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Os Estoicos e os Jainas

de Maria

em 02 Abr 2023

  (...anterior) Se não me podes mostrar este Estóico perfeito e acabado, ao menos mostra-me um que o comece a ser. Não desenganes um velho como eu, desse espectáculo que, confesso, ainda não pude desfrutar».

A prática da virtude é uma actividade espiritual e a virtude está de acordo com a natureza mais perfeita do homem. O homem perfeito ou sábio é feliz, mas daquela felicidade que provém de um sério esforço pela aspiração à integração em Deus e não nos divertimentos.
A ideia de felicidade de acordo com o vulgo, não se define do mesmo modo que a dos sábios. Para estes a felicidade é essencialmente a prática da virtude, porque conduz à sabedoria.
A compreensão ou o compreender, acumula sabedoria. As coisas da vida só são aceitáveis, se compreendidas, pois compreender implica realizar interiormente no coração e no intelecto (entenda-se como inteligência). No intelecto manifesta-se um rasgo de clareza mental, sobre o conhecimento do “objecto” e no coração manifesta-se como um bálsamo de omnisciência. Quando o conhecimento é realizado desta forma, fica a sabedoria.

Tal como o Jainismo, o Estoicismo assenta também em certa negação da vida, tendo ao mesmo tempo, um profundo respeito por ela, mas o ideal das duas doutrinas é chegar à “apatia” (ataraxia), ou como dirá Heinrich Zimmer, no caso dos Jainas, “ser um tolo inútil”, ou “no viver de acordo com a natureza”, segundo os Estóicos. Neste profundo respeito pela vida e por todos os seres, estão incluídos os animais e as plantas em quem se aplicam os mesmos princípios da não-violência, pois o mal é obra do insensato e resulta da loucura da humanidade.

Acalmados os desejos e ambições, o ideal Estóico e Jaina é realizar uma absoluta indiferença onde não será mais perturbado por aflições, pois ao ultrapassar a servidão dos sentidos, alcança o “isolamento” (kaivalya), termo Jaina, enquanto nos Estóicos é “indiferença”. Também o conceito de Liberdade, coincidente nas duas doutrinas, refere-se à liberdade interior, já que apenas depende do domínio interior a serenidade e a felicidade.

Esta é a liberdade da Alma, que após haver-se purificado e libertado de todas as amarras e dores mortais, alteia-se ao mais alto universo e paira entre os Espíritos bem-aventurados, sendo recebida por uma assembleia beatífica, como nos dizem os Estóicos.

Este conceito Estóico, encontra-se também no Jainismo, onde a prática da ascese ou austeridades purificadoras, servem para libertar a Alma, já que presa a um corpo físico, naturalmente a sua luz fica obnubilada pelas partículas de matéria que a envolvem. No final da purificação, a Alma liberta-se, e leve e cristalina, pode elevar-se ao cimo do universo, para onde se retiram os Tīrthankaras, ou aqueles que se descartam da matéria e dos renascimentos.

O conhecimento sobre os elementos constituintes da matéria é importante como meio de libertar-se da roda dos renascimentos ou das agonias da existência. Os princípios fundamentais do Jainismo estão assentes em nove tattvas ou qualidades e são classificados da seguinte forma: (1) – Jīva, Alma consciente. (2) – Ajīva, não Alma consciente. (3) – Asrāva, influxo de karma. (4) – Bandha, escravidão. (5) – Punga, virtude. (6) – Pāpa, pecado. (7) – Samvara, suspensão do influxo de karma. (8) – Nirjara, exaustão de karma. (9) Moksha, libertação total da Terra.

O Jainismo propõe os meios pelos quais pode ser efectuada a ruptura do Jīva e do Ajīva para que a liberdade seja alcançada. O Jīva ou a Alma consciente, está limitada pelo Ajīva ou elementos da matéria. E, embora a Alma consciente ou Jīva se descarte de Ajīva, matéria inconsciente, a essência substancial de Ajīva permanece eternamente.
  (... continua) 
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