permanentemente, nesta União de Inteligência, de forma directa é uma grande felicidade! Não se trata de uma memória, mas de uma nova arquitectura cerebral, um ganho da realização espiritual, que estruturou uma nova forma mental, fixada pelos próprios neurónios e suas ligações sinápticas. Naturalmente, então, fica registado na memória, sendo fácil estabelecer constantemente esse alinhamento. Ficou estabelecida uma ponte ao nível cósmico ou Mente Cósmica, onde a mente (cérebro) se “aninha”, ou seja, foram accionados mecanismos cerebrais, que levaram os neurónios a fazer novas e determinadas ligações, fazendo evoluir o cérebro de forma irreversível para o “cérebro” de Deus. Isto prova que para além do mecanismo físico do cérebro e da sua plasticidade há algo que o comanda: a Consciência.

Desta forma, através da meditação desenvolve-se o método de alinhamento à Mente de Deus, onde sobressai cada vez mais a pureza e clareza mental fazendo emergir a célula (ponto de ligação à Consciência) que contém a lembrança de Deus; através desta ponte se estabelece, seguramente, a união com o Divino de forma consciente e inteligente.
Só costumo falar do que realizo, sendo isto o culminar duma longa caminhada espiritual de meditação, de investigação e de auto-conhecimento. Desde sempre me interessei e escrevi sobre os benefícios da meditação no cérebro, que regenera, fortalece e produz neurónios, oferecendo um meio seguro para estabelecer a ligação ao Divino, quando ainda cientificamente se acreditava que o cérebro era imutável, portanto não se renovava pela perda ou morte de neurónios. No livro O Silêncio encontra-se: «desencadear novos mecanismos em certas áreas pela multiplicação de neurónios».

A meditação predispõe de forma natural a um alinhamento mental, psíquico e espiritual isolando dos problemas do quotidiano, que permite entrar ou elevar os pensamentos para uma esfera de paz, apaziguando o cérebro e o corpo físico, restabelecendo o seu eixo em consonância com a Consciência. O silêncio da meditação, permite acalmar os movimentos cerebrais deixando o cérebro realizar as suas funções ao ritmo natural, “acudindo” às áreas que necessitam de “reparação”, regenerando-as, numa capacidade de auto-suficiência anímica mental e espiritual. São, então, desencadeados processos de “limpeza cerebral” de comunicação interna (renovação de neurónios) na percepção e recepção da nossa própria Consciência – Espírito, que contribui para que a célula (divina) que contém a memória de Deus, encontre cada vez mais “espaço” para se manifestar.
Esta manifestação, passa cada vez mais a comandar o cérebro que apruma a mente, naturalmente, em direcção a Deus. Sobressai, então, como vivência intrínseca, a claridade mental que é uma das características de evolução espiritual, onde a existência envolve uma conotação positiva ou de felicidade permanente.

A ligação a Deus não é uma prática mental de algum exercício ou método, mas de evolução espiritual ou de vivência interna, impregnada por células no cérebro. Será então, irreversível esse estado de Inteligência – Consciência ganho pela realização que integra os dois aspectos do ser humano: físico e espiritual. Pode-se, sem sombra de dúvida, desenvolver a mente para maior evolução de inteligência e da espiritualidade, mediante práticas como a meditação, que capacita a maior alerta de si, e a ter procedimentos positivos e adequados. Logra-se, então, uma mente aberta ao cultivo da equanimidade, da clareza e de outras virtudes que apenas esperam ser reconhecidas. O desânimo e o sofrimento não terão mais espaço para se instalar.
Estudos científicos (5) actuais, comprovam o que dizem há milénios as tradições religiosas e espirituais da Índia, de que podemos melhorar o nosso cérebro, mediante práticas espirituais, para ultrapassar o sofrimento psíquico e físico, bem como, através dos cuidados alimentares, dos exercícios físicos (yoga) e, sobretudo, o benefício que a meditação confere ao viver global, podendo mesmo prever e curar doenças. Muitas vezes tenho feito curas no meu próprio organismo pelo poder da regeneração das células através de um dia de jejum, de meditação e de silêncio. Poderia pensar-se em algo transcendente, mas acaba por ser, simplesmente, uma causa natural ao nível físico, que se repercute nos níveis psíquicos, mentais e espirituais (estas sim, podem ser transcendentes), englobando todos os aspectos do Ser, pela capacidade que o organismo tem de se auto-regenerar: só temos que lhe dar tempo e espaço.

As curas ocorrem pela regeneração interior e pela capacidade anímica, mental e espiritual de quem se cura, pois pela força da Consciência, a qual comanda a vida, pode-se corrigir males ao nível celular, restaurando a saúde.

Na realidade, podemos não só corrigir o nosso cérebro, como dotá-lo continuamente de ramificações que estabelecem novas comunicações entre neurónios, aprimorando o cérebro, expandindo a inteligência. O cérebro é mutável e mesmo na maturidade o cérebro pode renovar-se. O cérebro já adulto tem ainda a capacidade de melhorar comportamentos, de superar reacções e de alterar mudanças no funcionamento cognitivo, impulsionando sempre para uma melhoria psíquica, mental e espiritual. O cérebro é composto de áreas altamente especializadas que se distinguem pela forma e pelas operações que realiza no seu funcionamento geral.

Deste modo, certas áreas do cérebro, em qualquer idade, podem gerar novas células (neurónios) e impulsionar ligações (sinapses) (6), desencadeando mecanismos inovadores que contribuem para manter o cérebro saudável, impedindo assim os desânimos (depressão) e, outros obstáculos mentais derivado de emoções exageradas e frustrações (livro, O Silêncio). A esta mutabilidade do cérebro às respostas frente a experiências novas, hoje chama-se plasticidade. Aumentar o fluxo de neurónios numa determinada área - para o qual a meditação tem um papel preponderante - incentiva a formação de conexões entre eles pelas sinapses, aumentando as ramificações e a capacidade do cérebro para processar novos circuitos e armazenar novas informações. O cérebro em toda a sua extensão tem a possibilidade de se auto-reparar, criando novas células que fornecem uma capacidade extra para se lidar com novos desafios - restabelece o equilíbrio mental - contribuindo para a reestruturação de todo o sistema psicossomático.
Uma aprendizagem mais profunda e consistente, resulta também numa rede de conexões neuronais mais rica. Infelizmente, os seres humanos são pouco conhecedores da força da natureza interior ou Consciência, para a usarem mais, não só para o próprio bem-estar como o dos outros, pelo poder da vontade.

Nota (3) - Neurotransmissores– mensageiros químicos, substâncias, conduzidas através das sinapses que são os espaços entre neurónios.

Nota (4) – Neurónios – células cerebrais que emitem e enviam sinais a todo o sistema nervoso. Um neurónio tem uma cauda alongada chamada axônio. Nas extremidades ramificadas formam-se as sinapses ou a ligação que une a outros neurónios.

Nota (5) - Estudos, recentes, publicados na revista Frontiers in Human Neuroscience, cientistas da Universidade da Califórnia, UCLA, comprovam que a meditação fortalece o cérebro. Encontraram indícios de que as pessoas que meditam durante muitos anos têm o cérebro mais espesso e as ligações entre células cerebrais mais fortalecidas.

Nota (6) - Sinapses – as informações fluem de neurónio para neurónio através de uma sinapse. A sinapse é um pequeno hiato que separa os neurónios e que permite comunicarem entre si.
   


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Impresso em 25/4/2024 às 21:04

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