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Os Padres no Tibete

de Estevão Cacela

em 08 Jun 2023

  (...anterior) A isto nos disse que era verdade mas que ele tinha medo, que se agora tomasse nossa Lei, de morrer logo, que seus antepassados tiveram a lei que ele tinha e que nunca foram cristãos, mas que fossemos lendo os seus livros e praticaríamos mais de raiz sobre a matéria da lei, que por hora começássemos a fazer cristãos e pregar nossa santa Fé, que era muito boa, e ele assim o entendia e que logo teríamos muitos cristãos que era o que desejávamos e que para começarmos nos dava, como logo deu, em sua presença, a um mancebo Lama de vinte anos muito familiar seu e primo co-irmão de outro Lama que é todo o governo do Rei, e que logo nos daria mais dois e que a estes seguiriam muitos e nos faria casa e igreja em Pargão. Vendo a resolução do Rei lhe dissemos que lhe queríamos dar gosto, pois ele o tinha em ficarmos neste Reino com as esperanças que nos dava de nele se haver de estender a Fé do Senhor e lhe agradecemos muito os Lamas que nos dava e se queriam fazer cristãos, e a igreja que em Pargão queria fazer; que no que tocava a haver de morrer logo tornando a Fé do Senhor, ele veria o contrário nos que se fizessem cristãos, porque sendo Cristo nosso Senhor verdadeira vida das almas não matava os corpos antes com ele teria todos os bens do corpo e alma.

Do que neste Reino há acerca da Religião direi a V. R. o que colhemos das práticas com este Rei e com o velho mestre seu: dizem primeiramente que nunca foram Cristãos nem acham em seus livros que seus antepassados em todo este Potente conhecessem a Cristo nosso Senhor e tivessem sua Lei, dizem que não são gentios, antes se riem, e zombam das coisas da gentilidade, como de adorar animais «gentios, designação dada aos nativos. Na Índia, a vaca é considerada sagrada e hanuman, o rei dos macacos, tem o seu lugar de culto» e abominam o matar gado a pagodes, e outras cerimónias dos gentios «sacrifícios de animais nos templos» dos mouros dizem muito mal, e é nome que chamam a quem querem chamar homem muito mau. Dizem que adoram a um Só Deus e dele têm imagens bem feitas, uma nos mostrou o Rei muito composta, modesta e autorizada, de metal dourado, que tinha entre as mãos uma vasilha pequena de água, e disse-nos que aquela água era significação de como Deus lavava as almas dos pecados. «Aqui não sei se de facto era para água, pois muitas vezes os monges, e neste caso a imagem seria do Buddha (§), são apresentados com a vasilha que é o único bem que têm para recolherem a comida; os monges budistas geralmente são mendicantes. Pela falta de entendimento na língua é possível haver engano na interpretação» Também nos mostrou outra pintura de Deus «as thangkas, que geralmente têm um Buddha no centro, ou a representação do Guru, tradição vinda da Índia para o Tibete com Padma Sambhava (§), no séc. VII d.C.» em pano toda de um azul escuro, e estranhando-lhe nós a cor nos disse que pintavam assim a Deus não porque nele houvesse cor, mas porque sua morada era o céu por isso o pintavam com aquela cor de céu: mostrando-nos também outro painel em que estavam pintados os céus, e no meio deles uma casa quadrada, «mandala» em que dizia morava Deus, posto que conforme seu ordinário falar conhecem a Deus por imenso e que como tal está em toda a parte; dizem que em Deus há três, que são um Deus, e que dois deles não têm corpo, e um tem corpo, ao que tem corpo chamam Togu, «A Joia Tríplice; o Buddha, o Dharma e o Sangha ou os três corpos do Buddha; Dharmakāya; corpo da Lei, Saobhogakāya; corpo de Beatitude e Nirmanakāya; corpo de transformação ou da iluminação. Togu, ou Tulkul, que quer dizer Filho, iluminado, ou ainda os Buddhas vivos, que são reincarnações especiais de seres, geralmente Lamas», e no modo com que falam de seu nascimento dão a entender quererem dizer que nasceu ficando a mãe (§) virgem, «a mãe do Buddha» e nos mostraram a imagem de uma mulher que dizem ser a mãe de Deus, «provavelmente a Tara Branca».
  (... continua) 
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