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Ética

de Maria Ferreira da Silva

em 19 Nov 2023

   A ética é subjectiva, subliminar. A ética não anula valores de independência ou liberdade quando aplicada como norma ou abrangendo leis; ela depende para além disto, da conduta de valores que cada um possa usar fruto de realização humana e espiritual. Se não houvesse leis, tudo seria permitido, mas o dever de uma linha recta ou correcta arrasta consigo a ética. A ética é a gnose interna no ser humano e nunca será destruída pelo caos externo.

A pergunta, como nos devemos comportar não tem resposta no exterior ou na explicação cabal de outro, mas de uma justificação interna de agir no melhor dos sentidos. A ética leva à igualdade e à equanimidade. No fundo ética e moral confundem-se, mas a moral é uma base necessária para sustentação da ética. A ética é a metafísica da moral. Também se pode traduzir por Dever; fazer o que é justo, o que nos remete naturalmente ao sistema Hinduísta do Dharma e do Karma. É o certo, o caminho do dever que dá segurança na acção perante si mesmo, e em relação aos outros; não prejudicar, não ignorar a posição do outro assumindo o seu lugar, cumprir regras sociais, etc.

No sistema Hinduísta o Dharma, o Dever é o que tem de ser feito nos momentos destinados, quer na educação, quando na idade escolar, quer na vida social, quer casando para formar família, ou na espiritual quando já liberto das obrigações mais mundanas e se recolhe num āśrama. São regras ou os quatro estádios de vida que fazem parte do Brahmanismo (sistema de castas), sendo o primeiro o período do brahmācārya, o celibatário, o casto. As disciplinas formativas são o estudo, a obediência ao Guru ou instrutor, práticas de adoração com exercícios físicos ou āsanas, saudação ao Sol, mantras e hinos. Também se purificam pelas obras, pelo bem-estar dos outros, onde o altruísmo é fundamental, mas também a coragem. É o Sādhana do Yoga, que leva ao controlo da mente, domínio dos sentidos, paciência e fé, tendo por base a prática da meditação.

Portanto, no cumprimento do Dharma, entra a parte fundamental que é o sentido religioso que reclama a realização espiritual ou a salvação divina e, por isso, a última parte da vida é dedicada a esta premissa ou meta da transcendência, pela via da renúncia, num sítio mais adequado ou mais solitário, no qual o āśrama constitui um especial refúgio. Mesmo que ainda tenha alguma influência no mundo, a sua acção é absolutamente desinteressada. Na realidade, o ser humano pode transformar o seu próprio karma, atenuá-lo por meio de sábia conduta, onde a ética tem funções pessoais, para aprimorar a sua própria consciência, tal como o escultor molda a sua obra.

Naturalmente que o karma vem do passado e nos condiciona no presente, mas a grande mestria é conduzir a vida na melhor direcção que é a sua evolução espiritual, e deste modo, alentar o seu campo de acção, perene e futuramente. A vida subsiste para além da vida física e o “lugar” que iremos ocupar após a morte, depende do nosso empenho quando em vida.
Este caminho de realização espiritual leva a maior consciência de si e ao reconhecimento de Ātman, o verdadeiro Ser, o Eu Sou, que vive no coração de todo o ser humano e que concede o conhecimento de Deus.
     


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