Fundação Maitreya
 
A Caminhada

de Maria

em 23 Jun 2015

  Fazer um caminho espiritual consciente é um ganho nos valores humanos pelo consequente aperfeiçoamento interno ou auto-realização. Quando são identificados valores mais profundos espirituais pode-se, então conjugar, matéria e Espírito para uma harmonia vivencial. Actualmente, a procura espiritual apresenta-se mais científica porque se requer respostas mais concretas sobre a vida e portanto, obrigam à investigação tanto a nível pessoal como cultural-religioso. A evolução ou progresso, quer humano quer espiritual requer, na realidade, o aperfeiçoamento interno feito de valores essenciais, que são as virtudes e que são estas que contribuem para uma evolução integral.

Da mesma forma que uma via espiritual consciente dá poder para o bem e na direcção certa também pode ser usada egoística ou inadequadamente, pois actualmente há muitas formas de dispersão com as mais diversas modalidades, entre as quais as terapias ditas espirituais, mas isso por si só, não é um caminho espiritual. Estas demonstrações que passam também por querer, obviamente, fazer bem aos outros pode transformar-se em poder pessoal e criar obstáculos ao verdadeiro sentido espiritual, fazendo crescer a vaidade de um eu, que se engrandece ao pretender curar, correndo então, o risco de assumir certa superioridade em relação ao sofredor pela força do poder.

Poderes, que na tradição indiana chamam-se siddhis, manifestações físicas e psíquicas que tantos sadhus na Índia desenvolvem através de práticas específicas para fazerem prodígios ou manipulações. Na realidade, os poderes mais subtis nascem ou desenvolvem-se gradualmente com a evolução espiritual. Um ser aperfeiçoado cura naturalmente pelo poder da sua irradiação, pois suas forças estão sublimadas pelo poder espiritual, esse sim, curador!

De alguma forma, certas modalidades que se desenvolveram ao longo das últimas décadas já foram dando alguns resultados, porém, nem sempre os mais positivos, pois se por um lado contribuíram para o despertar da mente de certas pessoas mais bloqueadas no coração ou materialistas, abrindo-as a energias mais subtis e a ligações mais místicas e que incentivaram à auto estima, tantas vezes abafada pelas frustrações, por outro, esse poder foi desenvolvido para aumentar o orgulho e poder dos que exercem actividades de ajuda aos outros através de terapias. Depois, também há o perigo de manipulações psicológicas, quando se pretende alimentar nos pacientes a ideia de que eles precisam dessa dependência. Isto leva naturalmente, ambas as partes a negligenciar o próprio interior quanto à auto-realização espiritual.

Se, por um lado, há seres que se minimizam não assumindo o seu valor espiritual nem responsabilidade frente à vida e a si mesmo através da superação humana, para depois então, fazer alguma ajuda à sociedade, por outro há os seres que assumem estatutos indevidamente - querendo chegar ao final do caminho, ignorando o início e o meio do percurso - sem os esforços que a caminhada espiritual exige. São necessários certos requisitos como a disciplina, a devoção, a fé e, fundamentalmente, realização interna espiritual, sem a qual não poderá tornar-se no Caminho. Ser o Caminho passa pela superação humana na conquista espiritual.
   


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