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Frei Luís de Granada

de Pedro Teixeira da Mota

em 28 Dez 2006

  (...anterior) hante à água turva, a qual não se pode subitamente aclarar por muitas diligências que para isto se fizessem, senão dando tempo e espaço para que pouco a pouco se vá aclarando e assentando”, e mais à frente aconselha “que tomemos para este santo exercício o espaço de tempo mais largo que possamos, e melhor será um espaço largo que dois curtos; porque se o espaço é breve, todo ele se gasta em sossegar a imaginação, e aquietar o coração; e depois de já quieta, levantamo-nos do exercício ao tempo que o deveríamos começar. Qual é o cavador que buscando ouro numa mina, salta a enxada quando encontrou o veio?”, sugerindo então por fim, “descendo mais em particular a limitar este tempo, parece-me, que tudo o que é menos de hora e meia, ou duas horas, é prazo curto para a oração... mas o que for pobre de tempo pelas suas muitas ocupações, não deixe de oferecer a sua moedinha com a pobre viúva no templo (S. Lucas 21)”

Qual o culminar da oração-meditação: (f. 431, do Livro da Oração e da Meditação) “Oração é um levantamento do nosso coração a Deus: mediante o qual nos chegamos a Ele, e nos fazemos uma coisa com Ele. Oração e subir a alma acima de si e sobre todo o criado, e juntar-se com Deus, e engolfar-se naquele pélago de suavidade e amor infinito. Oração é sair a alma a receber a Deus, quando vem a ela, e trazê-lo a si, como a seu ninho, e aposentá-lo em si, como em seu templo, e ali possui-lo, e amá-lo e gozá-lo. Oração é estar a alma em presença de Deus, e Deus em presença dela, olhando-a com olhos da misericórdia e ela a Ele com olhos de humildade: aquela vista é de maior virtude e fecundidade, que a de todos os aspectos das estrelas (§) e planetas do céu. Oração é uma cátedra espiritual, onde a alma assentada aos pés de Deus ouve a sua doutrina, e recebe as influências da sua misericórdia, e diz com a Esposa nos seus Cânticos: A minha alma derreteu-se, depois que ouvi a voz do Amado. Porque (como disse S. Boaventura), ali acende Deus a alma com o seu amor, e a unge com a sua graça, a qual assim ungida, e levantada em espírito: e levantada contempla, e contemplando, ama, e amando, gosta; e gostando, repousa; e neste repouso tem toda a glória que neste mundo se pode alcançar”.

Acrescentemos, para finalizar esta homenagem àquele do qual um cronista da sua ordem, Frei Fernando de Carrilho (citado na História de S. Domingos, de Frei Luís de Sousa), dizia “que iluminava e ensinava o mundo com os seus muitos livros e tratados cheios de espírito e erudição: por quem se renovou nos nossos tempos o santo exercício da Oração, e se fez uma reforma geral dos costumes no povo cristão”, dois últimos contributos de Frei Luís para a difícil arte de estar na presença divina: “quando se trabalha com as mãos, e também quando se fala, estuda ou negoceia, pode-se furtar muitas vezes o coração ao que se faz, e entrar dentro do templo do seu coração e adorar a Deus”, usando-se até as jaculatórias (orações curtas) intensas e que: acendem o fogo da alma, tais algumas das transmitidas no Livro da Oração e da Meditação: "Eu amo-te Senhor fortaleza minha; - Cria em mim, ó Deus, um coração limpo, e renova nas minhas entranhas, um espírito recto; - Como o veado deseja as fontes das águas, assim deseja a minha alma a ti, ó Deus…

Porque o que de verdade ama a Deus em todas as coisas vê a Deus... pois Deus é causa do ser de todas as coisas, que está junto com elas, dando-lhes o ser que tem... E como o ser das coisas, é o mais íntimo que há nelas, segue-se que Ele está mais dentro de elas, que elas estão dentro de si mesmas. Então será demasiado trazer sempre diante dos olhos Aquele que te traz em seus braços, e te sustenta com seus pés e te rege com a sua providência, e Aquele em quem e por quem vives e és?
Faz pois de conta que Ele está sempre assistindo a tua alma como criador e conservador, que a conserva no ser que tem, e não contente com assistir como criador e conservador, assiste também como justificador, dando-lhe graça, amor e muitas inspirações e desejos santos".

1 - "Chegaram aos Turcos, passaram aos Persas, e até aos últimos Chins.,. A todos espantam e a muitos convertem”, Frei Luís de Sousa. História de S. Domingos, Lisboa, 1767. I 2 - José de Pina Martins refere no seu monumental estudo Humanisme et Renaissance. De L 'Italie au Portugal, Les deux regards de Janus. Lisboa, 1989, o erasmismo inicial de D. Catarina, a rainha espanhola mulher de D.
  (... continua) 
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