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As viagens, quando empreendidas com o sentido de peregrinação contribuem para a elevação de Consciência, e o seu efeito espiritual começa, a partir dos primeiros passos, até ao local, ao objectivo.

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324 Dias na Índia

de Rui Pereira

em 28 Dez 2007

  “O que me fez ir à Índia?”, “O que trouxe eu de lá?”.
Na realidade esta viagem começou muito tempo antes, fruto de um anseio interior que ainda hoje não sei explicar completamente. Foi este mesmo anseio que já antes me levara a empreender determinadas iniciativas. Já na fase final da viagem, numa das palestras de filosofia Yogī do Swāmiji Dharmānanda, ele dizia: «- Muitas pessoas vêm à Índia sem saberem conscientemente, que o que as está a mover é um anseio da própria Alma, do próprio Espírito».


É como se existisse algo em mim que não estivesse satisfeito e que só pela realização de tais empreendimentos certas respostas me pudessem chegar, trazendo assim a satisfação destas questões, que só parecem ter resposta em determinados meios e condições. Sei que poderei não encontrar o que procuro, mas sei também que só o saberei se o procurar. Na verdade sei que encontrarei. Que nunca me falte a coragem de continuar a buscar!
Se há alguma definição que possa dar a esta viagem é: Peregrinação, este foi o espírito presente. Dentro das minhas limitações e reservas, procurei caminhar com os Indianos e com eles sentir e viver esta sua realidade tão única. Se por um lado os contrastes são fortíssimos, parece ser a tolerância o elemento de unificação e suporte desta cultura tão antiga. Uma sabedoria discreta parece ter espaço para se manifestar, nesta sociedade, onde figuras emblemáticas (sem que isso signifique propriamente exposição pública), apareçam como estrelas (§) num céu por vezes tão escuro. Acaso seria possível o aparecimento de um Gandhi (§) se não houvesse um solo minimamente preparado? Ele e a “terra” manifestaram uma sintonia que deu frutos. Não terá sido pela compreensão profunda do que representa a “não-violência” (Ahimsā), para o crescimento interno que possibilitou fazer o uso correcto desta ‘arma’ e com ela conquistar a independência da Índia?

A história ancestral da Índia tem vários exemplos marcantes de, inclusive imperadores abdicarem dos “poderes temporais” para se dedicarem à “conquista interna”.
A maior democracia do mundo renova-se emergente neste novo milénio, fazendo renascer elementos simbólicos desta cultura ancestral, onde os textos sagrados mais antigos da humanidade parecem ser portadores de sabedoria sempre actual. Textos que durante centenas de anos foram transmitidos oralmente sem que uma “vírgula” fosse perdida, e para ter uma ideia, só o Mahābhārata contém 100.000 versos! É esta sabedoria dos Vedas e o Yoga (§) que parecem atrair cada vez mais Ocidentais.
No meio da confusão que parecem ser as cidades Indianas, onde quem não tem buzina fica em casa e onde os caixotes do lixo parecem não fazer parte da cultura, eu ouvia e passei também a comentar: “É no meio deste aparente caos que podemos encontrar as mais valiosas pedras preciosas”. Talvez por isso o maior diamante do mundo tenha aqui sido encontrado...
O próprio panteão das divindades Hindus aparenta uma grande confusão, onde em cada local parecem ganhar nova forma, características e nomes específicos. As diferenças arquitectónicas, manifestações de vários períodos históricos, as diferentes línguas ou celebrações, em que todas as principais religiões se fazem expressar de formas únicas, acentuam ainda mais estes contrastes que parecem não ter paralelo: Hinduísmo, Budismo, Islamismo, Jainismo, Cristianismo e Shikismo. Tudo está ali presente, já para não falar das ramificações de cada uma delas!
O “embate cultural” de quem acaba de chegar é forte e pode demover quem tenha maior dificuldade em aceitar o factor inesperado. Passar do “organizado” mundo Ocidental, para esta “outra realidade”, onde tudo parecia vir ao meu encontro e tinha de ser negociado em tempo real, veio-me mostrar que existem outras formas de relação com o mundo.

O facto de sermos Ocidentais parece fazer aumentar o poder magnético sobre nós, pois potencialmente representamos rupias extras, já que muitas vezes, os preços variam consoante a origem do cliente. Torna-se necessário aprender a regatear e a estar-se minimamente convicto do que se quer para que não se alimentar uma rede de comissões não desejada. Por exemplo, em Kochi (Cochim), um condutor de riquexó, fez-me a proposta de me levar a todos os pontos que eu quisesse desde que fosse a 4 ou 5 lojas, isto sem ter que pagar uma única rupia, nem a ele, nem às lojas! Realmente parece um negócio das arábias!
  (... continua) 


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