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O Valor da Palavra

de Maria

em 23 Jul 2008

   O Verbo é talvez o meio mais poderoso de entendimento ou desentendimento entre os seres, podendo uma só palavra incitar à violência ou à paz. De facto as palavras manifestam a expressão mântrica do Verbo, ou seja, a capacidade de ter efeitos no mundo visível e invisível. Por exemplo, a agressão verbal pode estar escondida numa bela (aparente) frase. Se a Verdade é o Belo, a harmonia da Verdade não se alia ou se pode confundir com a deturpação e a demagogia. Usar sabiamente a palavra implica ter consciência do valor da sua definição e dos seus efeitos, para além das motivações correctas.


Efectivamente, são muitos os que têm o poder da palavra, mas poucos têm a Verdade na Palavra. Assiste-se hoje, à pura negligência quanto à forma de falar, bem como na falta de responsabilidade do que fala e até com pronúncia incorrecta, em meios que obrigatoriamente devem ser exemplos. É aflitivo também, o abuso que se faz nas interpretações das palavras dos outros e na deturpação das suas interpretações.
Esta constante apologia da distorção da verdade, resulta de uma incompreensão, quanto à verticalidade da palavra e a necessidade da justa informação. Se de facto, os actos denunciam os seres, já as palavras, podem tanto esconder a falsidade e a ambição, como serem manipuladas e deturpadas frequentemente.

Será esta a liberdade de expressão que tanta gente apregoa? Contornar as verdades ao ponto de as tornar mentiras?
O ambiente geral em Portugal neste momento é de confusão, criada por aqueles, que em certos meios, se auto denominaram donos da verdade à sombra das suas limitações mentais e dos seus interesses obscuros.
Por exemplo, a vida ou a realidade de um ser só a ele diz respeito, e a ninguém cabe o direito de violar a intimidade de cada um; a justiça não se faz apontando um dedo. A prestação de contas com a Justiça ultrapassa a compreensão da maioria das pessoas, esquecendo-se ou mesmo desconhecendo que cada um tem contas a prestar a essa Justiça superior, que é a sua própria Consciência, nesta vida ou nas seguintes. Ajudar a clarificar os factos sim, atirar as pedras, ainda por cima sem razão, não!
E a palavra, tal uma pedra certeira, acaba por ser um meio de atemorizar os outros. O mundo dos seres humanos passa então, a ser principal e lamentavelmente regido pelo medo dos outros. Intimidados pelo juízo dos outros, pela sua apreciação e, inseguros pelas críticas, vive muita gente apavorada pela sombra dos outros.

Na palavra reside o mistério iniciático, o segredo dos segredos, oculto principalmente na sua pronúncia. Hermes, o "Mensageiro de Zeus", transmite a luz pela Palavra, tornando-a sagrada pela sua proveniência.
A forma como se fala e o poder benéfico da Palavra, cultiva-se pelo desenvolvimento espiritual, desvendando-se então mistérios, mas, que ao serem transmitidos pelas palavras estão sujeitas a tão diversos entendimentos, que se torna necessário definir com muita clareza, o que profundamente se realiza ao nível do coração e da mente.
Na Índia, a transmissão de um mantra por um mestre, implica a preparação interior do discípulo. O poder do mantra resulta da sua correcta pronúncia e da pureza de intenções, pois se usada para o mal tem também muita força; eis a razão porque só quando o discípulo está pronto, se pode confiar um mantra.

É também no Evangelho de S. João, que encontramos expresso o valor espiritual da Palavra.
«No princípio já existia o Verbo e o Verbo estava com Deus». «Tudo começou a existir por meio d´Ele», «E o Verbo se fez homem e habitou entre nós».
Se para o cristianismo a personificação desse Verbo foi Jesus, foram de facto as suas palavras, sabiamente dirigidas e pronunciadas com moderação que tiveram efeito e ainda hoje são tão válidas para a humanidade, perpetuando-se no tempo. Também outros Seres, de elevação espiritual fora do comum, legaram à humanidade a Sabedoria, tal Buddha, Platão, Kṛṣṇa, e conseguiram-no sem dúvida, pelo valor conciso e profundo das suas palavras.
     


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