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Aqui também, a criatividade na Arte do Pensamento presta homenagem ao Ser, e para além de autores já consagrados, damos espaço aos jovens valores que connosco queiram colaborar em vários temas.

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Entrevista a Ajahn Sumedho

de Carla Mendes

em 26 Jun 2006

  Ajahn Sumedho nasceu em Seattle, nos Estados Unidos, em 1934. Cresceu Robert Jackman, no seio de uma família anglicana, mas apaixonou-se cedo pelo Oriente. Estudou Chinês e História na Universidade de Washington e, depois de ter trabalhado quatro anos como médico na Marinha norte-americana, regressou à Universidade e completou um curso em Estudos do Extremo Oriente. Envolveu-se com o Budismo e, em 1966, viajou até à Tailândia para praticar meditação. Tornou-se monge noviço e, em 1967, foi ordenado. Em 1975 foi autorizado a fundar o primeiro mosteiro no Ocidente. Em 1977 estabeleceu-se em Inglaterra, onde vive actualmente. Está pela primeira vez em Portugal, onde dará oportunidade a muitos de conhecerem um pouco mais sobre o Budismo tradicional.

Ajahn Sumedho em SintraEntrevista do Correio da Manhã em 5 de Junho, 2006.

«Ajahn Sumedho Monge Budista, esteve em Portugal para uma série de Conferências e nesta entrevista confessa o que o levou a apaixonar-se pelos ensinamentos do Budismo e diz que espera despertar o interesse dos portugueses por aquilo que está para além da vida material».

“Encontrei por fim a paz interior”

Carla Mendes – É um americano branco de origem protestante. O que o levou a interessar-se pelo budismo?
Ajahn Sumedho - Apelou-me porque era uma filosofia ou religião que podíamos questionar e explorar, que não nos dava as coisas como adquiridas. E como eu tinha uma natureza céptica, achei interessante explorar este tipo de conhecimento. Foi o que fiz, ao longo de todo este tempo.
C.M. - Foi fácil deixar tudo e passar a viver num mosteiro?
A. S. – Não tinha quaisquer ambições terrenas ou materiais, aliás estava cansado das coisas mundanas e por isso não me custou muito abraçar este tipo de vida monástica. Pensei que era uma oportunidade muito boa e não a desperdicei. Claro que não tinha intenção de ser monge durante tanto tempo, mas depois de alguns anos percebi o efeito que o budismo tinha em mim e por isso continuei.
C.M. – Houve alguma coisa de que tivesse sentido falta?
A.S. – Não senti falta de nada. Eu tinha muita infelicidade interior dentro de mim, a forma como pensava e a tendência como via as coisas era negativa e foi através deste treino mental que encontrei a paz interior. Isso considero ter sido um grande sucesso, aquilo que muitos não conseguem ter.
C.M. – Hoje em dia, no Ocidente, há cada vez mais adeptos do budismo. Acha que este tipo de religião está na moda?
Aj.S. – As pessoas estão muito stressadas com o ritmo de vida, com as modernas tecnologias. As suas vidas tornaram-se sem sentido, muito materialistas. Sentem-se insatisfeitas e por isso são atraídas para a religião, para aquilo que está para além da vida material e mais próximo de um entendimento sobre a razão de ser da vida.
C.M. – Esta procura poderá ter a ver com uma desilusão com outras religiões, nomeadamente o cristianismo?
Aj. S. – É verdade que muitos já não acreditam na doutrina, não querem aceitar uma palavra que lhes é imposta e tendem a afastar-se dela, procurando outras formas e estilos de meditação. As pessoas buscam algo que não são obrigadas a aceitar apenas por medo ou receio de castigos. Isso leva a que muitos se revoltem. Aliás, foi o que aconteceu comigo. Revoltei-me porque não parecia certo este tipo de conhecimento e procurei algo mais. As pessoas procuram hoje um sentido íntimo, em vez de se agarrarem às escrituras ou àquilo que o padre diz.
C.M. – Desde sempre, e hoje continua ser assim, temos assistido a muitas guerras em nome da religião e de Deus. Como vê estes conflitos?
Aj. S. – É contra a nossa moral tirar a vida a outro ser intencionalmente. Outras religiões não são tão claras a este respeito, permitem guerras santas. Na minha opinião, essas guerras não têm tanto a ver com a religião: são antes lutas pelo poder.
C.M. – Vive num mosteiro. Mantém-se a par do que se passa no mundo?
Aj. S. – Sim, sabemos o que se passa, mas tentamos não nos envolver. Contudo, não nos fechamos ao mundo.
C.M. – Como é um dia no mosteiro?
Aj. S. – Levantamo-nos às quatro da manhã e dedicamo-nos aos cânticos e à meditação. Depois, realizamos algumas tarefas e às sete tomamos o pequeno-almoço. Antes do meio-dia temos a refeição principal e depois não comemos mais nada. A tarde é deixada ao cuidado de cada um, para a meditação, a leitura e à noite temos uma reunião de comunidade para cânticos e meditação.
  (... continua) 
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