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Caricaturas da vida

de Maria Ferreira da Silva

em 09 Jun 2024

   O insólito está presente no nosso dia-a-dia e vai-se tornando uma normalidade. Isto a propósito da amálgama de conceitos, de valores, de liberdade, de deveres e dignidade, onde tudo se aceita pelo receio de falar, pois pode-se ser mesmo insultado, caso não siga os parâmetros de comportamento desta onda despropositada de viver - dos que acham que são mais evoluídos - onde se permite toda a aberração, transformando a vida numa caricatura.

Protagonizei, então, uma cena caricata da qual saí em choque, num Transporte Público, o Eléctrico, que serve a zona onde resido, Belém, até Lisboa. Por muito cuidado que tenha ao sentar-me para fazer uma curta viagem, mas de forma confortável, nem sempre tenho sorte e, portanto, muitas vezes vou em pé. Contudo, neste caso que vou narrar, sentei-me num banco de dois lugares e fiquei do lado da janela.

Eis, se não quando apareceram dois homens, um entre os 45 a 50 anos, e o outro entre os 40 a 45 anos, com um carrinho de bebé. Um deles sentou-se ao meu lado e o outro de frente. Dois turistas americanos, com boa aparência, bem cuidados, vestidos de forma semelhante, usual na moda gay. Percebi que o eram, e os seus orgulhos estavam no bebé que transportavam, mostrando então aos outros que eram uma família.

Em determinada altura a criança começou a chorar e um deles tirou-a do berço para o seu colo e para minha surpresa, era de tenra idade, talvez entre os três e os quatro meses. Contudo, perante a dificuldade de acalmar a criança, que tinha parecenças com ele, passou-a para o outro, que percebi ter mais jeito para fazer de mãe do que o companheiro. Este pôs-lhe a chupeta na boca, mas o bebé continuou a chorar desconfortavelmente. Por muito indiferente que quisesse ficar (encurralada no assento), comecei a sentir-me inquieta no meio desta família incomum, principalmente pela falta de jeito dos dois homens ao tratarem o bebé, que pela idade ainda devia estar ao seio da mãe, com os devidos cuidados que a maternidade requer, nutrido e aconchegado nuns braços femininos. Pobre criança.

Fiquei chocada pelo insólito da situação e presenciei, como uma criança pode ser usada para satisfazer a vaidade de um orgulho, como de qualquer coisa se tratasse, tal um trunfo. Mas, o mais espantoso foi quando o bebé, que estava ao colo do que estava ao meu lado, continuando a chorar, começou a mover o braço na minha direcção e a inclinar também o corpo para mim, como a pedir-me colo. Perante tal evidência, apercebi-me que o vínculo natural primitivo e instintivo da criança, procurava e identificava a figura feminina como a mãe, que neste caso era eu. (Qualquer outra presença feminina podia provocar esta reacção na criança). Encolhi-me sem saber o que fazer, embora com vontade de pegar na criança, mas para não suscitar controvérsias ou males entendidos, não me mexi, apenas dei um sorriso ao pai-mãe, que por várias vezes, recolheu energicamente, o braço do bebé e o endireitou no seu colo, parecendo incomodado com a atitude do filho. Por fim, não aguentando mais o sofrimento da criança, resolvi sair do Eléctrico.

Não tenho preconceitos contra as orientações sexuais de quem quer que seja, cada um é dono da sua vida; o problema consiste em quererem impor o reconhecimento dos outros. No que toca a inverter funções inerentes ao nascimento de um Ser, naturalmente concebido pela mulher, ela constitui o único vínculo com o exterior, protegido pelo elo da maternidade. Nada pode substituir internamente num novo Ser, este elo feminino, a Mãe, está inerente à condição da concepção.
Tenho consciência que este tema pode ser controverso, mas a Natureza da Vida não a podemos alterar.

Nota: Em Itália saiu uma nova Lei, para o caso de barrigas de aluguer, que dá o direito de registo de Mãe de uma criança, apenas à mulher que a concebeu. É o regresso e o direito à Lei Natural.
     


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