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pág. 8 de 10
Os Padres no Tibete

de Estevão Cacela

em 08 Jun 2023

  (...anterior) Também outro Lama de 27 anos muito importante e de muitos parentes, que todos estes meses esteve aqui com o Rei ajudando-o nas obras de sua curiosidade de pintura, escultura e marcenaria em que sempre está ocupado para ornato da imagem de seu pai, me tem prometido de se fazer cristão por muitas vezes, como acabar estas obras do Rei, que será daqui a mês e meio, deste me ajudo para me escrever e pôr em boa linguagem as orações e doutrina cristã; e escrevendo um dia destes o capítulo da cartilha sobre a Santa Cruz (§) ser sinal do Cristão, e outras coisas acerca do nascimento de Cristo nosso Senhor, e da pureza da imaculada Virgem Senhora nossa, ficou muito satisfeito e me disse depois que o tinha no coração e lhe contentava muito. Também outro homem, que de outra aldeia veio aqui, vendo a capela que tínhamos e ouvindo algumas coisas de nosso Senhor, nos disse que queria ficar connosco, e que indo para nossa casa estaria connosco para nosso Senhor lhe perdoar um pecado que o trazia muito desconsolado, e era que por desastre com uma frecha matara um homem; este tornou outra vez e persiste nos mesmos propósitos.

Também outros afeiçoados a nossas coisas nos têm prometido de nos trazer seus filhos para os ensinarmos, e um destes está mais em particular agradecido pela mercê que diz nosso Senhor lhe fez de dar saúde a um filho, que nos trouxe doente estando nós com o Rei nas tendas, ao qual pedindo alguma coisa santa para remédio, deu o Padre João Cabral uma relíquia, a qual o homem atribui a saúde do filho e outros pedem muitas vezes a água benta com que dizem se acham bem dos seus achaques. E os Lamas e a mais gente que vem aqui a ver-nos também com as suas ofertas de leite e frutas, vendo as imagens e ornada da capelinha ficam pasmados e se prostram muitas vezes diante da imagem da Virgem Senhora nossa, e de Cristo nosso Senhor beijando com muita devoção o pé do altar. Tendo isto é dentro desta casa do Rei, junto a esta do seu pagode, que temos vizinha onde é contínua a guerra que o demónio faz às almas com o cantar e rezar dos Lamas da escola do Rei e o som de vários instrumentos com que sempre estão ocupados em seu culto, e com a presença do mesmo Rei que sabe de tudo quanto aqui passa, e a gente tudo o nosso compara com o seu, e lho antepõem do que bem se vê no Rei o pouco que gosta: e assim de aqui haver estes princípios podemos conjecturar progressos melhorados no bem das almas, confiando em Deus nosso senhor, que saindo deste forte que aqui tem o demónio nos dê muitas vitórias dele, «os sūtras são cantados em coro; são louvores aos Buddhas (§), bem diferente de demónios, mas a mentalidade católica da época tinha dificuldade em aceitar e respeitar outras religiões» desapossando das almas que aqui tem sujeito: porque fora deste não há outros pagodes, senão raríssimos e andando por estas serras as primeiras dezasseis jornadas não encontramos nenhum, mais do que no alto de uma serra um alpendre de pedras umas sobre as outras «stupa» bem mal feito com algumas pinturas do demónio e alguns ídolos; e em Pargão com ser a cidade que disse não vimos mais que uma casinha pequenina de um Lama particular, que lhe servia de pagode, e assim fazendo-se igrejas a que a gente venha e concorra se pode esperar com o favor do Senhor fruto em o bem das almas, nas quais se vê bem a sede que lhe causa a propensão que tem ao conhecimento de seu criador na vontade, e gosto que mostram de ouvir as coisas do Senhor que lhe praticamos, e na piedade e reverência que mostram a qualquer imagem que lhes dizemos ser de Deus e as coisas de seu divino serviço e ajudara muito a este bem à liberdade que neste Reino há, que é assaz grande, e estendido e muito povoado, tendo a este Rei uma sujeição muito voluntária sem obrigação de lhe haverem de diferir nem sequer sua doutrina, nem ele ter poder de gente para constranger ninguém a nada; antes como sua principal renda está no que lhe dão voluntariamente, a ninguém quer ter descontente, e cada um é muito livre para fazer o que quiser, como o mesmo Rei por muitas vezes nos disse falando-nos ainda acerca dos seus Lamas que são os mais sujeitos. «Não reconheceram aqui a passividade de seres que os acolheu em fraternidade e respeitaram sua religião».

«Mais adiante»:
Tenho faltado até agora em dar a V. R.
  (... continua) 
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