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Em Especiais encontrarão temas que pela sua profundidade, merecem distinção e como tal são jóias preciosas para se guardar religiosamente no coração.

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C. Jinarajadasa- A Alegria do Regresso

de Maria Manuel Duarte

em 27 Dez 2022

  Chega um momento na evolução da alma em que todas as experiências se fundem numa experiência suprema, isto é,- O REGRESSO ÀQUILO DONDE VEIO. Nas suas vidas passadas, apenas parcialmente sentiu essa coisa para que ela sempre voltou como o seu único alívio e conforto. Algumas vezes era para ela o seu Deus, o seu Mestre, o seu Senhor, por tantos nomes reconhecida, de vida em vida. Algumas vezes era o seu Ideal, cuja traição constituía o supremo pecado, sem perdão… Mas através de todo o seu longo passado, a alma olhava o seu Deus ou o seu Ideal, como separado de si, acima de si, para além de si… Tudo, porém, muda, quando lentamente a alma se faz luz e ela reconhece que tudo quanto prezou com sendo seu: as convicções, a verdade, a adoração a Deus, o amor do seu semelhante, a chama da aspiração para se tornar perfeita e santa, nada disso lhe pertencia.

Porque durante tempos quase sem fim, ela pensou apenas em si, na sua “Individualidade” composta dos seus pensamentos e sentimentos, das suas esperanças e sonhos, a tal ponto que lhe foi impossível distinguir que estas coisas nem eram dela, nem tão pouco coisas que tivesse adquirido. Mas logo que um lampejo intelectual, cheio de maravilha, lhe mostrou, pela primeira vez a não existência dessas coisas… então chega para ela a alegria inexprimível de perceber, com o espírito e com o coração, que cada partícula, de qualquer dos seus veículos, que todos os seus sonhos e esperanças, virtudes e aspirações eram nada mais que correntes emanando de si, vindas da Origem que se não pode atingir, mas indo para um fim que ela podia amar e glorificar. Desde este momento, morto o seu EU, nada mas dela ficará senão uma vaga reminiscência, porque apenas uma única coisa a domina dora avante, noite e dia, o saber de certeza absoluta que quando 10 atingir o seu vértice, esse mais alto ponto a escalar, não é senão uma corrente ascendente passando através dela, em alegre oferta.

A adoração de Deus com o seu mais ardente entusiasmo, torna-se, então, no próprio êxtase de Deus, voltando a Si… E todas as suas oferendas de amor e devoção para homem como homem, ou para homem como Deus, tornam-se desde então, para ela, correntes de alegria que a levam cada vez mais para diante – não correntes suas, mas sim as de ISSO que brota de cada átomo do seu ser. Quão agradável é, então, perder por completo a Individualidade, para conhecer somente a alegria das correntes que fluem para cima, e nunca mais, uma vez sequer, ter o pensamento do EU. Quando a alma chega à destruição do EU, começa então, uma sinfonia maravilhosa, porque desse momento em diante todas as forças do Universo, que uma vez imanaram de ISSO, começaram, uma por uma, a voltar à sua origem a ISSO – através da alma.

Este mistério do regresso reside em todas as coisas; o mineral, que está no vértice do arco descendente da Vida, pensa na alegria do regresso: cada haste, cada folha, cada ave, todo o animal, ainda que obscuramente, suspira pelo Regresso. O Universo que provém de ISSO, tem sempre em si uma força impulsiva, um poder que o transforma continuamente para melhor, na ânsia resoluta de voltar a ISSO donde saiu. Todos os reinos da Natureza sentem esse anseio, posto que as forças da vida, em cada reino, se achem presas, confinadas, limitadas e devam esperar pacientemente o dia em que comece o caminho do regresso Quando a alma envereda por esse caminho, todas as coisas sentem igualmente o começo do seu regresso.

As Cordilheiras segredam: “ Irmão, leva-nos contigo;” as nuvens fixando-a dizem-lhe: “Transportanos contigo”; os animais na sua mudez, os pecadores entre os homens, todas as almas exasperadas, sentem na sua presença, a alegria do regresso, e de momento, um alívio às suas misérias, um conforto, para uma nova força em esperar e sonhar. Então as afrontas do mundo já não têm significado; os pés magoados e sangrando, já nada importam; as angustias e os desesperos de quando a alma caía, temporariamente, no Eu e na Personalidade, já não ofuscam as reminiscências da vida, uma vez liberada dos elos desse Eu – Tudo se funde, então, num único significado, - O REGRESSO A ISSO – TODAS AS ACÇÕES SE FUNDEM NUMA SÓ.

CONTEMPLAR SEMPRE E SEMPRE ESSA LUZ ATÉ QUE OS OLHOS CEGUEM, E O RISO, O AMOR, A ALEGRIA, O LOUVOR, E A GLÓRIA CONTINUEM A VIVER NESSA CEGUEIRA.

C. JINARAJADASA

“O Amor é a minha Religião”. RUMI

Magazine Teosófico nº 16, Dezembro 2022

   


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