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Mosteiro Budista
Apresentação do projecto de criação do Mosteiro Budista Theravada da Tradição da Floresta da Tailândia em Portugal.

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História da Tradição da Floresta

de Bhikkhu Dhammiko

em 03 Jan 2011

  A história do Budismo, tal como outras diversas religiões e filosofias, é particular no seu próprio contexto e percurso. A originalidade da resistência e adaptação por parte de certos mestres e grupos, entre linhas e tradições budistas que evoluíram ao longo dos tempos, demarcou, dentro ou fora dos movimentos quer institucionais quer não, a necessidade de encontrar a nobreza do ensinamento, principalmente na realização da prática interior, inspirando assim a disciplina e a austeridade necessárias para superar a indulgente condição material, no sentido de poder resgatar de novo, os princípios e valores originais que o próprio Buddha encorajou a tomar no caminho espiritual.

Ajahn MunBreve Apresentação Histórica
do Budismo até à Tradição da Floresta da Tailândia


O Budismo tem funcionado como uma força motriz civilizadora ao longo dos tempos, desde a fundação e exposição do seu ensinamento por Siddhārta Gautama, o Buddha (§), há 2552 anos. O seu ensinamento sobre o Karma, por exemplo – o princípio de que toda a acção intencional tem consequências – promoveu a moralidade e a compaixão em muitas sociedades. Mas a um nível mais profundo, o Budismo sempre calcorreou a linha entre Civilização e Natureza selvagem. A tradição conta que o Buddha nasceu numa floresta, alcançou a Iluminação numa floresta, viveu e ensinou quase toda a sua vida na floresta e finalmente morreu na floresta. Quando havia possibilidade, a floresta era o seu lar preferido, pois Ele próprio disse: «Tathāgatas enlevam-se em lugares retirados». As qualidades da mente de que Ele necessitou para sobreviver desarmado, física e mentalmente, por entre os caminhos da floresta virgem e selvagem, foram cruciais na sua descoberta do Dhamma. Estas qualidades incluíam resistência, resolução e atenção; honestidade interior, circunspecção, firmeza em face da solidão, coragem e desembaraço em situações de perigo, compaixão e respeito por todos os outros habitantes da floresta.

Dentro do Budismo Theravada, actualmente, encontra-se mais especificamente uma linha “A Tradição Kammatthāna (Meditação) da Floresta” que, hoje, mais conhecida como “Tradição da Floresta da Tailândia”, teve como seu marco fundamental o movimento inspirado e fundado por um monge do Nordeste da Tailândia no século XX, Phra Ajahn Mun Bhūridatta Thera (Phra – em Pāli, Venerável). O seu impulso veio dar um novo fôlego e revitalizar o ensinamento prático do Buddha, iluminar novamente o caminho esquecido para o Nibbāna (Nirvāna em Sânscrito) e levantar o que nas antigas culturas era conhecido como a “Sabedoria do Guerreiro”.
Vejamos então um pouco desse percurso e de como entre as diversas linhas e tradições Budistas no mundo, surge a Tradição da Floresta da Tailândia.
Remontando ao passado, a tradição da meditação da floresta, vai inclusivamente mais longe ainda que o tempo do próprio Buddha. Era costume ver nesses tempos idos, na Índia e na região dos Himālayas (§), muitos que ao procurarem o caminho da liberação espiritual, deixavam a vida da cidade e da vila em busca de um refúgio na montanha e na floresta virgem. Num acto de renúncia às riquezas e aos valores mundanos, era esse o lugar ideal, pois a Floresta oferecia um espaço natural, agreste, em que os poucos que por lá se podiam encontrar ou eram os “loucos”, os proscritos, ou os renunciantes espirituais. Era uma dimensão à parte da influência material e das normas culturais e desse modo, o sítio propício para o cultivo das qualidades superiores espirituais, que permitiam transcender essas mesmas limitações.
Aos 29 anos de idade, o príncipe Siddhārta Gautama deixa a vida do palácio onde cresceu e dirige-se para a floresta com o propósito de treinar as disciplinas do Yoga (§). A história é conhecida de como, insatisfeito, deixou os seus mestres, procurando o seu próprio caminho. Assim o fez, após o qual chegou à realização da essencial verdade que ele sistematizou em “As Quatro Verdades Nobres” e no “Nobre Caminho Óctuplo”, que ele denominou “O Caminho do Meio”. Alcançou o seu primeiro grande estágio de Iluminação precisamente à sombra da árvore bodhi, ao largo do Rio Nerañjarā, onde hoje se situa Bodh-Gāyā, no Estado de Bihar, Índia.

Até onde os registos históricos nos podem confirmar, consta que, uns meses depois do Buddha falecer, supostamente no século V a.C., foi reunido um grande Conselho de Anciãos de modo a formalizar e estabelecer os ensinamentos e as regras monásticas, na forma padrão do vernáculo Pālibhasa –“A Linguagem dos Textos.
  (... continua) 


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