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  Dos Primórdios do Sistema Solar  29 Mar 2011

Ciência
De acordo com um novo estudo publicado na revista Nature Geoscience, as rochas primitivas do nosso Sistema Solar eram mais como algodão doce do que como as rochas duras que conhecemos hoje em dia.
O estudo, por investigadores do Colégio Imperial de Londres e por outras instituições internacionais, providencia a primeira evidência geológica que suporta teorias prévias, com base em modelos computacionais e experiências laboratoriais, acerca de como as rochas mais antigas (as primeiras do Sistema Solar primitivo) foram formadas. O estudo dá peso à ideia de que os primeiros materiais sólidos no Sistema Solar eram frágeis e extremamente porosos - tal como algodão doce - e que foram compactados para rocha mais dura durante períodos de extrema turbulência, formando assim os blocos de construção que pavimentaram o caminho para planetas como a Terra.
Dr. Phil Bland, autor principal do estudo, do departamento de Ciências e Engenharia da Terra, do instituto londrino, afirma: "O nosso estudo convence-nos ainda mais de que as primeiras rochas condritas carbonáceas foram esculpidas pela nebulosa turbulenta a partir da qual viajaram há milhares de milhões de anos atrás, tal como os pequenos seixos de um rio são alterados quando sujeitos à alta turbulência da água. A nossa pesquisa sugere que a turbulência fez com que estas partículas primitivas ficassem mais compactas e rijas com o passar do tempo para formar as primeiras pequenas rochas."
Os investigadores chegaram às suas conclusões após levar a cabo análises extremamente detalhadas de um fragmento de asteróide conhecido como meteorito condrito carbonáceo, que veio da cintura de asteróides entre Júpiter e Marte. Foi originalmente formado no início do Sistema Solar quando as partículas de poeira microscópica colidiram umas com as outras e aglomeraram-se, coalescendo em torno de partículas de poeira maiores denominadas côndrulos, que tinham aproximadamente um milímetro em tamanho.
Para analisar a amostra do tipo condrito carbonáceo, a equipa usou uma técnica de espalhamento de electrões, que dispara electrões na direcção da amostra. Os cientistas observaram o padrão de interferências resultante através de um microscópio com o objectivo de examinar as estruturas no interior. Esta técnica permitiu aos investigadores estudar a orientação e posição de partículas individuais micrométricas que tinham coalescido em torno do côndrulo. Descobriram que os grãos revestiram o côndrulo com um padrão uniforme, que deduziram ser apenas possível de ocorrer se a pequena rocha fosse sujeita a choques no espaço, possivelmente durante estes períodos de turbulência.
A equipa também definiu um novo método para quantificar a compressão por que uma rocha passou e deduzir a frágil estrutura original da mesma.
Bland acrescenta: "O que é excitante acerca deste método é que permite-nos - pela primeira vez - reconstruir quantitativamente e em grande detalhe a acreção e a história de impactos dos materiais mais primitivos do Sistema Solar. O nosso trabalho é outro passo em frente no processo que nos ajuda a compreender a formação dos planetas rochosos e luas que constituem partes do nosso Sistema Solar."

Núcleo de Astronomia - Centro de Ciência Viva do Algarve



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