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A Sabedoria do Intelecto e o Caminho Mítico

de Arthur Shaker

em 27 Set 2010

  Este texto apresenta uma elaboração em torno do tema do Intelecto, a partir dos paradigmas de algumas tradições, como o mundo greco-platônico, o Cristianismo, o Hinduísmo, e o Budismo. Toma como base de pesquisa as contribuições das Ciências da Religião, da Metafísica e da Teologia, bem como do conjunto das ciências humanas, nesse repensar deste tema para a existência humana contemporânea. A partir desses fundamentos, o propósito central é recolocar o lugar do Intelecto em sua relação com a sabedoria e a razão, num contexto atual de hipertrofia do racionalismo, em detrimento da intuição e sabedoria, acarretando a perda da compreensão do caminho da realização espiritual como o caminho mítico por excelência, meta e fundamento de todas as tradições espirituais.


Resumo
Palavras-chave:
• Intelecto, razão, intuição
• Plena atenção, concentração, Sabedoria
• Mito, caminho mítico, realização espiritual
• Delusão, ignorância, libertação

a Sabedoria do Intelecto e o caminho mítico

Câmara, luz, ação!

Um novo dia, um novo filme, um novo capítulo da novela da vida se inicia, e já estamos correndo atrás de nossos afazeres, deveres, sonhos de realização, viver uma vida plena de satisfações.

Ação, ação, ação, na busca da felicidade. Faça, mexa-se, realize seus sonhos, viva intensamente.
Câmara, luz, ação: Realização!

Até aqui, aparentemente, nada de novo sob o sol. As religiões também têm o propósito de conduzir os seres humanos à realização. Mas vejamos. Nestas três palavras “câmara, luz, ação”, antes da ação há duas outras: câmara e luz. Porquê disto? A palavra “câmara” vem como primeira, pois para que haja ação é preciso que haja um foco que dirigirá a ação. Mas há uma palavra não-dita, mas imprescindível, que é anterior ao foco da câmara de nossa novela existencial: a motivação.

Qual a motivação cuja realização preencheria nosso modelo de satisfação? Raramente os seres humanos examinam esta questão vital. Ela é fundamental porque é esta motivação que determina nossas ações, e nossas ações determinam os frutos, e os frutos determinam o senso de satisfação que nossa mente experimenta. E esta relação, entre a motivação e aquilo que a mente interpreta como satisfação, é que ao final determina a avaliação da mente sobre a realização de sua felicidade.

Aqui há um divisor das águas, que as Ciências da Religião, em conjunção com as doutrinas espirituais podem esclarecer: qual o projeto ou modelo de realização que levaria o ser humano à felicidade? Num nível superficial, a felicidade que se corre atrás tende a ser motivada, e por isso dirigida, quase sempre pelo desejo ignorante, que se ilude vendo o que é impermanente como permanente e satisfatório. Resultado: frustração, sofrimento e deslocamento da insatisfação para um novo objeto ilusório. Câmara, luz, ação!

Motivação é sinônimo de intenção, palavra que vem do latim in-tendere, ou seja, para onde tendem nossas ações? E as ações não apenas do corpo, mas da fala e do pensamento. Mas será que os seres humanos estão sendo educados para examinarem os conteúdos das motivações/intenções de suas ações do corpo, fala e pensamento? Essas intenções, que no Budismo são referidas como cetana, na maioria das vezes brotam do fundo do inconsciente da mente, sem que se dê conta deste emergir, que impulsiona as ações. Tem-se a ilusão de que se está agindo “livremente”, mas de fato, somos “agidos” por impulsos inconscientes. E o mais grave: impulsos inconscientes cujos conteúdos na maioria das vezes são as impurezas da cobiça, da aversão (dos pequenos ressentimentos aos ódios violentos) e da ignorância.

“Vigiai e orai”! Nestas duas curtas palavras, proferidas pelo Cristo como diretrizes, estão contidas verdades espirituais de vasto significado e fruto. Comecemos com o “vigiar”. Se a intenção de nossas ações é o que determina a qualidade dos frutos que experimentaremos, e se ela provém quase sempre do fundo do inconsciente, é preciso desenvolver a educação do “vigiar” a porta por onde a intenção provém. Mas quem vai fazer o papel do vigilante? Aqui entra em ação o Intelecto. Mas o que é o “intelecto”?

Certa vez um professor de Teologia cristã me pediu que elaborasse essa noção, pois tinha certa dificuldade em explicá-la aos seus alunos, em virtude do fato de que não havia conseguido encontrar na teologia católica uma definição do Intelecto. E que ele procurava definir, de modo simplificado para os alunos, que Deus ao criar o Homem, colocara seu hálito no homem. Este hálito seria a inteligência, a porção de Deus, o intelecto.
  (... continua) 
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