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  Estudos do Universo Primordial  17 Jan 2012

Menos de meio milhão de anos depois da criação do Universo pelo Big Bang, há 13,7 mil milhões de anos, a bola de fogo arrefeceu para temperaturas de cerca de quatro mil graus centígrados, enchendo o céu com uma luz brilhante e visível.
À medida que o Universo se foi expandindo, a luz foi enfraquecendo, movendo-se para comprimentos de onda nas micro-ondas. Estudando os padrões impressos nesta luz hoje em dia, os cientistas esperam compreender o Big Bang e o Universo jovem, ainda antes das estrelas e galáxias se terem formado.
O Planck tem estado a medir estes padrões, analisando o céu inteiro com o seu Instrumento de Alta Frequência (HFI) e o seu Instrumento de Baixa Frequência (LFI). Os dois em conjunto permitem que o Planck faça uma cobertura sem paralelo em termos de comprimento de onda e a capacidade de determinar os pormenores mais ténues.
Lançado em Maio de 2009, os requisitos mínimos para o sucesso da missão eram que a nave completasse duas pesquisas completas do céu. O Planck acabou por exceder as expectativas, funcionando ao longo de 30 meses, cerca de duas vezes mais do que o esperado, tempo suficiente para completar cinco estudos completos do céu, com os dois instrumentos.
"Isto permite-nos ter dados ainda melhores do que aqueles com que estávamos a contar," disse Jean-Loup Puget, da Universidade de Paris Sud, Orsay, França, Investigador Principal do HFI.
Com capacidade de trabalhar a temperaturas ligeiramente mais elevadas do que o HFI, o LFI continuará a analisar o céu durante boa parte de 2012, fornecendo dados de calibração para melhorar a qualidade dos resultados finais.
O Planck detecta não só a radiação primordial do Big Bang mas também a emissão de pó frio por todo o Universo.
Os resultados preliminares do Planck foram anunciados no ano passado. Aqui se inclui um catálogo de enxames de galáxias, no Universo longínquo, muitas das quais nunca tinham sido vistas, e também alguns super-enxames - provavelmente enxames que se fundiram.
É de realçar ainda, dentro dos resultados preliminares, a melhor medição alguma vez obtida, em todo o céu, da radiação infra-vermelha de fundo, produzida pelas estrelas em formação no Universo jovem. Estes dados mostraram de que forma é que algumas das primeiras galáxias produziam mil vezes mais estrelas do que a nossa própria Galáxia produz hoje em dia.
No próximo mês serão anunciados mais resultados, mas os primeiros resultados sobre o Big Bang e o Universo primitivo só estarão disponíveis no próximo ano.
Por agora, é necessária uma análise pormenorizada e trabalhosa dos dados, para a remoção de todas as emissões que sejam ruído, de forma a sobrar apenas a suave emissão dos primórdios.
Há uma grande expectativa em torno destes resultados, apesar de já terem existido duas missões espaciais para mapear esta radiação. Continuam a existir muitas ideias contraditórias acerca do que aconteceu durante o Big Bang. "Os dados do Planck irão eliminar uma família inteira de modelos; só não sabemos qual," disse o Professor Puget.
Os dados do Big Bang serão anunciados em duas fases: os primeiros 15 meses e meio da missão no início de 2013; os dados completos, um ano depois disso.
"Estamos muito contentes com o desempenho do Planck, muito além das expectativas," disse Alvaro Giménez, Director de Ciência e Exploração Robótica da ESA. "É um enorme reconhecimento do trabalho desenvolvido por muitos cientistas e engenheiros envolvidos no projecto, em toda a Europa, e noutras partes do mundo.
"Na realidade, estamos apenas a meio caminho nesta missão: há ainda muito a fazer, na análise dos dados, que resultarão em importantes resultados científicos por que toda a gente está ansiosamente à espera."

Núcleo de Astronomia - Centro de Ciência Viva do Algarve



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