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A Cosmogonia da Páscoa

de Lubélia Travassos

em 23 Mar 2021

  Após a gloriosa festa esotérica do Natal, em que a natureza celebra o nascimento do princípio crístico, com os Anjos a cantarem e os grandes Mestres e Iniciados reunidos a orarem e a glorificarem o Eterno, para festejarem o nascimento de Cristo no Universo, entramos no período do equinócio da Primavera, na Páscoa da Redenção, purificação e regeneração. A Páscoa, que corresponde ao fenómeno cósmico do equinócio da Primavera, simboliza, além do mais, a regeneração do homem que, como parte do cosmos, tem, também, a oportunidade de se inserir nesse processo, para se transformar, renovar e purificar. Todos os anos, através da Primavera, a Natureza, ao conjugar-se connosco, irradia energias estimulantes e benéficas, para nos ajudar a revigorar durante todo o ano, e permitir-nos comunicar com a enorme corrente que brota do coração do Universo, e assim comungarmos com o mundo espiritual. O mundo Ocidental costuma celebrar, anualmente, quatro grandes festividades, ligadas a fenómenos cósmicos coincidentes com a passagem do Sol pelos quatro pontos cardeais: o equinócio da Primavera, que corresponde à Páscoa, o solstício de Verão que corresponde às festas de São João, o equinócio do Outono, correspondente às festas de São Miguel e, o solstício de Inverno com as Festas do Natal.
Durante estes quatro fenómenos astrológicos anuais geram-se acontecimentos excepcionais na Natureza, que produzem grandes afluxos e circulação de energias, influenciando não só a Terra, como também tudo o que nela existe, quer os seres humanos, os animais ou as plantas.


E a Ressurreição de Jesus

No início do mundo Deus emanou uma matéria, sendo a Alma Universal esta matéria original, ou seja, o Espírito Santo, sob a forma de fogo, aquela Luz pura, que já existia antes do Sol e das estrelas (§), com que Deus criou tudo. A luz que nós vemos, com os nossos olhos físicos, é apenas um reflexo da ideia ténue da verdadeira Luz, isto é, a Alma Universal, que alimenta o Cosmos, composta por várias camadas mais ou menos subtis que se elevam até ao cimo, ao fogo do Espírito Santo, ao amor divino. É como uma emanação de Deus, mas não é o próprio Deus, embora possamos dizer que vivemos em Deus, na substância que ele emanou.
No entanto, a maior parte dos homens não está ainda preparada para se sintonizar com o significado cósmico e místico desses acontecimentos, por não possuir a luz e o amor divino dentro de si, que os leve a “nascer de novo” num mundo de divindade. Sobre esse novo nascimento existe uma passagem no Evangelho, segundo São João, em que Jesus ao ser visitado durante a noite pelo fariseu Nicodemos, respondeu à pergunta que aquele Lhe havia feito: «Em verdade, em verdade vos digo: aquele que não nascer de novo não poderá ver o Reino de Deus». Ao que Nicodemos retorquiu: «como é possível a um homem velho nascer de novo?». Então Jesus respondeu-lhe: «Em verdade, em verdade vos digo: quem não nascer da água e do espírito não poderá entrar no Reino de Deus. Pois o que nasceu da carne é carne e o que nasceu do Espírito é espírito. Por isso não te admires por te ter dito: “Tendes de nascer de novo”.»

Ora, para o homem “nascer de novo”, ou para que se dê nele um “segundo nascimento”, terá de haver igualmente uma nova concepção, que deverá ser realizada num outro mundo, onde o espírito se une à matéria pura, para conceber uma nova consciência que manifeste uma luz interior. Por conseguinte, o homem deverá nascer da água e do espírito para entrar no Reino de Deus. Nesse caso, para que ele renasça terá de possuir dois princípios, que é a mãe (§), a água, o amor a pureza e a vida, assim como o pai, que é o fogo, a luz, a sabedoria e o espírito.
Não obstante, para que vivamos de novo teremos de morrer. É preciso que surja uma Primavera dentro de cada um de nós, fenómeno anual em que tudo se renova, desperta, purifica e regenera. Este período do equinócio da Primavera é, de facto, um dos mais importantes do ano, visto que não só se celebra a ressurreição de Jesus, como também se realiza a ressurreição de toda a Natureza, que já era celebrada muito antes de Jesus.

Jesus disse, ainda: «Se não morrerdes não vivereis». Logo, a ressurreição está ligada à morte. No homem, a natureza inferior tem de morrer para que dê lugar ao espírito, ao princípio divino, de liberdade para agir e transformar tudo, e assim conquistar a imortalidade. Será preciso morrer para se possuir a verdadeira vida, e todo aquele que quer viver já está a morrer. Na realidade, tanto o “segundo nascimento” como a “ressurreição” não são mais do que duas formas diferentes de apresentar a regeneração do homem e a sua entrada no mundo espiritual.
A Cristandade fala na ressurreição há mais de dois mil anos, e menciona passagens dos Evangelhos onde diz que Jesus ressuscitou. Poderemos ler neles algumas passagens bastante interessantes, em que Jesus não nega a ressurreição, mas entende-a de maneira diferente dos homens daquele tempo, em especial, dos incrédulos Saduceus. Num trecho do Evangelho de São Marcos, Jesus chama-lhes a atenção por não terem compreendido as Escrituras nem o poder de Deus, quando Lhe perguntaram a quem se juntariam os sete irmãos, que haviam casado com a mesma mulher, e morrido todos a seguir, assim que aquela morresse. Ao que Jesus respondeu-lhes: «...os homens não se reunirão às mulheres, nem as mulheres aos maridos, mas serão todos como os anjos (§) no céu.».
  (... continua) 
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