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Tudong Irlandês

de Bhikkhu Appamado

em 03 Mar 2012

  (...anterior) A sua mãe (§), uma senhora encantadora, ofereceu-nos de todo o seu coração uma maravilhoasa refeição e ficou muito, muito comovida quando nos ouviu cantar a bênção, apesar desta ser cantada em Pali, linguagem que lhe era completamente desconhecida. Tocou-lhe o coração, lágrimas rolaram por sua face envelhecida e sorridente. De seguida, acampámos no seu quintal e podemos tomar um maravilhoso duche (desta vez de água quente!), fazer a barba e rapar o cabelo. Nessa mesma noite, fizemos todos meditação em conjunto. Um momento profundo e, para mim, um mergulho no espirito Irlandês deste povo fustigado, humilde, simpático e hospitaleiro. No dia seguinte, tendas arrumadas, Francis e a mãe de Alex acompanharam-nos durante alguns quilómetros. Após a separação procurámos sitio para acampar, o que aconteceu desta vez ser no alto de uma ravina, com muito vento. Acabámos de montar as tendas mesmo antes de uma valente carga de água se abater sobre nós.

Após a meditaçao matinal prosseguimos peercorrendo os fantástcos Cliffs de Moher e fizemos algumas paragens para silêncio e meditação durante o dia. No fim do dia senti as maiores rajadas de vento da minha vida. Estoirados, não conseguiamos encontrar lugar para acampar quando Alex se lembra de telefonar a uns amigos surfistas que viviam ali perto e perguntar se podíamos pernoitar na sua casa. Idéia santa. Os jovens moravam numa vivenda enorme à beira mar e, qual não foi o meu espanto, quando senti um fluxo de energia/alegria pela espinha cima quando os meus pés sentiram (e enviaram a mensagem ao cérebro!) a alcatifa! Parece ridículo, mas isto só demonstra como as nossas células funcionam, tendo enraizadas em si este tipo de memória daquilo que nos é familiar e aconchegante.

Mais um dia mais uma aventura! Desta vez tinhamos de estar em Kilfenora antes das onze da manhã pois Darek iria encontar-se connosco para nos oferecer o almoço. Era isso ou fome. Conseguimos e já de energias retomadas continuámos. Acampámos num belíssimo sítio, perto de umas grutas, onde explorámos o 'silêncio interior' (havia partes completamente desprovidas de luz onde pudemos desfrutar de alguns minutos de silêncio na escuridão do interior da terra) e, onde tive o previlégio de meditar na manhã seguinte.

Nick veio ao nosso encontro e visitámos antigos dolmens que se encontravam espalhados pela montanha. Após muitas horas de caminhada pernoitámos acampados num Centro de Estudos e Pesquisa da Universidade local e no dia seguinte encontramo-nos de novo com Nick, Mich e Graham e exploramos o Burren, zona lindíssima conhecida pela sua flora endémica. No dia seguinte a 'caminhada' foi feita de canoa. Descemos o rio Fergus até à cidade de Ennis, onde um jovem se tinha predisposto a oferecer-nos comida por pura generosidade. Simplesmente ouviu dizer que estavamos a fazer esta peregrinação e quis colaborar desta maneira. Um gesto muito bonito. Assim comemos em sua casa e prosseguimos viagem. A dada altura enganámo-nos no caminho e, nas nossas tentativas de tentar encontrar o caminho de volta, demos por nós dentro de um parque temático, o Craggaunowen. Como fomos lá parar não faço ideia, mas o que é certo é que tivemos de saltar o muro para sair...
Após mais uma noite de campismo selvagem (desta vez sem fogueira pois estava tudo tão molhado que não conseguimos iniciar o fogo) dirigimo-nos ao nosso destino final desta parte da caminhada - o centro de meditação Sunyata, onde acabámos por participar num retiro de meditação que decorria, liderado por Ajahn Kalyano.

Este tipo de peregrinação (o Tudong) tira-nos definitivamente da nossa zona de conforto, confere uma maior confiança em nós próprios e no caminho espiritual. O contacto tão imediato e contínuo com a natureza dá-nos uma alegria tão grande que nos leva ao encontro da nossa própria essência pois a ausência de artificialidades mostra-nos o que acontece quando tiramos todas as nossas máscaras, todas as nossas defesas, tudo aquilo que assumimos como real e com o qual nos identificamos. E o que fica é o que sempre lá esteve...
   
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