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As personagens mais marcantes da história da humanidade reconhecem-se, pela sua criatividade interior, que impressiona e serve como farol aos que neles encontram o ideal espiritual.

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Frei Luís de Granada

de Pedro Teixeira da Mota

em 28 Dez 2006

  Quando se comemora o V centenário do nascimento dum varão religioso que, embora não beatificado, foi reconhecido ao longo dos séculos como guia espiritual, pelo menos para milhares de leitores das suas múltiplas edições, nas mais diversas línguas e locais (1), há que realçar, para falar ao nosso tempo, alguns núcleos fulcrais da sua vida e do seu ensinamento, ainda hoje suficientemente fortes para inspirar, guiar, fortalecer.

Frei Luís de Granada, mestre da via espiritual I

Sua vida

Entre eles, destacaremos na sua vida, a exemplaridade de conduta (com o pequeno senão de no início da ocupação espanhola talvez não ter sido suficientemente defensor dos dominicanos portugueses “danados” por Filipe II, terem sido apoiantes de D. António, Prior do Crato) e o reconhecimento dos erros de apreciação (caso da Soror Maria da Anunciação, que afinal não recebera os estigmas de Jesus). E também a sua adesão e entusiasmo com as novas formas de dinamização da espiritualidade e do apostolado (tal as correntes místicas do Norte da Europa e da Itália, o Humanismo e o Erasmismo, e a Companhia de Jesus), manifestadas na aceitação do valor da tradição greco-romana, sobretudo como subsidiária a um cristianismo mais profundo, crítico e evangélico (livre da escolástica e de excessivos formalismos), na adopção nos livros religiosos da língua vulgar de cada nação, na valorização (a par da vida activa de amor ao próximo) da oração mental e contemplativa, bem como da comunhão frequente.
Realce final para a sua grande devoção à oração e à escrita espiritual (está considerado, desde Quevedo, como um dos grandes prosadores do castelhano), pautada por uma vida de renúncia aos bens e grandezas do mundo (tal o convite de Bartolomeu Carranza para catedrático em Valhadolide, tal da rainha D. Catarina (2), para o arcebispado de Braga, e que passou ao seu amigo, Bartolomeu dos Mártires, curiosamente santificado recentemente, e para o qual terá também contribuído a biografia que lhe escreveu), vivendo para rezar, escrever, confessar e pregar, a partir do convento de S. Domingos, em Lisboa.

Mas relembremos, de fugida, a sua vida: nascido em 1504 em Granada, na Andaluzia, como Luís Sarria, pobre, e desde os 5 anos órfão de pai, recebe aos 20 anos o hábito dominicano, estudando no Colégio de S. Gregório em Valhadolide de forma aberta e humanista (aluno de Bartolomeu Carranza, Melchor Cano e Diego de Austudillo), mas com o tempo prefere a pregação e o chamamento à vida de oração e contemplação, inspirado pelos primeiros padres do deserto e da Igreja, os místicos alemães e italianos, e em especial Savonarola e S. João de Ávila. Em 1543 é eleito prior do convento de S. Domingos em Badajoz, mas recebe autorização do geral da ordem Dominicana para andar a pregar (3) em regiões até então pouco visitadas e a sua fama chegará a Portugal, sendo convidado em 1550 pelo cardeal D. Henrique (§) para seu confessor, e para vir pastorear em Évora, provavelmente também para lhe evitar problemas com a Inquisição espanhola, que já perseguia os seus amigos Bartolomeu Carranza e S. João de Ávila, como ele propugnadores dum a cristianismo mais evangélico e interior. Após uns anos em Évora (onde se torna amigo de Bartolomeu dos Mártires e Francisco Foreiro), é transferido em 1556 definitivamente para Portugal. Em 1557 é eleito provincial dos Dominicanos e desenvolve o convento de Nª Senhora da Luz em Pedrógão Grande como local de noviciado, onde as suas práticas meditativas e orativas entre rochas milenares deram origem à designação dos penedos de Granada, local ainda hoje convidativo aos recolhimentos e anelos místicos. Funda ainda o de S. António, em Montemor-o-Novo. Desde 1562 que está em Lisboa onde viverá até ao fim da sua vida terrena em 1588, escrevendo, confessando e pregando, com algumas perseguições da corrente dominicana favorável à linha dura espanhola.

II - Sua obra. Os problemas com a Inquisição.

As partidas de Frei Luís.
  (... continua) 


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