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Os Estoicos e os Jainas

de Maria

em 02 Abr 2023

  (...anterior)
Uma máxima estóica é: “abstém-te e suporta”: Tal como no Jainismo onde os ascetas renunciantes se abstinham da acção para parar o influxo de karma, princípio do Jainismo, no qual assenta o caminho que leva à realização interior ou ao estado de kaivalya para tornar-se um Tīrthankara, aquele que se isola do mundo (fim do karma) e não reincarna mais. No Budismo Theravada, este princípio é semelhante, já que o Arhat se preocupa com a sua salvação.

Epicteto prega a liberdade interior e a submissão à razão e que cada um deve preocupar-se unicamente com o que depende dele mesmo, pois o que não depende de nós, devemos aceitá-lo e não desejar que seja conforme gostaríamos. Esta submissão à ordem do mundo, engloba um sentimento religioso pois implica total confiança na Providência ou Destino. Epicteto, talvez fosse dos estóicos, o mais submisso conseguindo realizar esta máxima, “suporta” porque era um escravo de um senhor romano e, como tal, aceitou a sua condição de falta de liberdade, mas aproveitou-a para desenvolver a sua liberdade interior.

Para os Estóicos, bem como para os Jainas, a filosofia leva à sabedoria pela realização interior e apoia-se sobre o conhecimento e a necessidade, como conhecer as relações temporais (efémeras) e as relações da necessidade (o que deve ser feito).

Para os Estóicos, o tempo é apenas a expressão da sabedoria divina, mas também a expressão do dinamismo da vida universal e da sua harmonia. Viver segundo a natureza é saber submeter-se e esta coexistência e agir segundo ela com consciência. A vida do sábio é saber manter a harmonia em si mesmo e de acordo com o universo. E uma vez que a simpatia das coisas exprime a Presença ou Vontade de Deus, implica que se submeta ou obedeça aos desígnios de uma Providência Omnipotente.

Crisipo, outro reformador Estóico diz: «O destino é uma disposição do todo, a eternidade de cada coisa seguindo e acompanhando cada outra coisa, disposição que é inviolável». «O destino é uma ordem e uma conexão que jamais poderão ser forçadas ou transgredidas».
Cleanto invoca este Senhor do Universo como um ser susceptível de se debruçar com benevolência sobre a sorte dos mortais insensatos. «Infelizes procurando sempre adquirir bens (os homens) não vêem nem escutam a lei comum de Deus; se eles lhe obedecessem com inteligência levariam vidas mais felizes, mas insensatos correm de um mal para outro».

Preceito ou máxima de Epicteto:
«Quando fores consultar o que adivinha, lembra-te que não sabes o que vais perguntar, e que para isso vais a saber; e se fores sábio e filósofo, antes que saias de tua casa, o poderás saber. Porque se há coisas que não estão na nossa mão, sabido está que não há mal nelas. Portanto, não há que perguntar ao que adivinha do que se há-de fugir, ou o que há-de perguntar: de outra maneira irás tremendo, quando fores. E, assim, isto há-de ter por firme pressuposto, que nem um acontecimento bom ou mau, qualquer que seja, te toca a ti, nem te há-de mover um ponto; pois podes usar dele bem, e convertê-lo em teu proveito, sem que ninguém te possa impedir. Aconselha-te com Deus com muita confiança; e do que te aconselhar, tem memória; e que se seguires seu conselho, que desprezarás a autoridade de tão grande Conselho. Quando finalmente fores ao oráculo, seja como ia Sócrates, que era tratar só das coisas, de que com nenhuma razão, nem arte se pode dar nelas, por totalmente se não saber quais são, senão pelo sucesso, que depois se vê. Para socorrer ao amigo, que está em necessidade ou à Pátria, não há para que consultar o que adivinha, se nos pusermos a perigo por isso. E quando disser, que os sinais nos sacrifícios que fez, não são propícios, sabido está, que, quando muito, podem ameaçar morte ou perda de algum membro ou desterro; mas, por outra parte, também a razão diz, que pelo amigo e pela Pátria, vos haveis de pôr em perigo. E se não, olha o que fez o grande Oráculo de Apolo de Pythio, que mandou deitar do templo a um, que vendo matar um seu amigo, não o socorreu, como estava obrigado».
  (... continua) 
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