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As aflições

de Maria

em 25 Out 2010

   «Quando Nós dizemos: “Sede incomuns e não vos priveis do cálice da acção heróica”, Nós, deste modo, indicamos – não obscureçais vossa vida e não derrameis vosso cálice. Eu confirmo que muito vos foi enviado. Cada parcela compreendida e aplicada dará vida nova. Assim, observai a chuva de possibilidades e alegrai-vos com o arco-íris».
Morya


Esta bela mensagem contida no livro Agni Yoga é, por si só, um alento para todos aqueles que, de alguma forma e em determinadas ocasiões, se deixam abater pelas agruras da vida. Neste artigo volto a recorrer aos Yoga Sūtras, ao capítulo Sādhana-Pāda sobre os kleśas, aflições, que podem levar à depressão, descritas por Patañjali como os maiores obstáculos à auto-realização.
De facto, das “doenças” do foro psicológico, a depressão é soberana. A depressão arrasta a mente cada vez mais à debilidade psíquica causada pelas frustrações, emoções e sofrimento. Parece mais cómodo encarar a depressão como uma doença do que como uma fraqueza em reagir à vida. Na verdade, a depressão é na maioria das vezes fruto de vitimização e pode definir-se como uma fuga à realidade.

Começa pela tristeza, passa pela melancolia e acaba num profundo desgaste psíquico. A depressão pode começar num vaguear mental, sem conteúdo, inconsistente, em que a mente dificilmente se consegue concentrar, ou também pode passar pela fixação em algo (o motivo do sofrimento), onde a mente fica embotada, apática. Em ambos os casos existe a confusão mental, que abafa o pensamento claro e o discernimento.

Desde cedo, tomei consciência da minha própria sensibilidade, que fui sempre enfrentando os obstáculos, superando-me. Mais tarde, com o conhecimento espiritual e progredindo naquilo que considero o caminho de auto-realização, compreendi o quanto é importante a força interior e o uso da vontade consciente para ultrapassar estados debilitantes psicológicos que nós próprios criamos. Porque me superei recorrendo à força interior, procuro dar esse alento aos outros, já que uma simples palavra quando bem aplicada, pode despertar a mente e fazer emergir a força para a superação.

Na verdade, o sofrimento causado geralmente pela desilusão da vida, vai provocando traumas emocionais, quer sejam de carácter afectivo (desgostos amorosos ou perdas de entes queridos), quer sejam provocados por acesas discussões que marcam o cérebro com memórias negativas, ou ainda de algum querer insatisfeito, que o mais comum é a pessoa deixar-se abater pela frustração recusando aceitar e reagir ao que lhe aconteceu. Para além das frustrações, lições da própria vida, há também a negligência, forma irresponsável de viver, que a longo prazo causa moléstias na mente. Também, por vezes não se aceita o karma que está destinado, despoletando o sofrimento pela contrariedade de um querer pessoal; não se flui com a vida, mas ruma-se contra a maré. Consequentemente, sobressai um desgaste psíquico em não aceitar o que a vida oferece, desconhecendo, a maioria das pessoas, que se colhe o que se semeou e, portanto, deve aceitar-se com humildade os erros do passado, sendo esta uma forma simples e natural de remissão do karma. Se, assim não fosse, a vida seria uma injustiça por si só!

Sūtra 14. Sādhana-Pāda
As experiências terão alegria ou tristeza, conforme a causa: virtude ou vício.

Se houvesse em Portugal um profundo estudo sobre a depressão, veríamos que a grande percentagem, se centraria naqueles que negligenciaram de diversas formas as suas próprias vidas com futilidades várias. Uns de alguma maneira fogem de enfrentar os seus problemas, recorrendo ao álcool, drogas e toda a sorte de prazer imediato, fugindo da sua própria Consciência, outros refugiando-se em panaceias, abafam aquilo que os seus interiores verdadeiramente reclamam: o alimento da Alma! Há também os demasiadamente ambiciosos que não conseguiram satisfazer a sua sede de liderança ou de dinheiro.

Quem se deixa abater por uma frustração, geralmente é porque não aceita olhar o seu próprio interior, correndo o risco de entrar num túnel sem fim à vista, escuro, limitado e, assim, a aflição apodera-se da mente criando cada vez mais obstáculos ao discernimento.
   (... continua)  
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