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Espaços da mente

de Maria Ferreira da Silva

em 06 Fev 2023

   Segundo estudos científicos levados a cabo por especialistas da Psicologia, o tédio pode ser criativo. Felizmente que não rotularam este estado mental do ser humano como uma doença à semelhança de outros sintomas psíquicos como a bipolaridade. Dizem, que é quando se esgota toda a programação de fazer coisas, com um sentimento de que não tem nada para fazer, já que tudo o aborrece, que obriga então, a uma paragem mental. E, nesses momentos, por causa desta paragem, o cérebro estando aquietado pela força das circunstâncias se pode regenerar nos seus mecanismos, e assim surgir algo de novo: a criatividade.

Neste estudo, só é entendido este processo cerebral ou mental de forma materialista, abordado apenas psicologicamente, onde não consta qualquer indício mais interno ou espiritual; pode tornar-se criativo apenas devido ao repouso da mente.

Contudo, direi eu, o tédio faz parte do estado de Alma (uma ânsia espiritual), onde de facto, se sente a falta de algo, num vazio que não se consegue preencher com nada, nem mesmo com alguma futilidade. Mas não é preciso invocar o tédio ou deixar que ele entre para ser criativo. De algum modo, a vida agitada que qualquer ser comum tem, não deixa margem para a quietar a mente, parar um pouco e deixar o cérebro sem pensamentos de tão habituados que estamos a ter constantemente algo para fazer. Até nos momentos de lazer, nas férias, para evitar o aborrecimento é necessário aumentar as capacidades desse lazer e preencher todo o tempo livre com divertimentos. A mente nunca pára. O tédio, acaba por dar azo a essa paragem porque surge exactamente, por não haver nada para fazer - um aborrecimento total - a mente parada não tem capacidade de inventar um meio de acção inibida pela apatia.

No entanto, é sabido que aqueles que sabem fazer meditação são mais criativos e mais felizes, pelo que não precisam da componente do tédio. Há uma vontade própria de ser mentalmente saudável através de um exercício prático da mente, mas sobretudo espiritual que completa um indivíduo no seu todo; aspecto que também tenho estudado ao longo dos anos, devido a esta benéfica prática da meditação.

Dizem ainda os especialistas, que é importante saber viver com o aborrecimento. Porém, se aprofundarmos o real sentido espiritual de ser humano, verifica-se como há alternativas para os estados mórbidos, quando se aprende a viver consigo mesmo com o apoio da meditação, ferramenta tão própria e tão mais criativa do que mergulhar na inércia pelo entediar mental, quase patológico de certas mentes.

A apatia, a inércia, o tédio, fazem parte do mesmo “saco” de negligência, quanto ao exigente esforço de cada um de empreender a sua própria evolução espiritual, que estando estagnada procura de algum modo alertar o seu interior, para uma reversão mental no rumo da necessária progressão espiritual. É neste aspecto que a ciência falha, onde não consideram a componente espiritual do ser humano, um factor fundamental na reversão de estados doentios mentais ou fastidiosos.
O nosso cérebro acaba por criar uma dependência de estimulação pelos constantes afazeres ou de projecções de ideias, que não admite parar a mente e quando esta precisa de “descanso”, e se recusa a progredir em idealizações, fica-se com a sensação de vazio, ou a noção de que algo está errado. É, exactamente parando de fazer coisas (aqui há concordância com os especialistas), que podem então surgir espontaneamente novas ideias, ou até tentar timidamente alguma reflexão, para encontrar nova força mental. Por ex., o isolamento, seja qual for a razão (um retiro, uma necessidade de estar só), pode também vir a ser benéfico se perceber a necessidade dessa paragem para se recriar, onde o silêncio e a calma podem conduzir a maior reflexão ou mesmo a um insight.

Por vezes um estado de apatia, mesmo inconsciente, pode dar até um certo prazer, uma doçura, que sobressai uma sensação de bem-estar, onde a pessoa se acomoda querendo perpetuar esse estado - e nessa paragem de inação, pode então o cérebro reestruturar-se e surgir algo de inovador. Apesar disso, não é preciso, na realidade chegar ao tédio, estado mais inferior de quem não encontra alternativas, afundando-se numa “ruminação”, um estado vitimizado por si mesmo. O ideal, de facto é evitar chegar a estados negativos e reagir à natural inclinação desta fuga mental, para viver, então estados positivos, iluminados pela luz da inteligente reversão espiritual.
     


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