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Plena Atenção - 1º Parte

de Ajahn Sumedho

em 03 Jan 2011

  (...anterior) Não são mandamentos ou dogmas religiosos nos quais temos de acreditar e aceitar. São meras linhas guias que apontam para a maneira como as coisas são. Desta forma não estamos a usar os ensinamentos do Buddha (§) apegando-nos a eles como um fim em si próprios, mas apenas para nos relembrarmos de estar despertos, alertas e conscientes de que tudo o que surge, cessa.

Trata-se de uma observação e reflexão contínua e constante do mundo sensitivo visto este exercer uma influência forte e poderosa. Vivendo num corpo assim, na sociedade actual, as pressões em todos nós são incríveis. Tudo se move tão rapidamente – a televisão e a tecnologia desta era, os carros – tudo tende a mover-se a um ritmo muito rápido. É tudo muito atraente, excitante e interessante, e tudo atrai os nossos sentidos para o exterior. Simplesmente reparemos quando vamos a Londres como toda a publicidade chama a nossa atenção para os cigarros e garrafas de whisky! A nossa atenção é levada para coisas que podemos comprar, reafirmando o renascer na experiência sensorial. A sociedade materialista estimula a avidez de forma a gastarmos dinheiro e ainda assim a nunca estarmos contentes com o que temos. Existe sempre algo melhor, mais recente … mais delicioso que aquilo que ontem era o mais delicioso … e continua e continua, puxando-nos exteriormente para os objectos dos sentidos.

Mas na sala de meditação, não vimos aqui para olhar uns para os outros ou para sermos levados ou atraídos para qualquer um dos objectos na sala, mas para os usar de forma a nos relembrar. Somos relembrados quer a concentrarmos as nossas mentes num objecto pacífico quer a abrir a mente, a investigar e a reflectir acerca de como as coisas são. Cada um tem de experienciar isto por si próprio. Não é a iluminação de alguém que vai iluminar os restantes. Este é um movimento para o interior; não o de olhar para fora, para alguém que é iluminado de forma a nos iluminarmos. Damos esta oportunidade de encorajamento e encaminhamento para que aqueles de vós que estão interessados em o fazer, o possam realizar. Aqui podemos, a maior parte do tempo, ter a certeza de que ninguém nos vai roubar a mala! Hoje em dia não podemos confiar em nada, mas o risco disso acontecer aqui é menor do que se tivéssemos sentados em Piccadilly Circus. Os mosteiros Budistas são refúgios para este tipo de abertura da mente. Esta é a nossa oportunidade enquanto seres humanos. Como seres humanos temos uma mente que pode reflectir e observar. Podemos observar quer estejamos felizes ou miseráveis. Podemos observar o ódio, o ciúme ou a confusão na nossa mente. Quando estamos sentados e sentimo-nos realmente confusos e aborrecidos existe em nós algo que o sabe. Podemos odiar e reagir cegamente contra isso, mas se formos mais pacientes conseguimos observar que isso é uma condição temporária e transitória de confusão, ódio ou avareza. Mas um animal não consegue fazer isso. Quando está zangado ele é somente isso, perdidamente. Digam a um gato zangado para observar a sua raiva! Eu nunca consegui ir muito longe com a nossa gata, ela não consegue reflectir sobre a gula. Mas eu consigo e tenho a certeza de que todos vocês também o conseguem fazer. Quando vemos comida deliciosa à nossa frente o movimento da mente é o mesmo da nossa gata Doris. Mas nós conseguimos observar a atracção animal para coisas que parecem boas e que cheiram bem.
Quando observamos e compreendemos o impulso estamos a usar sabedoria. Aquilo que observa a gula não é gula. A gula não se pode observar a ela mesma, mas aquilo que não é gula pode observá-la. Este observar é aquilo a que chamamos “Buddha” ou “Sabedoria do Buddha” – a consciência das coisas tal como elas são.

Instrução

Observando a respiração (Ānāpānasati)

Ānāpānasati é a prática de concentrar a mente na respiração. Quer sejamos já peritos ou quer tenhamos desistido da prática por nos considerarmos um caso perdido, existe sempre um tempinho para observar a respiração.
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