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Coisas do destino

de Maria

em 14 Abr 2016

   Em certa medida, o nosso destino está traçado e o livre arbítrio é a vontade que nos impele a cumpri-lo. O grande obstáculo (problema) pessoal de cada um está na resistência em aceitar essa directriz – quanto maior a resistência maior sofrimento. A luta entre o que se deve fazer e a negligência é que consome o homem pelo anseio da liberdade, ou seja, ao fazer o que lhe compete de forma correcta, está de facto, a usar o seu livre arbítrio de acordo com o destino ou o que se propôs realizar numa vida - antes de ter nascido - sendo esta a liberdade do livre arbítrio. Paradoxalmente, quando se pensa que se tem liberdade para usar o livre arbítrio, fugindo do que deve fazer, acaba por estagnar a própria evolução de vida, pensando erradamente que se está a ter liberdade para escolher.

É por isso que existem os guias e os mestres invisíveis ou até anjos para ajudar os seres humanos a cumprir o seu destino, até haver uma maturidade espiritual suficiente para compreender que a liberdade reside não na resistência, mas na colaboração com os desígnios universais dos quais fazemos parte. Num caminho espiritual realizado conscientemente vai-se purificando a mente, apaziguando a rebeldia, até chegarmos à compreensão de que fazemos parte de um todo onde a liberdade de escolha é por fim, unicamente o certo.

As leis sociais, onde se incluem a justiça, a moral e a educação conduzem os homens para que aprendam a respeitar os outros e a si mesmo, ao mesmo tempo que ensinam a usar o livre arbítrio conducente com o seu dever como Ser e cidadão; estas leis conduzem a sociedade. Aquele que usa a sua liberdade para as acções correctas não precisa de leis; individualmente é responsável. Eis aqui a verdadeira liberdade e a real compreensão do livre arbítrio.

Os pássaros voam em bandos, as águias voam sozinhas.

Na realidade, o livre arbítrio leva-nos a cumprir o nosso destino e como ele vem em parte determinado, ele vai-se cumprindo com maior ou menor “empurrão”, diluindo a resistência. Quando o homem pela evolução espiritual consciente adquire maior clareza mental, pode então ver o objectivo do seu próprio destino, onde a meta máxima é, de facto, o bem. Se todos cumprirem o seu trabalho, que é a realização humana e espiritual consciente, naturalmente, que cumprirá a Unicidade por si só. O livre arbítrio deixou de ser um capricho de liberdade, mas de responsabilidade no uso dessa liberdade.
     


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